COTHN - Centro Operativo Tecnológico Hortofrutícola Nacional
Designação da parceria
FruitFlyProtec
Iniciativa a desenvolver
Melhorar o combate a moscas da fruta por monitorização e avaliação de eficácia de meios de protecção alternativos para Ceratitis capitata e Drospohila suzukii e avaliação do risco de introdução e distribuição potencial para Bactrocera dorsalis
Parceiros
Prioridade Temática
Aumento da eficiência dos recursos na produção agrícola e florestal
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
A produção frutícola nacional encontra-se atualmente bastante vulnerável ao aparecimento de novas pragas, bem como ao aumento da incidência das espécies já existentes, como é o caso de moscas da fruta, nomeadamente Ceratitis capitata (Wiedmann) e Drosophila suzukii (Matsumura) que causam perjuízoss significativas, podendo mesmo inviabilizar a produção em determinadas regiões, onde as suas populações são muito elevadas. Esta situação tem tendência a agravar-se com as alterações climáticas que induzem o aumento das populações destas pragas e alargam a sua distribuição geográfica. Esta situação tem vindo a agravar-se nos últimos anos em face da ausência de frio nos meses de inverno, levando a um aumento das populações, dando início a estragos/prejuízos mais cedo e alargando a Esta situação tem tendência a agravar-se com as alterações climáticas que induzem o aumento das populações destas pragas e alargam a sua distribuição geográfica. A vulnerabilidade do nosso país à entrada de outras moscas da fruta, sobretudo tefritídeos, reside no facto de algumas delas estarem já referidas em países africanos com os quais Portugal tem relações próximas em termos de circulação de pessoas e bens, o que aumenta o risco da sua introdução no território. Recorde-se que Bactrocera dorsalis (Hendel) [B. invadens Drew, Tsura & White] já está na Macaronésia, em Cabo Verde. O sector produtivo, quer do Continente quer das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, tem manifestado grande preocupação com esta problemática, principalmente pela necessidade de realizar novas culturas, que podem ser totalmente inviabilizadas pelas moscas da fruta. Por exemplo, com o fim das quotas leiteiras, muito produtores de leite dos Açores começam a procurar alternativas para a sua atividade, sendo a fruticultura vista como uma excelente oportunidade. No entanto a abundancia população de mosca do Mediterrâneo pode inviabilizar esta situação, pelo que urge arranjar soluções a apresentar ao sector produtivo.
Objetivos visados
Pretende-se que o trabalho a desenvolver contribua para melhor conhecimento e combate a três espécies economicamente importantes. Assim, os principais objectivos da presente operação são: a) Para a espécie D. suzukii propõe-se (i) desenvolver métodos expeditos para monitorizar populações em diferentes condições ecológicas; (ii) identificar os principais fatores de risco como hospedeiros alternativos às culturas (repositórios) e temperaturas limites (superior e inferior) para desenvolvimento e voo; (iii) definir estratégias de protecção da cultura, em especial medidas preventivas e avaliação de eficácia de técnicas de captura em massa ou outros meios de proteção inovadores; b) Para a espécie C. capitata pretende-se realizar a prospecção e avaliação da actividade e eficácia de controlo de predadores e parasitóides, avaliação de iscos e dispositivos de armadilhas e extratos de plantas com bioactividade; c) Para espécie B. dorsalis pretende-se identificar os factores de risco e a distribuição geográfica potencial no Continente e nas Regiões Autónomas dos Açores e Madeira, tendo em conta as condições ótimas, e limitantes do seu desenvolvimento e voo e hospedeiros potenciais – zonagem de risco potencial; no caso da Região Autónoma da Madeira dada a proximidade a Cabo Verde e tendo em conta a importância económica da cultura da banana e outras culturas subtropicais, urge prever a sua movimentação, efetuar monitorização em vários locais do arquipélago e avaliar métodos de captura em massa. Estes trabalhos deverão ser feitos em conjunto com equipas de regiões onde exista a praga e com alguma semelhança de clima/relevo com as existentes nos possíveis locais de invasão. d) Para as três espécies pretende-se avaliar os estragos, desenvolver e implementar ferramentas de SIG para mapeamento das populações e apoio à decisão, divulgar melhor ainformação, a qual embora exista para o caso de C. capitata está muito dispersa e não sistematizada.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
Considera-se resultado direto do projeto, para C. capitata, a disponibilização de ferramentas de fácil consulta com informação sistematizada e com a incorporação das técnicas avaliadas, em particular as novas técnicas de monitorização e de proteção das culturas em enfoque no plano de ação. - Como resultado direto e para D. suzukii, destaca-se o desenvolvimento de um plano de proteção para as diferentes culturas e outroshospedeiros, nas diferentes regiões do continente e Açores e Madeira e disponibilizar essa informação através de várias ações. Propõe-se a sistematização da informação com fácil acesso; - Como resultado direto do projeto para B. dorsalis [B. invadens] surge um plano de atuação disponível à produção que inclui os procedimentos, os fatores de risco associados à ação da mosca tendo em conta as condições de desenvolvimento e os hospedeiros que pode potencialmente afetar e técnicas de captura em massa. O resultado final desta parceria e desenvolvimento de plano de trabalho aqui proposto é a manutenção da capacidade produtiva e competitividade da produção que disporá de um elenco de outras soluções e procedimentos para fazer face aos problemas que decorrem do aparecimento e ataque de pragas com a importância económica que as “moscas da fruta” apresentam nos vários territórios. Os potenciais beneficiários são os técnicos e agricultores associados a cada uma das entidades parceiras neste grupo operacional. Acresce que os produtores de pequenos frutos, pêssego e cereja pertencentes às organizações associadas ao COTHN, representam mais de 2000. Todos os outros produtores que não sendo associados produzem estas culturas a nível do território continental e ilhas podem beneficiar com esta informação.