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Iniciativa - mais informação
parceiro responsável pela parceriaMunicípio de Mértola
Designação da parceriaALENCaça
Iniciativa a desenvolverFomento, certificação genética e controlo sanitário das populações naturais das espécies de caça menor no Baixo Alentejo para promoção de produtos alimentares autenticados e valorização da indústria cinegética.
Parceiros
Prioridade TemáticaMelhoria da gestão dos sistemas agroflorestrais
Domínios
NUTS IContinente
Identificação do problema ou oportunidadeA atividade cinegética é um motor económico importante no Baixo Alentejo, sendo as espécies de caça menor os seus principais recursos. O coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus) e a perdiz-vermelha (Alectoris rufa) são as espécies mais relevantes para o sector, providenciando uma receita direta para a região estimada em dois milhões de euros anuais. Este valor exclui o potencial indireto na indústria hoteleira, restauração e comércio locais, e no emprego nas regiões rurais. A relevância do sector cinegético na região é refletida na sua promoção pelos municípios, em particular a Câmara Municipal de Mértola com a marca “Mértola, Capital Nacional da Caça”. A valorização dos recursos cinegéticos endógenos da região não se limita à atividade cinegética e ao sector turístico. O mercado alimentar tem potencial para contribuir de forma significativa através da comercialização da carne de caça, em linha com o objetivo estratégico 1 do PDR+2020. A comercialização diferenciada da carne de caça pressupõe a garantia de que provém de populações naturais e deve ser alicerçada em três pressupostos: sustentabilidade da exploração, certificação de origem e controlo sanitário. O coelho-bravo é uma das espécies cinegéticas mais procuradas, no entanto, com o aparecimento da nova variante da Doença Hemorrágica Viral (DHV) as suas populações sofreram um forte declínio, com prejuízos ao nível socio-económico e da preservação da biodiversidade. O coelho-bravo é originário da Península Ibérica sendo constituído por duas subespécies, O. c. algirus (OCA) e O. c. cuniculus (OCC). A subespécie OCA está restrita ao sudoeste da Península Ibérica, enquanto os coelhos domésticos pertencem à subespécie OCC. Dada a distribuição muito restrita de OCA, a sua certificação vai criar condições para a sua valorização económica e ecológica.
A perdiz-vermelha e a lebre-ibérica (Lepus granatensis) são igualmente espécies típicas de Portugal continental, endémicas do sudoeste da Europa. A sustentabilidade das respetivas populações e a sua certificação irá igualmente potenciar o desenvolvimento económico regional. Dado que as densidades populacionais mais elevadas destas três espécies ocorrem na região do Baixo Alentejo, a sua certificação criará uma nova forma de negócio, que se traduzirá numa mais-valia económica da região.
Objetivos visados O objetivo é reunir os principais atores envolvidos na conservação, gestão, promoção e valorização económica, ecológica, sanitária e genética das populações naturais de coelho-bravo, perdiz-vermelha e lebre-ibérica, as quais representam recursos naturais endógenos com elevado valor ambiental e grande potencial económico. Pretende-se aplicar ferramentas inovadoras para aumentar a capacidade de geração e transferência de conhecimento para os principais intervenientes na gestão do sector agroflorestal e reforçar a eficiência das estratégias de intervenção, valorização e gestão das populações de caça menor, contribuindo para um desenvolvimento rural sustentável. Os objetivos específicos são:
- Desenvolver e implementar medidas de gestão sustentável das populações naturais de coelho-bravo, perdiz-vermelha e lebre-ibérica, através do desenvolvimento de técnicas eficientes de monitorização e avaliação da sustentabilidade da exploração cinegética
- Otimizar e implementar um sistema de vigilância sanitária que permita a deteção, caracterização e intervenção sobre doenças emergentes e/ou potencialmente perigosas para a subsistência das populações naturais e para a valorização económica das espécies de caça menor, contribuindo para a conservação e exploração sustentável
