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parceiro responsável pela parceriaTERRAPRIMA– Serviços Ambientais, Sociedade Unipessoal, Lda.
Designação da parceriaGO SOLO: Avaliação da dinâmica da matéria orgânica em solos de pastagens semeadas biodiversas através do desenvolvimento de um método de monitorização expedito e a baixo custo
Iniciativa a desenvolverDemonstração expedita e a baixo custo do teor de matéria orgânica do solo em pastagens semeadas biodiversas e sua capacidade de sumidouro de carbono, como forma de promover a produção, disseminação e adoção de práticas mais sustentáveis
Parceiros
Prioridade TemáticaAumento da eficiência dos recursos na produção agrícola e florestal
Domínios
NUTS IContinente
Identificação do problema ou oportunidadeA Terraprima – Serviços Ambientais geriu um projeto financiado pelo Fundo Português de Carbono (FPC) entre 2009 e 2014 para a instalação e manutenção de Pastagens Semeadas Biodiversas (PSB) permanentes e ricas em leguminosas. Neste projeto cerca de 1.000 agricultores receberam aconselhamento técnico e foram remunerados pela sementeira de 50.000 hectares de novas PSB que sequestraram 1 milhão de toneladas de CO2. O potencial de sequestro deste sistema, quando corretamente gerido, provém da sua alta produtividade e potencial de aumento do nível da matéria orgânica no solo (MOS).
Todavia, a monitorização de MOS para determinação de sequestro de carbono é onerosa, uma vez que exige (1) a recolha de amostras e (2) a sua análise laboratorial. Quanto a (1), experiência dos técnicos Terraprima mostra que é possível recolher manualmente cerca de 10 amostras compósitas de solo (i.e. mistura de solo recolhido ao longo da parcela) num dia, o que se traduz num custo estimado de 5 €/amostra (assumindo um custo total de 1.000 €/mês com o técnico). A isto acresce o custo laboratorial (2), que se estima em cerca de 10 €/amostra (apenas para MOS).
No projeto FPC foi então utilizado um fator fixo de sequestro baseado numa média histórica de aumento de MOS em PSB (Teixeira et al. 2011). Uma validação na área do projeto durante todos os anos implicaria um custo da mesma ordem da remuneração efetiva aos agricultores. Mesmo uma monitorização por amostragem seria inviável – cada hectare sequestra em média 5 toneladas de CO2, e o preço médio pago por tonelada foi de 12€; uma amostragem de apenas 10% da área resultaria num aumento de preço de 2€ por tonelada tornando o projeto inviável aos preços à época no mercado de carbono. Não foram os agricultores, quando o seu desempenho era superior à média, remunerados como tal.
Sem uma solução para este problema, futuras oportunidades de valorização do serviço ambiental de sequestro de carbono no solo continuarão a ser limitadas.
Objetivos visados Este GO tem 2 focos principais: (i) os agricultores com PSB (ou outros interessados na sua sementeira) capacitando-os para uma melhor gestão da MOS como chave na produção de serviços ambientais e benefícios económicos na sua valorização, assim como na opção por práticas de gestão mais sustentáveis, nomeadamente facilitando o seu acesso a uma monitorização de MOS custo-eficiente; (ii) os decisores e técnicos, ao criar as condições de disponibilidade de dados que levarão a uma análise adequada dos resultados de políticas públicas, como por exemplo, a avaliação de medidas agro-ambientais e a monitorização de futuros projetos de promoção de sequestro de carbono em pastagens.
Os objetivos estratégicos desta iniciativa, alinhados com as prioridades da PEI, são:
1. Dotar os agricultores de conhecimento que permita aumentar a eficácia da gestão agrícola numa perspetiva de caracterização e potenciação dos serviços ambientais gerados, no que diz respeito ao solo.
2. Criar uma abordagem metodológica que reduza substancialmente o custo de obtenção de informação sobre teores de MOS e que permita que mais agricultores recorram de forma regular a esta ferramenta de gestão.
Do ponto de vista operacional, os objetivos da iniciativa são:
3. Desenvolver um novo método expedito para amostragem e análise de MOS que se afaste da recolha manual de amostras analisadas laboratorialmente, usando como nível intermédio a recolha automática e a deteção próxima por forma a calibrar o objetivo final que é a utilização de métodos de deteção remota sem amostragem.
