COTHN - Centro Operativo Tecnológico Hortofrutícola Nacional
Designação da parceria
HortInf
Iniciativa a desenvolver
Aplicação e desenvolvimento de técnicas para a gestão da flora infestante e parasita em culturas hortoindustriais, que contribuem para o aumento da produtividade e sustentabilidade das culturas, biodiversidade e minimização dos riscos ambientais.
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da gestão dos sistemas agroflorestrais
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
Nos sistemas de produção hortoindustriais tem-se verificado um aumento de prejuízos associados à flora infestante e parasita com significativo impacto negativo na produtividade e qualidade dos produtos obtidos e na rendibilidade económica destas atividades. Para atenuar este impacto, os produtores recorrem a mobilizações prévias do solo e a sachas mas, principalmente, a tratamentos com produtos fitofarmacêuticos (herbicidas) cuja aplicação intensiva tem contribuído para a redução da eficácia que está associada à ocorrência de resistências e a problemas de fitotoxicidade. Este facto torna muito difícil e por vezes impossível o combate a determinadas espécies de infestantes anuais e perenes e a plantas parasitas. As culturas hortoindustriais, onde está incluído o tomate para indústria, possuem grande importância económica, sendo que os fatores de produção, nomeadamente, os produtos fitofarmacêuticos (herbicidas) representam um valor elevado na conta de cultura dos produtores. Por outro lado, a utilização excessiva e ineficaz dos herbicidas leva, por vezes de forma irreversível, a níveis de contaminação bem como desequilíbrios e prejuízos nos ecossistemas agrários, em termos de poluição da água, do solo e perda de biodiversidade. Assim, torna-se, cada vez mais necessário e urgente, a utilização de meios de proteção alternativos, económicos, eficazes, com menor impacto para o aplicador, ambiente, consumidor e espécies não visadas e que estejam mais de acordo com os princípios da Proteção Integrada que constituem parte integrante da legislação em vigor relativa ao uso sustentável dos pesticidas (Lei 26/2013).
Objetivos visados
O objetivo desta parceria é aplicar e desenvolver soluções disponíveis e adaptá-las tendo em conta as particularidades dos sistemas hortoindustriais. Estas técnicas de combate a plantas infestantes e parasitas, sem o uso exclusivo de herbicidas, integram diversas metodologias e estratégias que, direcionadas para cada grupo de infestantes em particular, permitem diminuir a incidência e importância económica das infestantes em culturas hortoindustriais, e contribuem para aumento da eficiência dos recursos na produção agrícola e competitividade das empresas. Um dos principais objetivos será diversificar o mais possível os métodos de combate, integrando de forma complementar métodos físicos ou culturais (solarização, mobilização na linha e na entrelinha, mulching), com métodos térmicos (queimadores), biotécnicos (alelopatia) e químicos (aplicação dirigida de herbicidas – agricultura de precisão).
Pretende-se identificar a flora adventícia presente e espécies com caráter infestante ou parasita e propor para cada uma das situações identificadas, estratégias melhoradoras e sustentáveis de combate. Por outro lado, a identificação das práticas responsáveis pela abundância de infestantes permitirá a avaliação económica dos itinerários técnicos atuais e os propostos pelo projeto, no sentido de selecionar medidas eficazes, rentáveis, sustentáveis e melhoradoras. Os beneficiários ficarão assim com ferramentas que permitem a melhoria da produtividade das plantas, a melhoria da proteção contra infestantes e ainda a melhoria da eficiência no uso da água e promoção da sua qualidade através da utilização racional de pesticidas, bem como, contribuir para uma maior biodiversidade, principalmente a nível cultural. Pretende-se capacitar os agricultores para tomada de decisão mais adequada em função do(s) problema(s) identificado(s).
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
Os resultados diretos a atingir com esta iniciativa serão modelos e soluções que se propõem depois de obtidos os melhores resultados na gestão das infestantes nestes sistemas agrícolas intensivos de monocultura. Depois de testadas, serão identificadas práticas ou conjunto de práticas a incluir no itinerário técnico das culturas e no sistema que depois de avaliadas, através de indicadores, demonstrem a sua viabilidade. Esta ou estas combinação(ões) de práticas e técnicas agrícolas e de proteção incluem, para as culturas em estudo e mais representativas destes sistemas, o uso do solo no período anual e os meios de combate cultural e químico integrados e mais adequados. Estes resultados diretos serão incorporados num “Manual de Boas Práticas” constituído por fichas técnicas de fácil leitura e aprendizagem. Este formato já foi aprovado pela equipa que constitui a parceria e terá uma forte contribuição da FNOP e da sua equipa de comunicação. Importa construir instrumentos informativos de fácil leitura e compreensão dos modelos e soluções com base nas técnicas culturais conhecidas e testadas mas não usadas e que comprovadamente contribuem para uma melhor gestão das infestantes nestes sistemas agrícolas. Uma vez testadas, os formatos para a sua execução e prática, serão transpostos para fichas infográficas que incluem o problema, a proposta de solução e os resultados obtidos com descritivo pormenorizado para a sua execução. Estes modelos e soluções mais sustentáveis contribuirão para uma maior eficiência ao nível da produção mantendo a biodiversidade e garantindo a conservação do solo e da água. A longo prazo permitem o menor uso de herbicidas e a consequente dependência destes fatores de produção que por si só já demonstraram não ser solução para o combate das infestantes. Os resultados finais que decorrem do plano de ação proposto, passam por garantir a maior aplicação destas soluções que passam por técnicas culturais e de proteção para gestão da flora infestante e parasita, selecionadas ao longo do plano de ação e que demonstraram minimizar o problema. Simultaneamente destaca-se como resultado final a menor dependência do uso de herbicidas como solução única para combate de infestantes e plantas parasita. Estas soluções serão divulgadas junto dos produtores hortoindustriais que serão convidados a integrar ações de sensibilização por demonstração dos resultados. No item de processos de demonstração, divulgação e disseminação de conhecimento estão apresentadas as propostas a integrar nesta iniciativa. Os potenciais beneficiários dos resultados serão os técnicos e todos os produtores de culturas hortoindustriais, principalmente de tomate para industria, que representam cerca de 460 produtores com uma área total na ordem dos 18 200 ha, no Ribatejo e noutras regiões produtoras. De realçar a valoração ambiental e impacto para a sociedade na medida em que se protege recursos como solo e água em zonas de grande vulnerabilidade e valor agrícola nacional.