Cerfundão - Embalamento e Comercialização de Cereja da Cova da Beira, Lda.
Designação da parceria
PrunusPós – Otimização de processos de armazenamento, conservação em frio, embalamento ativo e/ou inteligente, e rastreabilidade da qualidade alimentar no pós-colheita de produtos frutícolas
Iniciativa a desenvolver
Extensão da vida útil, redução do desperdício e melhor rastreabilidade de frutos das prunóideas da Beira Interior por novas tecnologias de monitorização, otimização de processos de conservação em frio e embalamento ativo/inteligente no pós-colheita
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da integração nos mercados
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
A fileira frutícola portuguesa assume uma posição relevante no setor alimentar. EM 2014, a produção de frutas frescas atingiu um valor de 574.936 ton (aumento de 13,3% em relação a 2010). A Beira Interior é a região produtora do país dominante na produção de pêssego (49%) e de cereja (60%). Pelas suas características físico-químicas e biológicas, as frutas frescas são muito perecíveis e sofrem uma deterioração muito rápida. Após colheita, estão sujeitas a processos de respiração, transpiração e formação de etileno, que promovem: amadurecimento rápido; diminuição das propriedades organoléticas; redução de peso por perda de água; alteração do aspecto; redução da qualidade (características nutricionais e redução do tempo de comercialização). Em particular, a cereja e o pêssego são frutas de estação (primavera-verão) muito sensíveis e perecíveis, cujo tempo de comercialização é ainda mais curto sob pena de deterioração acentuada. Para aumentar o tempo de vida útil, é usual a conservação a temperaturas entre 0 a 1ºC e humidades relativas entre 90 a 95%. Ainda assim, o tempo de conservação não deve ultrapassar 30 dias, pois os danos por frio que se manifestam nestes frutos resultam em alterações organoléticas. Práticas como o arrefecimento rápido são recomendadas, mas pouco ou raramente utilizadas na região. Esta iniciativa por um lado pretende maximizar a vida útil dos frutos das prunóideas pela: 1) avaliação experimental e numérica das condições de conservação mais adequadas (temperatura, humidade e velocidade do ar e atmosfera modificada); 2) desenvolvimento de embalagens ativas/inteligentes com desenvolvimento/aplicação de tecnologias: redes de sensores sem fios (WSN), ou identificação por rádio frequência (RFID); ou indicadores tempo-temperatura (TTI) ou TTI por rádio frequência (RF-TTI), capaz de providenciar informações da rastreabilidade da segurança e qualidade alimentar ao longo da cadeia do produto, com base na monitorização de parâmetros (temperatura e humidade).
Objetivos visados
1. Análise e avaliação da recetividade de produtores, distribuidores, comerciantes e consumidores na utilização de novas tecnologias de monitorização da temperatura para aferir a qualidade alimentar, nomeadamente dos frutos das prunóideas da região da Beira Interior. 2. Quantificar tempos e parâmetros de operação de referência nas diferentes etapas de conservação e armazenamento no sentido de estender a vida útil dos produtos frutícolas, recorrendo a avaliação experimental e simulação numérica. 3. Desenvolver uma ferramenta computacional, que em função de diferentes parâmetros operativos e especificidade do processo, permita otimizar o tempo de permanência em cada etapa do processo de conservação e armazenamento, assegurando a qualidade do produto. Incluí algoritmos de previsão da qualidade alimentar ao longo da cadeia do produto destinados ao apoio à tomada de decisão atempada nos processos de armazenagem, distribuição e comercialização. 4. Desenvolver embalagens ativas e/ou inteligentes apropriadas à extensão da vida útil dos produtos frutícolas recorrendo a novas tecnologias e materiais. As embalagens conciliarão a manutenção das características organoléticas, com o controlo do grau de respiração e transpiração da fruta e com as caraterísticas da transferência de calor decorrentes do processo de refrigeração que possibilitam o aumento de vida da fruta, incorporando novas tecnologias de monitorização para a rastreabilidade da segurança e qualidade alimentar. 5. Desenvolver um manual técnico de recomendações para as condições ambientais de referência (temperatura, humidade relativa, composição da atmosfera, circulação de ar no interior das câmaras, entre outros) nas diferentes etapas do processo de armazenamento e conservação em frio dos produtos frutícolas endógenos da região da Beira Interior. 6. Desenvolver um manual de boas práticas para as técnicas e procedimentos adequados aos produtos frutícolas a observar no armazenamento e conservação em frio.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
A otimização de processos de armazenamento, conservação em frio e embalamento inteligente no pós-colheita de produtos frutícolas endógenos da região da Beira Interior, em particular da cereja e do pêssego da região da Beira Interior beneficia todos os intervenientes da cadeia de valor, desde o produtor com instalações de frio, passando pelas centrais de fruta de associações de agricultores, aos distribuidores e comercializadores. Este benefício é decorrente da extensão da vida útil e garantia da qualidade e segurança dos frutos que é conseguida com: (1) a implementação de parâmetros de referência para as condições ambientais nas câmaras de conservação em frio; (2) a implementação de tecnologias e sistemas de refrigeração que proporcionam as técnicas e procedimentos mais adequados; e (3) a utilização de novas embalagens com design distinto, potencial integração de novas tecnologias e/ou consideração de novos materiais com propriedades termofísicas específicas e relação custo/benefício aceitável; (4) aplicação de novas tecnologias de monitorização destinadas à otimização da rastreabilidade. O aumento de vida útil destes frutos altamente perecíveis corresponde a um maior período de comercialização com garantia elevada qualidade alimentar, beneficiando a Região tanto nos contextos nacional como internacional. O desenvolvimento/adequação de tecnologias que permitem disponibilizar a informação sobre a rastreabilidade da qualidade alimentar de forma intuitiva e expedita possibilita avaliar de um modo mais preciso a real evolução da qualidade alimentar dos produtos. Este resultado será um espelho da exigência da qualidade alimentar dos produtos, com benefícios ao nível da comercialização nos mercados mais restritos. O desenvolvimento de uma ferramenta computacional de previsão permite aos seus utilizadores identificarem de forma expedita quais os tempos de permanência dos frutos das diferentes etapas do armazenamento refrigerado tendo em consideração os valores dos parâmetros ambientais assim como avaliar a evolução da qualidade alimentar. Estes resultados auxiliam na tomada de decisão de produtores, distribuidores e comercializadores sobre a melhor estratégia para extensão da vida útil dos frutos, com potenciais ganhos ao nível de rentabilidade. Por outro lado, a extensão de vida possibilita a colocação em mercado de uma maior quantidade de frutos que de outro modo se constituiriam como desperdício alimentar. Assim, esta iniciativa beneficia igualmente a sustentabilidade dos processos pós-colheita e a utilização de recursos. Os manuais técnicos visam incrementar a transferência de conhecimento dos resultados da investigação para os intervenientes do setor. Diversas ações de divulgação e disseminação de resultados serão realizadas no decurso da iniciativa no sentido de promover a transferência de conhecimento. As atividades de investigação realizadas para as Prunóideas, que são altamente perecíveis, poderão ser replicadas a outros tipos de produtos perecíveis de origem vegetal ou animal, com benefícios a nível regional, nacional e até mesmo internacional.
Interlocutor
Cerfundão - Embalamento e Comercialização de Cereja da Cova da Beira, Lda.
Morada
Mercado Abastecedor Cova da Beira, Zona Industrial do Fundão, Apartado 91