IPC/ESAC - Instituto Politécnico de Coimbra - Escola Superior Agrária de Coimbra
Designação da parceria
Gestão Adaptativa de Aves Aquáticas Cinegéticas
Iniciativa a desenvolver
Valorização da Exploração Cinegética de Aves Aquáticas Cinegéticas do Baixo Mondego e da Ria de Aveiro, através de: 1) Ensaios de gestão adaptativa; 2) Implementação e monitorização de planos de gestão de aves aquáticas cinegéticas
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da gestão dos sistemas agroflorestrais
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
Os EUA e o Canadá são bons exemplos na gestão de Anatídeos cinegéticos, visto que fazem uma gestão adaptativa das populações à escala continental (http://www.flyways.us/frontpage?page=1), e os caçadores contribuem activamente para a gestão e conservação de milhões de hectares de zonas húmidas (e.g. http://www.ducks.org/). Infelizmente, na Europa tal não se verifica, principalmente por questões políticas. Em Portugal, o Pato-real (Anas platyrhynchos) é basicamente residente (na América do Norte e no Norte da Europa é basicamente migrador), o que nos permitirá fazer uma efectiva gestão e modelação das nossas populações. Este grupo operacional pretende ensaiar aplicação dos mesmos conceitos que são utilizados na América do Norte, mas neste caso à escala local/regional. Os planos de gestão de aves aquáticas cinegéticas (PGAAC) estabelecem os princípios e práticas de gestão comum entre todas as zonas de caça que exploram as mesmas populações. Assim, exigem actividades de monitorização e modelação dos resultados, de forma a permitir o ajuste anual da pressão cinegética, conforme os objectivos, propostos nos referidos planos, e o sucesso reprodutivo verificado na respectiva época de reprodução (para as espécies residentes) ou os quantitativos de migradores esperados no Outono/Inverno - princípios de Gestão Adaptativa. No Baixo Mondego e Ria de Aveiro existem populações locais de Pato-real que interagem e formam uma mesma população regional, e as zonas de caça existentes estão interessadas em serem incluídas nos planos. Estes planos serão os primeiros na Europa, para estas aves aquáticas, e pretende-se que tenham “visibilidade” internacional, atraindo caçadores, técnicos e gestores cinegéticos de toda a Europa, servindo de exemplo de exploração sustentada dum recurso natural, que se pretende que contribua para a Conservação da Natureza e Biodiversidade.
Objetivos visados
O GO pretende dar continuidade aos trabalhos de I&D que têm sido desenvolvidos desde 1993, mas quer passar para um nível de ensaio da gestão adaptativa efectiva, com a implementação dos PGAACs, e os ensaios das modulações populacionais. Irá ser recolhida informação sobre os diversos parâmetros da dinâmica populacional das espécies, relevantes para a gestão cinegética, principalmente para as espécies residentes como o Pato-real, o Galeirão (Fulica atra), a Galinha-d’água (Gallinula chloropus), e para espécies parcialmente residentes como a Frisada (Anas strepera). Neste contexto será prioritária a melhoria do conhecimento ao nível da mortalidade durante o período venatório e o período reprodutor, da adequação do calendário venatório à ecologia das espécies, da identificação de áreas de muda, origem das aves migradoras e suas taxas de fidelidade ao local de invernada, da quantificação das populações nidificantes em Portugal e do seu sucesso reprodutivo. No caso do Pato-real, a espécie de ave aquática cinegética mais caçada, irá ser elaborado e calibrado um modelo para cada população local, que possibilite a simulação das medidas de gestão mais correctas para a espécie, a serem aplicadas nos PGAACs, de forma a serem validadas. A duração prevista do proposto GO irá permitir afinar os modelos para as populações locais da Ria de Aveiro e do Baixo Mondego. No caso das espécies migradoras, as medidas de gestão serão estabelecidas com base no histórico das contagens dos anos anteriores, da severidade do inverno e dos dados que venham a ser facultados pela OMPO sobre o sucesso reprodutivo no Norte da Europa. O sucesso do GO pretende ter “visibilidade” internacional, atraindo caçadores, técnicos e gestores cinegéticos de toda a Europa, servindo de exemplo de exploração sustentada dum recurso natural, e estimular a aplicação dos mesmos conceitos ao restante território de Portugal Continental.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
1 – Pretende-se que os PGAACs resultem consensuais entre os parceiros do GO, as ZC e outras entidades envolvidas localmente. Todas as entidades serão beneficiadas e espera-se o aumento da sustentabilidade económica das zonas de caça e o aumento da entrada de divisas em Portugal, pela atracção de caçadores estrangeiros. Será assim também aumentada a sustentabilidade de alto valor ambiental, com elevado potencial para a Conservação da Natureza. 2 - Estimativas representativas dos totais das aves aquáticas cinegéticas existentes na Ria de Aveiro, Baixo Mondego e CL, ao longo do ano. 3 - Obtenção de taxas de sobrevivência durante o período de reprodução e do período venatório, por classe de sexo e idade. Para as aves migradoras serão obtidas as taxas de sobrevivência e as taxas fidelidade ao local de invernada. Num contexto de alterações climáticas, serão comparados os valores das taxas anteriormente referidas, em função da severidade dos Invernos. Nesta tarefa também serão estudados os movimentos locais, regionais e internacionais, com identificação de padrões e rotas utilizadas. 4 - Estimadores representativos do esforço de caça dirigido às diferentes espécies de aves aquáticas, ao longo do período venatório, e respectivo sucesso de caça. 5 - Estimadores representativos do sucesso reprodutivo das espécies residentes. 6 - Modelos funcionais para as 2 populações locais de Pato-real, com aferição anual. 7 - Compilação e estruturação em formato de relatório de toda a informação produzida para mais fácil consulta por entidades externas ao GO e pelo público em geral. Os beneficiários finais serão assim as zonas de caça envolvidas nos PGAACs (da Ria de Aveiro e do Baixo Mondego, incluindo a gerida pela SAQF), e a zona de caça gerida pela CL. A FENCAÇA e a FCPBL serão beneficiadas, quer por as ZC que representam serem beneficiadas, quer por a gestão das aves aquáticas cinegéticas ao nível local/regional passar a ser adaptativa logo mais sustentável do ponto de vista ecológico e económico. A metodologia desenvolvida poderá ser aplicada às restantes ZC que explorem as aves aquáticas cinegéticas. Pelas mesmas razões, o ICNF enquanto entidade que tutela o sector cinegético também será beneficiado. A ESAC será beneficiada pelo aumento da ligação ao sector produtivo local/regional. A atracção de caçadores estrangeiros beneficiará Portugal pelo aumento da entrada de divisas.
Interlocutor
David José de Carvalho Rodrigues
Morada
Departamento de Recursos Florestais, Escola Superior Agrária de Coimbra