4. Produção de cartografia relativa à variação interanual de MOS em PSB a partir do método inovador e de baixo custo desenvolvido no projeto.
5. Estudar a relação entre as práticas de gestão das PSB de parceiros no GO SOLOS e a MOS;
6. Divulgar o impacto quantificado das práticas sobre a MOS entre a comunidade de agricultores Terraprima e outros e organismos da administração central e regional.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários(1) Cartografia referente aos teores de MOS nas áreas de estudo, incluindo também densidade aparente do solo, com resolução espacial semelhante às imagens de satélite e capturando a variabilidade espacial na exploração e temporal nos 5 anos do projeto. Estes resultados serão úteis à totalidade dos agricultores intervenientes.
(2) Interpretação da cartografia relativamente ao efeito de diferentes práticas agrícolas na MOS para agricultores parceiros do GO SOLOS. Serão beneficiários indiretos os agricultores com PSB (que passam a poder equacionar a MO do solo nas suas decisões de gestão); todos os agentes públicos responsáveis pela definição e/ou acompanhamento da implementação de políticas públicas agrícolas; os agentes públicos e privados interessados na valorização da componente “gases com efeito de estufa” e “pegada de carbono”; os agentes públicos responsáveis pela monitorização dos efeitos das políticas públicas nos domínios da agricultura e do clima (SNIERPA).
(3) Cartografia de carácter preditivo resultante da aplicação do método para estimativa de MOS calibrado nas áreas do projecto e aplicado à área de implementação potencial de PSB (Alentejo, Beira Interior e Ribatejo e Oeste). Este resultado será relevante para agricultores que decidam instalar PSB, permitindo a estimativa dos aumentos de MOS e respetivo sequestro de carbono.
(4) Protocolos normalizados de utilização dos equipamentos e métodos referidos na medição do teor de MOS. Serão beneficiários deste protocolo todos os utilizadores futuros destas técnicas em Portugal.
(5) Produção científica associada às atividades do GO SOLO. Serão beneficiários deste conhecimento a comunidade científica, os decisores políticos e a comunidade técnica interessada. Este passo é essencial para a credibilização das metodologias e para a segurança na sua utilização futura por agricultores e decisores.
(6) Produção de materiais de divulgação associados às atividades do GO SOLO, nomeadamente sob a forma de recomendações para o aumento de teor de MOS e da capacidade de sumidouro de carbono. Serão beneficiários deste conhecimento os agricultores e o público em geral.
O GO SOLO dedica-se exclusivamente a PSB para aproveitar a experiência da Terraprima e ligação a agricultores com PSB, pela importância do sistema na agricultura e política ambiental portuguesa, e para preparar futuros mecanismos de remuneração de sequestro de carbono.
A quantificação da MOS e avaliação do efeito das práticas em PSB será fundamental no processo de disseminação entre os agricultores, na utilização dessa informação para efeitos de marketing e de diferenciação de produtos, ou na utilização dessa informação no acompanhamento público de políticas económicas e ambientais com incidência nas práticas agrícolas. Será, ainda, um passo necessário, a médio/longo prazo, em qualquer abordagem de valorização dos territórios rurais por via da remuneração dos serviços de ecossistema (e.g. no caso de um eventual futuro projeto FPC).
Com o GO SOLO será possível ultrapassar a principal barreira identificada à valorização de serviços de sequestro de carbono em PSB – cujo potencial de sequestro é o mais elevado entre os diferentes usos do solo não florestais. Portugal passará a dispor de um método de muito baixo custo para avaliação de MOS (e apresentados os seus resultados) que discrimina espacialmente o desempenho, permitindo a cada agricultor avaliar e melhorar o seu desempenho através da relação entre dinâmica de SOM e práticas de gestão.
InterlocutorTiago Domingos
MoradaTerraprima – Serviços Ambientais, Sociedade Unipessoal, Lda., Avenida Manuel da Maia, nº 36, 3º Esq
LocalidadeLisboa
Código postal1000 - 201
Telefone961616119
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