Identificar e encontrar soluções eficientes e sustentáveis para mitigar e combater danos e perdas de produtividades na floresta de eucalipto devido ao Gorgulho-do-Eucalipto (Gonipterus platensis), dirigidas a produtores, empresas e associações.
Parceiros
Prioridade Temática
Aumento da eficiência dos recursos na produção agrícola e florestal
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
O eucalipto é uma das principais espécies que, em Portugal, sustentam uma das mais importantes fileiras do setor florestal, cuja relevância económica e social é indiscutível. Contudo, enfrenta um conjunto de problemas de onde se destacam os fitossanitários, nomeadamente os ataques do gorgulho-do-eucalipto (Gonipterus platensis) que se têm vindo a verificar desde 1995, ano em que foi detetado pela primeira vez no nosso país. As perdas no volume comercial verificadas em povoamentos atacados pelo gorgulho-do-eucalipto atingem um valor médio de 51%. Para uma percentagem de 50% de desfoliação verificam-se perdas em volume de 21%, enquanto para uma percentagem de desfoliação de 75%, essas perdas aumentam exponencialmente para valores de 42%. Em situações mais graves, as desfolhas intensas e consecutivas ao longo dos anos podem mesmo provocar a perda total da madeira utilizável (ICNF, 2014). De referir que esta praga ataca preferencialmente povoamentos de eucalipto entre os 2 e os 4 anos de idade (transição folha jovem para folha adulta) e os adultos, ficando assim o retorno do investimento desde logo comprometido. Ao agravamento da situação provocada pelo gorgulho-do-eucalipto, estão associados outros fatores que têm influenciado a produção do eucalipto e a sua sustentabilidade económica. É pois necessário dar continuidade a um conjunto de ações que visem suportar os produtores e gestores florestais de técnicas mais eficazes na prevenção e controlo desta praga e uma maior divulgação dos resultados entretanto já obtidos, reforçando o estabelecido na versão em vigor do Plano de Controlo para o inseto Gonipterus platensis, publicado em fevereiro de 2015 pelo ICNF.
Objetivos visados
Esta iniciativa tem como objetivo definir novas estratégias de intervenção que, tirando partido de todo o conhecimento já existente e da experiencia acumulada sobre esta matéria possam: - Diminuir os custos da aplicação de medidas de luta contra o gorgulho; - Aumentar a sua eficácia relativamente aos utilizados e previstos no Plano de controlo do G. platensis; - Diminuir os riscos relacionados com o uso da luta química (otimização do seu uso) em articulação com formas de gestão de caracter preventivo, contribuindo para a sustentabilidade da floresta de eucalipto; - Estar adaptados às diferentes escalas de intervenção (proprietário individual/ grandes áreas). Esta iniciativa pretende assim contribuir para a diminuição dos impactos negativos que o G. platensis tem provocado, tendo por base o desenvolvimento de estratégias operacionais integradas através da identificação de novas formas de atuação, nomeadamente a implementação de práticas de gestão florestal adequadas, através do desenvolvimento de modelos silvícolas e novas ações integradas de luta química, biológica e biotécnica, para além daquelas que foram já identificadas no Plano de controlo do G. platensis. Os objetivos específicos que irão orientar as fases deste GO são: - Prevenir o aparecimento de novas áreas afetadas (fase 1) baseados em modelos silvícolas ajustados; - Diminuir os impactos em áreas afetadas pelo G. platensis e recuperar áreas degradadas (fase 1) através da implementação das estratégias integradas de atuação; - Desenvolver novos meios de luta contra G. platensis numa ótica de gestão integrada dos eucaliptais afetados, através de soluções inovadoras de luta química, biológica e biotécnica, adaptadas aos modelos silvícolas do eucalipto em Portugal (fase 1); - Estimar a evolução da situação do G. platensis, através de métodos expeditos, integrando diversas metodologias (fase 2) - Analisar os impactos das ações já implementadas e a implementar no âmbito deste GO (fase3) - Estimar as perdas provocadas pelo G. platensis e propor alteração/revisão das medidas de apoio financeiro de forma a torná-las mais adequados (fase 3) - Transferir o conhecimento gerado de forma ampla aos proprietários/produtores, gestores e técnicos florestais e dotá-los de medidas preventivas e de controlo mais eficazes (fase 4).
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
O agravamento dos problemas sanitários provocados pelo G. platensis impulsiona este grupo operacional a apresentar os seguintes resultados, que se traduzem num conjunto de instrumentos e ferramentas de utilização direta por parte dos beneficiários identificados. - Manual de apoio (técnicos e proprietários) que defina um conjunto de opções de gestão com a identificação de práticas de gestão de silvicultura preventiva e de apoio ao controlo e erradicação (luta química, biológica e biotécnica) identificando as que possam ser executadas a nível individual e as que devem ser implementadas numa perspetiva global e abrangente, contemplando: a)Modelos silvícolas adequados na prevenção e controlo do G. platensis; b) Definição de práticas de gestão florestal adequadas para melhorar o estado sanitário do eucalipto; c)Fichas alusivas a novas formas de gestão numa perspetiva de segurança ambiental, proteção integrada da floresta e redução de custos associados aos meios de luta contra o G. platensis; - Instrumento de apoio à decisão em resultado da avaliação da dispersão do G. platensis; - Análise custo/benefício das práticas previstas pelo GO - avaliação dos impactos económicos das medidas empreendidas e propostas de atuação sustentáveis. - Documentação de apoio para um melhor serviço de aconselhamento aos proprietários florestais, prestado pelas associações de produtores, no âmbito do combate ao G. platensis; - Relatório de avaliação do conhecimento produzido para o ajustamento dos instrumentos de medidas políticas de proteção da floresta contra agentes bióticos, em particular contra o G. platensis.
Os beneficiários diretos serão os proprietários florestais e os agentes económicos que intervêm na valorização da fileira do eucalipto, nomeadamente as associações de proprietários florestais, os prestadores de serviços florestais e outras empresas ligadas ao setor e as entidades envolvidas na proteção florestal contra agentes bióticos.