TERRAS DENTRO - Associação para o Desenvolvimento Integrado
Designação da parceria
Agricultura e Alterações Climáticas: Estratégias de Adaptação no Alentejo
Iniciativa a desenvolver
O GO destina-se a desenvolver e promover boas práticas e medidas de mitigação/adaptação às alterações climáticas ao nível da produção agrícola e pecuária, ajustando fatores de produção, técnicas culturais e, preservando os recursos naturais. O grupo de entidades envolvidas têm consciência de que o clima afeta a agricultura a vários níveis, desde a produtividade das culturas agrícolas, à possibilidade de executar as tarefas agrícolas em tempo oportuno, à incidência de pragas, doenças e infestantes, fatores que começam a condicionar a distribuição geográfica das culturas na região. A partir do conhecimento das dificuldades sentidas e estratégias já utilizadas pelos agricultores, o grupo vai realizar ensaios com algumas culturas e com algumas técnicas, de forma a definir boas práticas e medidas de mitigação às alterações climáticas. No final, será editado um manual para disseminar estas boas práticas, esperando que sejam um contributo e sirvam de exemplo para a região e para o país.
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da gestão dos sistemas agroflorestrais
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
O problema que se pretende abordar são as medidas de adaptação/mitigação às alterações climáticas que já se fazem sentir no setor agrícola. A necessidade da adaptação da agricultura às alterações climáticas é um dos problemas que se faz sentir no setor. Atingir o objetivo de produzir a baixo custo e de uma forma sustentável com as alterações climáticas que se fazem sentir é um grande desafio para o qual pretendemos contribuir. Exige a implementação de novas técnicas e novas culturas, que permitam a conservação dos recursos e que ao mesmo tempo sejam economicamente viáveis, ou seja precisamos de novos métodos e técnicas que serão a base de trabalho do grupo. No entender do grupo, estas alterações são possíveis se investigadores e agricultores trabalharem juntos, partilhando o conhecimento e desenvolvendo novas técnicas em conjunto. É precisamente o que esta iniciativa pretende fazer promover a inovação ao nível das técnicas de adaptação da agricultura às alterações climáticas envolvendo investigadores, técnicos e agricultores e suas organizações de forma a haver troca de conhecimento e experiências com vista à obtenção de resultados que permitam tirar conclusões que se possam disseminar junto de outros agricultores. Será acima de tudo a transferência de tecnologia e de conhecimento científico- tecnológico. Sentimos de uma forma geral que será uma oportunidade a existência de algum conhecimento empírico e cientifico sobre o tema, apesar de muito disperso, e sem aplicação junto dos agricultores. As entidades envolvidas na constituição do GO, mesmo antes de apresentar esta proposta já reuniam à mais de um ano com a preocupação de trabalhar o tema. Todas as entidades envolvidas têm conhecimentos sobre o tema, contactos com agricultores e empresas do setor, de forma que já é possível identificar as culturas e algumas das técnicas que vão integrar os trabalhos. O ISA e a Universidade de Évora possuem dados sobre o clima na região, que podem ser utilizados. A ZEA tem dados sobre práticas de condução das culturas nos diversos tipos de ano em função das alterações climáticas. A Conqueiros Invest já introduziu nas suas praticas de gestão da rega sondas em todas as percelas e caudalimetros em todos os Pivot, a fim de monitorizar o consumo de água com fiabilidade acrescida A conqueiros invest está neste momento a participar no Projeto Portugal 2020 n.º 17460 – Demonstração ISOMATIS, (projeto Eureca) em parceria com uma empresa de desenvolvimento de software e o Instituto politécnico de Beja, com o objetivo de testar uma solução de controlo de funcionamento de equipamento de regas, a fim de otimizar, principalmente, o consumo de água e energia. Esta otimização é realizada através de algoritmos de cálculo das melhores alturas de rega do ponto de vista energético. Posteriormente será integrado no algoritmo energético os dados das sondas, encerrando o ciclo de otimização do consumo de água e energia.
