FNAP - Federação Nacional dos Apicultores de Portugal
Designação da parceria
PrimeMel
Iniciativa a desenvolver
Valorização dos méis monoflorais portugueses e méis protegidos através da definição das suas características sensoriais, físico-químicas e polínicas, contribuindo assim para o seu enquadramento legal e a sua afirmação junto dos consumidores.
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da integração nos mercados
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
Os diferentes méis nacionais, especificamente os monoflorais, não estão tipificados sensorialmente, o que leva por um lado à sua desvalorização no que respeita a critérios de qualidade e identidade, e por outro à inexistência de diferentes tipologias de méis sensorialmente definidos, o que leva a possíveis alterações indesejáveis no produto.
Por estas razões a clara definição dos diferentes tipos de mel e das suas características específicas e diferenciadoras é urgente e fundamental, constituindo uma premente necessidade na salvaguarda dos interesses de produtores e dos agentes económicos a jusante.
A sua composição é de elevada complexidade e muito dependente das florações visitadas pelas abelhas, sendo que estas são influenciadas pela condicionantes ambientais, especialmente as edáficas e climáticas. As características do território nacional, um país pequeno, mas com diferenças regionais (na orografia e clima), oferecem uma grande diversidade de ecossistemas, a maioria de alto valor para a apicultura e que oferecem às abelhas uma flora melífera de espécies silvestres, única na Europa. Até à data, as metodologias analíticas existentes não têm conseguido dar resposta cabal a esta problemática quer por razões de custo, dificuldade ou morosidade dos métodos quer por esses resultados não encontrarem correspondência nas características sensoriais do mel. A análise sensorial apresenta-se como uma ferramenta analítica eficaz e fundamental não só na identificação da origem floral mas também na deteção de defeitos como fermentação, presença de odores e sabores estranhos ou impurezas ou mesmo deteção de fraudes.
Se do ponto de vista nutricional todos estes produtos são mel, ou seja, partilham um valor nutricional elevado, mas indistinto, do ponto de vista sensorial e funcional são muitas as diferenças que os separam, a qual urge definir, diferenciar e valorizar, tanto a nível nacional como nos mercados externos.
Objetivos visados
Tendo presente o problema identificado a presente iniciativa tem como principais objetivos: 1. Desenvolver, validar e aplicar uma ferramenta analítica (painel de provadores), com base em metodologias e normas internacionais existentes, habilitada à completa e rigorosa avaliação sensorial de mel português; 2. Definir os perfis sensoriais dos méis monoflorais portugueses e dos méis abrangidos por Denominação de Origem Protegida, para autenticação e valorização do produto; 3. Desenvolvimento de critérios distintivos de qualidade e autenticidade que possam servir de base para a definição de um “Itinerário Técnico” a aplicar pela FNAP aos produtos dos seus associados; 4. Divulgação ampla de resultados a todos os agentes da fileira do mel.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
Como principais resultados desta iniciativa pretende-se:
1. Obter um painel de provadores peritos em mel que consiga dar resposta a análise sensorial de mel português. Este painel, pelo conhecimento aprofundado que vai deter do produto, estará capacitado para identificar defeitos sensoriais de qualidade em qualquer mel, bem como a identificação de fraudes detetáveis sensorialmente. Evitar-se-á assim que produtos de baixa qualidade cheguem ao consumidor final promovendo a produção de produtos de qualidade e dinamizando o sector produtivo. Por outro lado, este painel de provadores será disponibilizado pela FNAP a todos os seus associados, nomeadamente às entidades gestoras das DOP, evitando a necessidade de cada organização dispor do seu painel de provadores que se traduz num encargo elevado, quer financeiro quer em tempo, para as organizações.
2. Obter o perfil sensorial dos méis monoflorais e/ou de denominação geográfica protegida, produzidos em Portugal continental. Este perfil permitirá caracterizar os diferentes méis para assim se constituir um “Catálogo Sensorial de Mel Português” valorizando as características distintivas dos mesmos.
3. Divulgar e desenvolver estratégias de divulgação e ampla disseminação dos resultados direccionada ao sector apícola (9.462 explorações apícolas) e comunidade em geral.
4. Disponibilizar e propor informação relevante com o objetivo de contribuir para a existência de regulamentação nacional com vista à definição de informação relativa à monofloralidade a constar na rotulagem; e internacional a integrar no âmbito da International Honey Commission. Os produtores/ agentes económicos do sector serão os principais beneficiários dos resultados, podendo com este conhecimento valorizar os seus produtos e fornecer ao consumidor a informação das características sensoriais de cada mel. Ao estar mais informado o consumidor será cada vez mais exigente o que irá alavancar todo o setor produtivo.