PHYTOS - Utilização de espécies autóctones para melhoria das produções agrícolas
Iniciativa a desenvolver
PHYTOS - Aplicação de um modelo de planeamento agrícola sustentável, otimizando a gestão dos recursos naturais e os mecanismos de regulação natural.
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da gestão dos sistemas agroflorestrais
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
A gestão da produção agrícola ocorre muitas vezes com recurso ao uso excessivo de pesticidas e herbicidas, levando à contaminação de solos e aquíferos, assim como à destruição da vegetação natural sem preservar o mosaico de habitats que levam à dispersão de espécies polinizadoras e predadores naturais, elementos fundamentais ao equilíbrio biofísico da exploração agrícola. As tipologias de espaço que existem numa exploração agrícola, como as sebes de compartimentação e delimitação, os taludes, as zonas de enquadramento, as cabeceiras, bordaduras e áreas intersticiais das culturas, as linhas de água, e até mesmo os terrenos baldios e áreas degradadas, podem ser aproveitados como uma importante ferramenta do agricultor, se forem utilizadas as espécies autóctones adequadas resultando numa estrutura verde que constitui a oportunidade a explorar. Ao pensar na exploração como um ecossistema dinâmico, integrado numa unidade biogeográfica podemos tirar partido de toda a estrutura verde adjacente em benefício das culturas. A preservação e recuperação desta estrutura verde irá contribuir para a conservação e melhoria da qualidade dos solos, para a regulação do sistema hídrico do solo, para o estabelecimento de aves e insectos polinizadores, para o controlo de pragas e doenças e, consequentemente para a redução de consumo de adubos e pesticidas e para o sucesso das culturas. O conhecimento do comportamento da vegetação autóctone de cada região, de acordo com o as series de vegetação, irá permitir definir uma matriz de intervenção que permita selecionar as espécies potenciais mais adequadas para cada cultura, para determinado local e para situação e/ou problema, de forma a assegurar a preservação do mosaico de habitats e dotar a exploração de um equilíbrio biofísico e ecológico mais consolidado.
Objetivos visados
1-Aplicação prática para várias tipologias de espaço:estabilização de taludes; renaturalização de margens; reconversão de terrenos incultos, baldios e áreas degradadas; zonas de enquadramento, bordaduras e áreas intersticiais das culturas; cortinas de abrigo; sebes de compartimentação e delimitação; corredores verdes; zonas de infiltração máxima. 2-Aplicação prática para resolução de problemáticas mais comuns:Criar habitats a aves e insectos polinizadores; Fomentar a circulação e nidificação de predadores;Promover e melhorar a fertilidade dos solos; Controlo erosão; Controlar o efeito da ação mecânica do vento; Estabilizar terrenos; Criar barreiras visuais. 3-Melhoria do modelo de planeamento agrícola:Redução dos consumos hídricos; Gestão sustentável dos recursos naturais; Produção de espécies autóctones; Redução dos consumos hídricos; Redução na utilização de produtos químicos; Redução de pragas e doenças; Aumento do rendimento; Aumento da qualidade das culturas; Valorização das paisagens rurais 4- Conservação e melhoria dos recursos naturais:Conservação do solo e da água; Promoção da biodiversidade; Valorização de espécies autóctones como património genético e de interesse agrário 5-Aplicação prática conciliando a região biogeográfica com o tipo de cultura: Identificar matrizes de vegetação autóctone potenciais, com base na fitossociologia; Desenvolvimento de uma matriz para zonas adjacentes de culturas como a vinha e pomar, em regiões incluídas nas NUTSII (Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve). 6-Monitorização e Demonstração de resultados:Definição de indicadores que permitam avaliar e quantificar o desempenho do modelo; Monitorização e avaliação de resultados; Interpretação e confrontação da fase experimental para fases posteriores 7-Divulgação: Disseminar resultados obtidos nos casos práticos; Divulgar matrizes de vegetação para tipologias, regiões e necessidades distintas;Permitir a consulta pela pesquisa avançada das comunidades autóctones para cada caso; Promoção de práticas agrícolas favoráveis.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
Os resultados directos a atingir com esta iniciativa são: - Matrizes de vegetação autóctone, adaptada às particularidades de cada tipologia de espaço, a cada exploração agrícola e de acordo com as características fitossociológicas, com benefícios diretos para a gestão agrícola; - Modelo de planeamento agrícola otimizando a gestão sustentável dos recursos naturais; - Modelos de maximização da conservação de habitats em concordância com a atividade agrícola nas explorações pela promoção da biodiversidade autóctone; - Metodologias de intervenção nas principais tipologias da paisagem agrícola, complementares às áreas produtivas das explorações. Estes resultados diretos serão incorporados numa plataforma online, dinâmica, de acesso livre e gratuito, no sentido de divulgar e promover a utilização da vegetação autóctone como ferramenta de gestão agrícola.
Os potenciais beneficiários diretos deste projeto serão as explorações agrícolas das culturas onde se realizaram os ensaios. No entanto, entende-se que todas as explorações agrícolas que apresentem as tipologias de espaço definidas anteriormente serão também potenciais beneficiários. As soluções desenvolvidas permitirão ainda ao agricultor o reconhecimento e valorização por parte do mercado por uma atitude ecologicamente responsável e pela prática de medidas de conservação dos recursos naturais, o que se reflete na maior qualidade dos produtos que comercializa. Serão também beneficiários dos resultados deste GO os agentes do setor agrícola como as associações locais e nacionais, organizações de produtores, que tenham como objetivo a promoção dos princípios de Protecção Integrada e Agricultura Biológica, permitindo aumentar o número de produções com denominação “BIO”.