BIOPROTEC-Associação Nacional dos Engenheiros de Agricultura Biológica
Designação da parceria
EspumaBio
Iniciativa a desenvolver
Resolução do problema da concentração em excesso de SO2 nos vinhos, para os consumidores, pela experimentação da produção de Espumante Biológico com adição de mosto fresco, ou com mosto amuado pelo frio para obter menos de 50% da dose autorizada.
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da integração nos mercados
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
O Enxofre é um antigo aliado do viticultor na luta contra o Oídio, contudo, aplicado em excesso nas vinhas, para além de conduzir à acidificação do solo, provoca geralmente, nos vinhos, o desenvolvimento do ácido sulfídrico (H2S) de cheiro característico a “ovos podres”. Já durante a Idade Média, o “Enxofre” era aplicado nos vinhos com o objetivo de, durante a fermentação alcoólica dos mostos, inibir o desenvolvimento das bactérias e das leveduras não desejadas. Atualmente, a sua forma mais aplicada nos vinhos é o dióxido de enxofre, com as finalidades antioxidante, bactericida e fungicida. O dióxido de enxofre (SO2), ou Anidrido sulfuroso, que na natureza se produz pela atividade vulcânica, obtém-se pela combustão do Enxofre. É um gás denso, incolor, tóxico e a sua inalação causa uma “irritação violento”. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma pessoa, com exceção das pessoas asmáticas por serem particularmente sensíveis ao dióxido de enxofre e este ser potencialmente perigoso para este grupo de pessoas, pode consumir diariamente, no máximo, o equivalente a 0,7mg de SO2/litro por quilo de peso. O mesmo será dizer que uma pessoa com 70Kg pode consumir, por dia, até 49mg de SO2. Como os limites máx. atuais de sulfuroso para os espumantes naturais bio. se situam em 205 mg/l e em 155 mg/l para os espumantes de qualidade bio., então uma pessoa com 70Kg, no limite, pode ingerir 23cl de V. Espumante com 205mg/l. No limite, poderá ingerir uma das seguintes quantidades de vinho: 21cl de V. Espumante com 235mg/L; ou 23cl de V. Br./Rosado com 210mg/L; ou 30cl de V. T./Palhete com 160mg/L. Estamos perante um problema que o vitivinicultor não tem conseguido ultrapassar. Por um lado a OMS reconhece a perigosidade do SO2 nos vinhos para o consumidor e por outro os vitivinicultores na sua generalidade, com os conhecimentos que detêm sobre este assunto, não têm conhecimentos que lhes permitam reduzir as quantidades de SO2 que utilizam na fermentação e estágio dos seus vinhos.
Objetivos visados
Objetivo global: O projeto “Vinificação de Espumantes em Produção Biológica” visa o incremento da produção, economicamente viável, de Vinhos Espumantes Biológicos, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e a biodiversidade. Objetivos operacionais (Ações): Experimentar um método de aplicação de mosto fresco, ou amuado, em substituição da adição de açúcar de cana, segundo o método biológico de vinificação e estágio de espumantes, o que permite a aplicação de, no máximo, metade da dose de SO2 autorizada pelo Reg. UE nº 315/2012 da Comissão de 12/Abril. Este projeto tem um caráter inovador pois vamos obter um vinho feito exclusivamente com mosto de uvas, sem a adição de açúcar de cana, e que minimiza os problemas causados pelo consumo de dióxido de enxofre (potencialmente muito perigoso para o grupo das pessoas asmáticas) ao reduzir em, pelo menos, 50% a quantidade de sulfuroso aplicado nos vinhos espumantes biológicos.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
No final do projeto esperamos obter espumante produzido exclusivamente com mosto, sem adição de açúcar de cana, e com metade da dose do sulfuroso autorizado. A testemunha com açúcar de cana será para podermos ter o máximo de provas da redução do SO2 nos espumantes produzidos por este novo método. A experimentação dar-nos-á o conhecimento de qual a melhor altura para vindimar o mosto a adicionar (mosto fresco obtido numa 2ª vindima posterior à primeira ou mosto vindimado na primeira vindima e mantido amuado pela ação do frio, sendo adicionado posteriormente) em ambos os casos a adição de sulfurosos será metade da autorizada. - No final do projeto haverá 3 produtores de vinhos espumantes com baixo teor de sulfuroso (80mg/l). - A capacidade de Produção é, pelo menos, 40.000 garrafas de Espumante Biológico com menos de 100mg/l de Dióxido de Enxofre Total.
Durante o projeto vamos demonstrar/divulgar a aplicação deste método biológico de vinificação e estágio em vinhos espumantes aos Vitivinicultores nacionais biológicos e potenciais produtores de espumantes biológicos a nível nacional. Esperamos atingir cerca de 500 produtores em ações de divulgação realizadas pelo País em colaboração com a Agrobio.