Inovação organizacional e instrumentos de gestão florestal agrupada
Iniciativa a desenvolver
Melhorar e criar Modelos de Gestão Agrupada, inovando em termos organizacionais e de processos, para uma gestão profissional mais eficiente que induza às boas práticas florestais mitigadoras dos riscos considerando as expectativas dos proprietários.
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da gestão dos sistemas agroflorestrais
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
O elevado risco de incêndio e do ataque de pragas e doenças associados à floresta, têm contribuído para a degradação generalizada dos povoamentos florestais, com a inerente diminuição da produtividade, verificando-se um quadro de desincentivo ao investimento na floresta e a uma intensificação da falta de matéria-prima para abastecimento das indústrias florestais nacionais. O atual modelo jurídico de gestão florestal agrupada, assente nas zonas de intervenção florestal (ZIF), baseado em 2 modelos organizativos: gestão empresarial e gestão associativa, não está a conseguir atingir todos os fins pretendidos de promover uma gestão eficaz contra os riscos associados à gestão florestal (ex. incêndios, pragas e doenças), através do aumento da dimensão física da unidade de gestão. Os riscos referidos condicionam fortemente a competitividade do setor florestal, conduzindo ao consequente desinvestimento. Tendo como referencial este quadro, pretendem-se abordar os seguintes problemas: - Fragilidade dos atuais modelos organizativos e de negócio porque não incorporam os diferentes contextos territoriais em que estão inseridos, as racionalidades económicas dos proprietários florestais (PF), nem as suas perceções e práticas perante os riscos abióticos, bióticos, de mercado; - Dificuldades no funcionamento dos atuais MGA, por ausência de soluções de suporte ao seu funcionamento adaptadas às necessidades organizacionais de caracter jurídico, económico-financeiro e organizacional; - Falta de ferramentas de suporte aos processos de organização e funcionamento das ZIF assim como da gestão e tomada de decisão nas operações florestais disponíveis para os PF. Paralelamente existe uma oportunidade que urge aproveitar: parte do território florestal de minifúndio tem ZIF constituídas, com número significativo de proprietários aderentes (em 2013, mais de 20.500 aderentes, em 162 ZIF, num total de 848.000ha), sendo que em 2016 já existem 178 ZIF, num total de 914.094ha.
Objetivos visados
São objetivos deste grupo operacional: - Melhorar e produzir novos MGA que estejam ajustados às diferentes realidades ecológicas e socioeconómicas. Isto significa inovar ao nível organizacional e de funcionamento das ZIF (segmentado as soluções face aos contextos), na procura de mais eficácia (menores danos causados pelos incêndios, pragas ou doenças), e na eficiência (conseguir atingir os mesmos resultados com menores custos); - Criar novos instrumentos e ferramentas (inovações baseadas nas tecnologias de informação) que apoiem as organizações – associativas ou empresariais – a tomarem a suas decisões estratégicas e operacionais, tendo em conta as racionalidades económicas e expectativas dos PF. - Adequar os serviços prestados aos PF, pelas associações e empresas prestadoras de serviços florestais, no sentido da otimização da gestão dos principais riscos na floresta de produção (incêndios, pragas e doenças). - Avaliar e elaborar recomendações de ajustamento dos instrumentos de políticas públicas incentivadoras da gestão ativa dos combustíveis florestais e da minimização dos danos causados pelas pragas e doenças. - Divulgar e disseminar os resultados obtidos, junto das organizações e produtores florestais, com vista a melhorar a perceção, prevenção e atuação por parte dos PF (ou entidade gestora delegada). A concretização destes objetivos irão contribuir para promover o investimento neste setor de atividade e a gestão profissional, por via associativa ou empresarial da floresta, em especial nas regiões de minifúndio, com maiores riscos de incêndios, de pragas e doenças. Para tal, é necessário melhorar a conceção e funcionamento das ZIF e promover a ampla aplicação de práticas florestais mitigadoras dos riscos contra os agentes bióticos e abióticos, tendo em consideração as expectativas e práticas dos PF.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
Os principais resultados que se pretendem obter são: • Um sistema de apoio à gestão integrada da informação (GII) associado aos MGA, traduzida numa plataforma informática interativa com as atuais ferramentas de gestão em uso pelas entidades responsáveis por MGA; • Um manual interativo digital (em formato CD) com conjunto de informação de suporte à seleção e implementação dos modelos propostos; • A implementação dos modelos propostos em Organizações de Proprietários Florestais que permitam aferir os resultados obtidos, baseados nos MGA e de gestão profissional ajustados aos diferentes contextos identificados; Estes resultados produzirão impactos diretos no território e nas respetivas entidades, os quais serão avaliados de forma objetiva ao nível: Da melhoria dos serviços de aconselhamento aos proprietários florestais, prestado pelas suas associações, no âmbito da gestão dos riscos de incêndio, pragas e doenças; Do aumento da eficiência e eficácia no apoio aos proprietários florestais através dos instrumentos de apoio à decisão por parte das entidades gestoras dos territórios que se baseiam na adoção de modelos de gestão florestal agrupada e ferramentas informáticas de apoio à gestão de áreas agrupadas. Do aumento do investimento na florestal com maior segurança nos resultados (no sentido de menores perdas devidas aos incêndio e menores danos causados pelas pragas e doenças); Da avaliação fundamentada em novo conhecimento para o ajustamento dos instrumentos de medidas políticas com incidência nos incêndios florestais e proteção da floresta contra agentes bióticos. Os potenciais beneficiários dos resultados desta iniciativa são: - Associações de Proprietários Florestais - Proprietários Florestais. - Empresas do setor - Entidades do sistema de defesa da floresta contra incêndios. - Entidades envolvidas na proteção florestal contra agentes bióticos. - Decisores políticos nas áreas da floresta, conservação da natureza, economia e proteção civil.
