FNAPF - Federação Nacional das Associações de Proprietários Florestais
Designação da parceria
GI(PiN) - Gestão Integrada do Pinhal/Nemátode da Madeira do Pinheiro
Iniciativa a desenvolver
Transpor os constrangimentos causados pela doença da murchidão do pinheiro, conjugando novas formas de gestão, meios de diagnóstico e de luta e diminuir o seu impacte, controlar a expansão e contribuir para um retorno da confiança no pinheiro bravo.
Parceiros
Prioridade Temática
Aumento da eficiência dos recursos na produção agrícola e florestal
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
A doença da murchidão do Pinheiro (DMP) é resultado de uma interação complexa entre 3 organismos muito distintos: o nemátode da madeira do pinheiro (NMP), um inseto vetor e uma árvore hospedeira. Em todo o mundo, o NMP é o único elemento comum à interação, já que os vetores (Monochamus spp.) e as árvores hospedeiras (Pinus spp.) variam de local para local. Em Portugal, a introdução do NMP em 1999 acrescentou no ecossistema do pinhal bravo mais um fator de declínio, que até então se devia sobretudo a incêndios florestais e a surtos de insetos subcorticais. A DMP tem impactes negativos na fileira do pinho que se consideram muito relevantes. Desde 2008 que a totalidade do território continental foi considerada Zona Demarcada, que integra uma Zona Tampão (ZT), de 20 km de largura delimitada ao longo da fronteira com Espanha, e o restante espaço territorial continental, composto pelos locais de intervenção (LI) e pela restante zona, sem presença do NMP. Para controlar a DMP procede-se à eliminação das árvores com sintomas de declínio antes do início do período de voo do vetor e à extensão da implementação de restrições à circulação de madeira suscetível originária dos LI para o resto da zona infestada. As medidas de controlo, integradas no plano de ação nacional para o controlo da dispersão do NMP, estão essencialmente direcionadas para a atuação na ZT. Na restante zona tem-se verificado o aparecimento da doença em novas áreas, o que coloca em causa a eficácia das medidas adotadas. Por isso, em 2014 foi criado uma Task Force pela União Europeia, liderada pelo Serviço Alimentar e Veterinário da Comissão Europeia, e composta por especialistas de 10 Estados-Membros que apresentou propostas de solução para as dificuldades encontradas, recomendando medidas para aumentar a eficiência no controlo do NMP, das quais se destaca a implementação de uma zona de contenção ativa (ZCA), na frente de expansão natural da doença, novos métodos de gestão florestal, a utilização de meios de diagnóstico precoce e a procura de novos meios de luta. Este Grupo Operacional pretende corporizar algumas destas propostas apresentadas.
Objetivos visados
Com esta iniciativa, direcionada para o controlo da DMP, cujos impactes negativos ao nível da fileira do pinho são bastante relevantes, pretende-se desenvolver estratégias operacionais que ultrapassem os constrangimentos identificados, de acordo com os normativos e orientações nacionais e comunitárias, tornando a gestão destes espaços florestais mais eficiente. A conjugação de novas atividades de gestão florestal, meios de diagnóstico precoce e novos meios de luta, contribuirão para: • reduzir o impacte económico nas zonas onde a doença se encontra presente; • controlar a sua expansão para novas áreas; • um retorno da confiança dos proprietários florestais para a manutenção e plantação de novas áreas de pinheiro bravo.
Objetivos gerais do Grupo Operacional: 1 - Definir, planear e promover práticas de gestão florestal adequadas com o objetivo de melhorar o estado sanitário do pinhal. 2 – Desenvolver, avaliar e validar métodos de deteção precoce de árvores potencialmente infetadas que possam proporcionar uma intervenção mais rápida e eficaz no controlo da dispersão do NMP. 3 - Ajustar os procedimentos para controlar a dispersão natural de vetores infetados com NMP
Objetivos específicos do Grupo Operacional: • Criar uma Zona de Contenção Ativa onde se possa atuar mais eficazmente para evitar a dispersão do NMP para os pinhais não infetados; • Determinar áreas prioritárias de intervenção nas zonas infetadas para controlo da DMP; • Avaliar o risco de novas formas de sustentabilidade do pinhal, nomeadamente da resinagem; • Avaliar a influência dos incêndios florestais no aumento da dispersão natural do NMP; • Constituir formas de minimizar o risco de efetuar operações florestais durante o período de voo do vetor; • Utilizar ferramentas expeditas de deteção remota para identificação de árvores em declínio; • Conhecer os tipos de árvores que podem estar infetadas pelo NMP (avaliação do período de aparecimento de sintomas, eficácia da amostragem ao nível do DAP, idade e dimensões); • Avaliar a possibilidade de novos meios de luta química na prevenção/controlo da DMP; • Avaliar o período de emergência e voo do Monochamus galloprovincialis, em diferentes condições climáticas.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
- Criação de uma Zona de Contenção Ativa no limite das freguesias com presença do nemátode da madeira do pinheiro e estabelecimento de um plano estratégico específico de contenção da doença; - Definição, planeamento e promoção de práticas de gestão florestal adequadas para melhorar o estado sanitário do pinhal; - Proposta de novas formas de gestão do material contaminado numa perspetiva de segurança ambiental, proteção integrada da floresta e redução de custos; - Conhecimento do efeito da resinagem no aumento da resistência do pinhal à Doença da Murchidão do Pinheiro; - Avaliação do risco real da dispersão do NMP através de árvores que expressam sintomas de murchidão tardios (na primavera); - Determinação de métodos de avaliação precoce de árvores potencialmente infetadas; - Avaliação da capacidade de atração, da distância e duração da atratividade de áreas de pinhal percorridas por incêndio; - Aumento da segurança fitossanitária das atividades de exploração florestal em pinhal nas freguesias classificadas como Locais de Informação; - Desenvolvimento de um método rápido, eficaz e de baixo custo para a classificação de danos; - Validação da eficácia de amostragem de árvores ao nível do DAP em diferentes regiões climáticas; - Avaliação da possibilidade de pinheiros em declínio, devido a outros agentes bióticos e abióticos, poderem ser selecionados pelas fêmeas do vetor para realização da postura e verificação da ocorrência de transmissão secundária; - Cálculo do risco de infeção por NMP em pinhais de diferentes idades/ dimensões; - Desenvolvimento de novas substâncias químicas (inseticidas/nematodicidas) como método preventivo e de controlo do NMP/vetor; - Avaliação do período de emergência e voo do vetor em diferentes condições climáticas.
O principal beneficiário desta iniciativa é o país que, através do conhecimento gerado pelo Grupo Operacional, registará avanços nos métodos de controlo da dispersão do NMP, muitos deles propostos pelo Grupo de Trabalho da Comissão Europeia. Os beneficiários diretos serão os proprietários florestais e os agentes económicos que intervêm na valorização da fileira do pinheiro bravo.