- Efetuar a caracterização genética das populações naturais de coelho-bravo, perdiz-vermelha e lebre-ibérica, contribuindo para o desenvolvimento de uma certificação genética e assim contribuir para a sua valorização
- Desenvolver e providenciar padrões de certificação genética e sanitária da carne de caça menor de forma a criar as condições necessárias à emergência de oportunidades de negócio na comercialização deste produto e a sua inclusão no mercado alimentar
- Transferir o conhecimento científico e as ferramentas desenvolvidas para os principais agentes do sector agroflorestal, com o intuito de os dotar de ferramentas que permitam a adequada monitorização, vigilância e rentabilização dos recursos
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiáriosEste projeto pretende contribuir de forma decisiva para o fomento e a exploração sustentável das populações naturais de espécies de caça menor (coelho-bravo, lebre-ibérica e perdiz-vermelha) no Baixo Alentejo. Pretende-se a recuperação a médio prazo das populações naturais destas espécies, após os recentes impactos negativos decorrentes de doenças emergentes, sobre-exploração e destruição do habitat. Importa salientar o impacto da nova variante da DHV, que além dos impactos massivos que provocou nas populações de coelho-bravo, e eventualmente da lebre-ibérica, conduziu a um aumento da pressão cinegética dirigida à perdiz-vermelha, o qual poderá revelar-se insustentável a médio prazo para as populações naturais desta espécie no Baixo Alentejo.
A comercialização de carne de caça certificada ecológica, genética e sanitariamente, vai potenciar um aumento do seu valor económico. Esta valorização da carne de caça originará uma oportunidade de negócio para a região com a criação de pequenas e médias empresas, que potenciarão empregos, contribuindo assim para a fixação das populações. Com este projeto pretendemos caracterizar e certificar que as espécies caçadas pertencem a populações naturais de coelho-bravo, perdiz-vermelha e lebre-ibérica. Para isso serão utilizados marcadores genéticos que distingam o coelho-bravo do doméstico, a perdiz-vermelha selvagem da perdiz de cativeiro e a lebre-ibérica da lebre-parda que é criada em cativeiro e vendida nos talhos.
Este projeto vai ainda permitir caracterizar em termos sanitários as populações naturais de espécies de caça menor, nomeadamente quanto às patologias infeciosas e parasitárias emergentes, com impacto na sustentabilidade da exploração cinegética e na valorização comercial do produto “carne de caça menor”. Adicionalmente serão otimizadas e divulgadas medidas de gestão que minimizam o impacto negativo destas patologias, a nível da sustentabilidade populacional e do rendimento da atividade cinegética.
Os resultados anteriormente descritos terão impacto positivo a nível quantitativo e qualitativo no rendimento económico da atividade cinegética no Baixo Alentejo. Além disso, serão um contributo importante para criar as bases técnicas para que o tecido empresarial local dinamize a criação de produtos alimentares diferenciados e autenticados, eventualmente sob a forma de uma denominação de origem controlada da carne de caça menor do Baixo Alentejo explorada de forma sustentável.
Os beneficiários diretos deste projeto são, em primeira linha, as empresas de gestão cinegética, através da adoção de técnicas eficazes de gestão sustentável das populações de caça menor e da criação de condições para a diferenciação e consequente valorização das espécies cinegéticas. Adicionalmente, o tecido empresarial local na área da comercialização de produtos alimentares regionais poderá beneficiar das condições técnicas que este projeto vai criar ao nível da diferenciação e valorização do produto carne de caça menor do Baixo Alentejo. As ações de capacitação técnica dos agentes do sector cinegético, a realizar no âmbito deste projeto, trarão visibilidade ao Baixo Alentejo, reforçando a sua liderança no sector cinegético nacional.
InterlocutorPedro Monterroso
MoradaCampus Agrário de Vairão Rua Padre Armando Quintas, nº 7
LocalidadeVairao
Código postal4485 - 661
Telefone252660411
Iniciativa semelhanteID 343
  

 


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