CCTI - Centro de Competências para o Tomate Industria - Associação para a Investigação, Desenvolvimento e Inovação no Setor
Designação da parceria
GreenTASTE
Iniciativa a desenvolver
Desenvolvimento de preparados alimentares à base de tomate-indústria não amadurecido, numa perspetiva de primeira transformação
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da integração nos mercados
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
No tomate selecionado para concentrado destaca-se a cor vermelha acentuada no exterior e na polpa. Esta seleção inicia-se no processo de apanha, nas próprias máquinas de colheita que detetam e separam o tomate a partir da cor exterior. Estudos realizados pelo CCTI (Centro de Competências para o Tomate de Indústria) na campanha de 2015, estimaram que as máquinas de colheita deixam nos campos uma média de 6 toneladas de tomate verde por hectare. Uma extrapolação simples (o setor envolve cerca de 18.800 ha) indica que poderão ter sido deixadas no terreno mais de 112 mil toneladas de tomate verde só na última campanha. A presente proposta centra-se na oportunidade de valorizar, na cadeia alimentar, o referido tomate verde não colhido, através da criação de um novo produto. Os resultados previstos nesta proposta visam criar um fermentado láctico (tipo Chucrute) que servirá de base para o desenvolvimento industrial (não previsto no projeto) de novos molhos e temperos. As linhas de experimentação consideram o conhecimento adquirido em projetos de investigação anteriores (nacionais e internacionais), os quais abrirão o potencial de utilização, na indústria alimentar, das coleções de bactérias lácticas existentes no INIAV. Por seu lado, integra ainda as experiências em microbiologia e desenvolvimento de produtos alimentares do ISA. Estas colaborações enquadram-se na Agenda de Inovação para o setor de acordo com a alínea a) do art.3 da portaria 402/2015 e em articulação com organizações de produtores e empresas de referência na fileira de Tomate-industria Assim, visa-se aproveitar economicamente uma matéria-prima alimentar (que não contactou nem sofreu qualquer processo não autorizado para a alimentação humana), e transformá-lo num preparado de valor acrescentado enquadrado no capítulo 20 do anexo I ao tratado da UE. Os resultados previstos têm um efeito mobilizador noutras regiões e áreas das ciências agrárias.
Objetivos visados
O tomate-industria(TI) tem uma forte representação no sector agrícola mediterrânico, sendo um dos poucos alimentos considerado como “European global food” (Def. a Europa é um dos 2 maiores produtores mundiais, e o alimento em questão consome-se em todos os continentes). Assim, pretende-se criar o conhecimento necessário para definir e estabilizar a produção industrial de uma nova base alimentar, com potencial para a indústria de molhos e temperos. Esta base deverá surgir da fermentação láctica, controlada, de tomate não amadurecido. Em acordo com as preocupações globais de “intensificação sustentável”, ambiciona-se o combate ao desperdício alimentar, e respetivas implicações ambientais (a montante e jusante). Assim, prevê-se a otimização de recursos e contribuir para a mitigação da escassez de alimentos. Esta é uma proposta atual, uma vez que as preocupações da indústria alimentar incluem o desenvolvimento de novos alimentos, podendo estes conter ainda ingredientes promotores de saúde, conferindo-lhe um carácter funcional. Como consequência positiva desta iniciativa, pretende-se numa fase posterior vir a desenvolver novos produtos alimentares com características funcionais e/ou nutracêuticas. Numa visão socioeconómica ambiciona-secontribuir para a disponibilização no mercado de novos produtos de valor diferenciado, que acrescentem mais-valias aos atores deste sector, os produtores nacionais de tomate e a indústria agroalimentar.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
Os resultados a atingir têm como destinatários: os agricultores, o setor da primeira transformação e o consumidor final. No agricultorde Tomate-industria pretende-se garantir a valorização objetiva de um excedente de produção que, estima-se, atinja valores acima dos 6% da colheita. Na primeira transformação salienta-se o desafio de adicionar novo conhecimento, por forma a desenvolver preparados "tipo Fermentado Láctico" de Tomate-industria não amadurecido. Assim, são resultados expectáveis a produção de documentação científica em torno das hipóteses, nomeadamente em relação aos seguintes temas: 1. Avaliação das características físico-químicas e microbiota do tomate verde; 2. Desafios para o Desenvolvimento de uma nova gama de produto - "Fermentado Láctico" Ainda no âmbito da primeira transformação, ambiciona-se a produção de protótipos validáveis ao nível organolético e comercial, acompanhados de estudos relevantes, tais como: 1. Análise das provas em painel; 2. Determinação de características nutricionais diferenciadoras nos produtos finais. Na primeira transformação, são beneficiáriasas entidades que se apresentem como interessados para a produção à escala industrial destes produtos, nomeadamente as atuais indústrias de concentrado de tomate (constituintes do CCTI). Neste ponto, saliente-se a potencial complementaridade comercial existente entre o concentrado tradicional e o "fermentado láctico" resultante do projeto, uma vez que ambos se destinam a mercados "Business to Business" - ambos são uma base para as industrias de molhos e temperos. No consumidor, ambiciona-se conseguir disponibilizar um produto alimentar de custo moderado (não se prevê necessidade de cadeia de frio ou outro requisito que aporte custo à sua disponibilidade), nutricionalmente diferenciado (de acordo com os estudos atrás referidos), e planeado para ser apelativo e versátil através de: 1. Criação da identidade de produto; 2. Avaliação da potencial integração nas industrias de 2ª transformação, verificando a manutenção das propriedades nutricionais.