AJAP - Associação dos Jovens Agricultores de Portugal
Designação da parceria
INICIATIVA OPUNTIA: VALIDAR A CAPACIDADE PRODUTIVA COMO PLANTA FORRAGEIRA
Iniciativa a desenvolver
Avaliação do impacto de diferentes práticas culturais na melhoria da capacidade produtiva da OPUNTIA FORRAGEIRA. Impacto da planta na dieta de bovinos, ovinos e caprinos e na viabilidade de agropecuárias com limitados recursos hídricos.
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da gestão dos sistemas agroflorestrais
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
As situações de seca são cada vez mais frequentes em Portugal Continental, nomeadamente na Beira Interior, Alentejo e Algarve. Nessas épocas, quem tem gado está obrigado a comprar palha e ração para alimentar os animais, com elevados custos para as explorações agropecuárias, limitando de forma determinante a sua atividade. No decurso dos últimos 60 anos verificou-se em 27 dos anos, a ocorrência de precipitações abaixo do normal. No passado mês de agosto, mais de 70% do território encontrava-se em situação de seca severa a extrema, a segunda mais grave dos últimos 70 anos, com maior impacto, como esperado, nos setores de sequeiro, prados, pastagens permanentes e culturas forrageiras. Uma cultura que tem demonstrado elevado potencial para atenuar os efeitos da seca nos produtores agropecuários é a Opuntia ficus-indica. Trata-se de uma espécie que cresce naturalmente em zonas semi-áridas e que apresenta um crescimento rápido, elevada biomassa e baixíssimo custo de manutenção/produção. Sendo muito apetecível pelo gado, a sua utilização na alimentação animal conduz a incrementos significativos da produção de leite e carne, concomitantemente reduzindo custos com a alimentação, especialmente durante os períodos de seca. Este grupo operacional desenvolverá ensaios de avaliação de necessidades e oportunidades da cultura, identificação de práticas culturais (plantação, rega, fertilização, podas, identificação e controlo de pragas, colheita) que promovam o seu rápido desenvolvimento e rentabilidade, bem como o ensaio com estudo de ecótipos nacionais e de viabilidade agronómica de novas variedades, de rápido crescimento. Numa segunda fase, fomentará o desenvolvimento de ferramentas para apoio à utilização da Opuntia como forragem (em verde e silagem) para ovelhas, cabras e vacas, com o objetivo de minimizar os custos, aumentar o crescimento animal e a produção de leite. Paralelamente, será feita uma análise dos compostos bioativos oriundos de animais alimentados com Opuntia.
Objetivos visados
Objetivos visados: Melhorar a capacidade produtiva da OPUNTIA Definir Regime Alimentar para ovinos, caprinos e bovinos Introduzir e caracterizar novas variedades de palma forrageira Caracterizar a presença de Bioatividades Divulgar e disseminar
Os objetivos estão suportados pelos seguintes marcos: Marcos do 1º objetivo: • Plantação de campos de ensaios em 2 localizações distintas (Ourique e Portalegre) • Introdução e monitorização de práticas culturais distintas • Avaliação e monitorização da fitopatologia da planta Marcos do 2º objetivo: • Ensaio e validação de processos de forragem em verde e ensilagem • Caracterização nutricional dos cladódios resultante da poda de ecótipos nacionais e de variedades melhoradas de Opuntia ficus-indica • Introdução dos cladódios da poda na alimentação de ovinos e de caprinos explorados na função leite (efeito na quantidade e composição do leite produzido e no rendimento queijeiro) • Introdução de testes de digestibilidade (ovinos, caprinos e bovinos) • Monitorização da evolução corporal de borregos, cabritos e novilhos) Marcos do 3º objetivo: • Instalação de campos de ensaio com novas variedades ainda não testadas em Portugal • Monitorização e avaliação agronómica e fitopatológica