Objetivos visados
O principal objetivo deste grupo operacional é desenvolver e promover boas práticas e medidas de mitigação/adaptação às alterações climáticas ao nível da produção agrícola e pecuária, ajustando os fatores de produção e as técnicas culturais, e preservando os recursos naturais. Este objetivo concorre para a adaptação nas políticas e práticas setoriais, abordando de forma prioritária as preocupações específicas em matéria de adaptação às alterações climáticas identificadas pelo setor da agricultura na ENAAC. Como objetivos específicos são de enunciar: a) Implementação projetos-piloto e de demonstração de boas práticas de adaptação às alterações climáticas; b) Melhorar a eficiência do uso da água na rega; c)Utilização de rega de apoio e o seu resultado em algumas espécies, de forma a estender a época de pastoreio. d) Avaliar os impactos económicos das alterações climáticas e determinar a viabilidade das estratégias de adaptação e) - Reduzir o risco associado a eventos extremos - a introdução de culturas e espécies mais adaptadas às condições climáticas previstas assim como a introdução de culturas de sequeiro nas rotações, assim como a rega de determinadas culturas habitualmente em regime de sequeiro; f) Restaurar e preservar o solo através da melhoria da fertilidade e da estrutura do solo, através da realização de determina da cultura e/ou alteração nas rotações habitualmente praticadas; g) Tentar a utilização de espécies pratenses que tenham bons desempenhos e maior produção de matéria seca: adaptabilidade à persistência da pastagem Implementação de técnicas de maneio de gado e gestão de pastagens para aumentar a resiliência da atividade pecuária extensiva h) Demonstração, divulgação e disseminação do conhecimento. Isto significa que se pretende lançar o debate no setor agrícola sobre as alterações climáticas, sobre as medidas de adaptação, como se podem operacionalizar tendo presente a componente social, tecnológica e de sustentabilidade.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
As partes interessadas e beneficiários do projeto são os agricultores, investigadores, técnicos do setor agrícola, decisores políticos e comunidade em geral. Atingir o objetivo de produzir a baixo custo e de uma forma sustentável com as alterações climáticas que se fazem sentir é um grande desafio que exige uma mudança fundamental numa altura em que a agricultura volta a ser um setor muito procurado, até por quem não possui muitos conhecimentos técnicos na área. .Este trabalho conjunto entre as partes interessadas no Projeto pretende contribuir para um objetivo que deveria ser global, do interesse de todos na medida em que as alterações climáticas são identificadas "como uma das maiores ameaças ambientais, sociais e económicas que o planeta e a humanidade enfrentam". Os técnicos e investigadores envolvidos terão também o seu conhecimento reconhecido e utilizado pelo setor da mesma forma que terão contacto com todo um saber empírico dos agricultores e um conhecimento aprofundado das suas necessidades que será seguramente um contributo na investigação futura a realizar. O principal resultado deste projeto será o “guia de boas práticas para a prevenção/mitigação das alterações climáticas destinado à agricultura” que não será mais do que um manual de implementação de novas técnicas e novas culturas adaptadas às alterações climáticas. Outro resultado serão os estudos de caso referentes a algumas culturas e/ou ocupações de solo, nomeadamente: pastagens, ervilha e grão-de-bico, e adaptação do pivô. Para cada um destes estudos de caso serão criadas fichas técnicas, pudendo ser replicadas em explorações que o pretendam. Estas fichas incluem os fatores de produção, as técnicas utilizadas, as datas das operações culturais, as produções obtidas, a compatibilidade com diferentes tipos de solos, rotações, e outras especificidades que estarão disponíveis no site do projeto. Para além destes resultados será disponibilizado um acesso gratuito que permita a agricultores e investigadores à informação referente à monitorização e controlo dos ensaios, assim como aos resultados dos inquéritos e levantamentos iniciais. Estes inquéritos e levantamentos iniciais são importantes porque nenhuma desta informação está organizada, não se sabe quais as medidas que os agricultores estão a adotar e muito menos que investigação já está realizada para puder identificar as lacunas ainda existentes. Por último, importa referir que serão produzidos artigos para divulgação no site e mesmo em jornais e revistas.
Interlocutor
Presidente da Terras Dentro - Elsa da Conceição Branco