Marcos do 4º objetivo: • Persistência de Bioatividades no leite (dos animais em estudo) e no queijo de cabra • Avaliação da evolução das bioatividades das plantas em fresco e da silagem • Avaliar a produtividade e qualidade da carne e do leite, bem como incremento do seu valor nutricional • Persistência de Bioatividades no leite (dos animais em estudo) e no queijo de cabra Marcos do 5º objetivo: • Promover a cultura melhorada de OPUNTIA Forrageira • Divulgar potencial de diferentes variedades • Definir regime alimentar para ovinos, caprinos e bovinos • Disseminar vantagens económicas e financeiras da OPUNTIA como planta forrageira
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
O presente projeto tem como principais destinatários as explorações agropecuárias no sentido de utilizar a Opuntia como forragem (em verde e silagem) para ovelhas, cabras e vacas, com o objetivo de minimizar os custos, aumentar o crescimento animal e a produção de leite. Também pretende encontrar solução para os cladódios resultantes da poda de pomares de figueira-da-índia valorizando-os economicamente através da sua utilização na alimentação de pequenos ruminantes vocacionados para a produção de leite. Além de ser muito apetecível para o gado, está igualmente demonstrado que a planta contém vários compostos naturais com atividades relevantes para a saúde animal, nomeadamente compostos antioxidantes e anti-inflamatórios. Espera-se assim que como resultado do trabalho a realizar pelo Grupo Operacional as explorações agropecuárias (principais beneficiários juntamente com produtores de Opuntia) possam atenuar os efeitos da seca através da inclusão de área de cultivo da Opuntia ficus-indica como planta forrageira nas suas explorações. Espera-se também que esta cultura possa trazer uma maior viabilidade das operações através da redução de custos inerentes à compra de palha e ração. Desta forma, as explorações agropecuárias poderão disponibilizar aos seus animais esta planta forrageira, tendo por base um regime alimentar perfeitamente definido, equilibrado e rico nutricionalmente e valorizado através das bioatividades presentes. Por outro lado, as explorações poderão fazer ensilagem como reserva de alimento produzido no inverno e a ser disponibilizado no verão. Em maior detalhe, a tipologia de resultados a obter nesta iniciativa está diretamente relacionada com os objetivos visados: 1. Melhoria da capacidade produtiva da OPUNTIA a) Validação da adaptabilidade da Opuntia ficus-indica em terrenos pobres e condições climatéricas adversas (elevado stress hídrico); b) Identificação de Boas Práticas Agronómicas que otimizem o desenvolvimento da cultura; c) Modelos de identificação de pragas e infestantes bem como ações de ataque em MPB; d) Caracterização da conta de cultura da Opuntia ficus-indica; e) Reconhecimento da Opuntia ficus-indica como uma cultura essencial para a viabilidade de explorações agropecuárias em zonas climatéricas com pouca ou muito pouca disponibilidade hídrica.
2. Regime Alimentar a) Definição de regime alimentar (dieta alimentar) com introdução da Opuntia como planta forrageira para gado ovino, caprino e bovino; b) Definição de Boas Práticas de ensilagem para reserva do alimento produzido; c) Obtenção do rácio de custo-benefício deste regime alimentar, bem como o impacto no desenvolvimento dos animais.
3. Novas variedades (ensaios a realizar no ISA) a) Novas variedades identificadas com potencial de desenvolvimento perfeitamente definido; b) Palatabilidade e digestibilidade da matéria verde definida; c) Identificação da capacidade de imunidade a pragas e doenças identificadas.
4. Bioatividades a) Validação de presença de bioatividades disponíveis derivadas das plantas em fresco e da silagem e respetivo impacto benéfico; b) Validação da persistência de Bioatividades no leite (dos animais em estudo) e no queijo de cabra e respetivo impacto benéfico.
5. Divulgação e disseminação a) Produtores agropecuários cientes da Opuntia ficus-indica como uma solução para a alimentação de gado b) Regime alimentar perfeitamente definido a disponibilizar ao gado ovino, caprino e bovino e disponível para incorporar por parte dos produtores c) Incentivo a instalação de explorações de Opuntia d) Manual Boas Práticas da cultura para facilitar a implementação e gestão da cultura
Interlocutor
João Mira
Morada
AJAP, Rua D. Pedro V, 108 - 2º andar, 1269-128 Lisboa