MicoVal - A Micosilvicultura como veículo para a valorização dos recursos micológicos
Iniciativa a desenvolver
Capacitar as associações e os proprietários florestais das ferramentas necessárias para gerirem os seus recursos micológicos e aplicarem técnicas de micosilvicultura nos seus povoamentos florestais.
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da gestão dos sistemas agroflorestrais
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
A região de Ponte de Sor é por excelência uma região produtora de inúmeras espécies de cogumelos comestíveis, maioritariamente associados aos povoamentos florestais existentes. A atividade de colheita e venda de cogumelos comestíveis é uma prática corrente nesta região do País, contudo encerra fraquezas bem identificadas: a ausência de gestão dos recursos micológicos, a falta de conhecimento dos proprietários sobre as espécies e os seus ciclos produtivos, a falta de conhecimento sobre as técnicas de micosilvicultura. Esta situação subsiste pois os proprietários não possuem na sua maioria, conhecimentos para proteger e gerir os recursos micológicos existentes na suas áreas florestais, pese embora muitos sintam o ensejo de explorar os cogumelos silvestres para aumentar os seus rendimentos ou diversificar as suas atividades. A não existência de indicadores de fácil interpretação que permitam a identificação das áreas mais aptas para a exploração de cogumelos silvestres é um dos problemas a ultrapassar. A instalação de parcelas experimentais em áreas de reconhecida produtividade de cogumelos silvestres permitiria validar/adaptar os modelos de produção produzidos para realidades distintas da atual e paralelamente aferir de que forma diversos fatores conhecidos por ter impacto nas comunidades fúngicas (estrutura e composição da vegetação, intensidade de pastoreio, controlo de matos, propriedades do solo) alteram a produtividade de cogumelos comestíveis e simultaneamente a diversidade das comunidades fúngicas do solo. Importa sensibilizar as associações florestais dotando-as das ferramentas necessárias para gerirem os recursos micológicos endógenos da região e auxiliarem os seus associados a incluir estes recursos nos seus planos de gestão florestal.
Objetivos visados
A valorização dos recursos micológicos endógenos de Ponte de Sor e a sua integração numa gestão multifuncional dos povoamentos florestais, sem nunca perder de vista a preservação do património micológico natural, é o objetivo geral desta iniciativa, sendo objetivos específicos: 1. Definir indicadores para selecionar áreas adequadas para exploração de recursos micológicos 2. Validar/adaptar modelos existentes sobre a gestão dos recursos micológicos 3. Aplicar a gestão micosilvícola na região de Ponte de Sor
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
Com a presente iniciativa pretende-se sensibilizar as associações, proprietários e público em geral para a importância das comunidades fúngicas do solo e conduzi-los a adotar práticas que vão favorecer a diversidade fúngica, o bom funcionamento dos solos e a melhoria dos recursos hídricos. Concretamente, pretende-se a implementação das práticas de micosilvicultura na gestão dos povoamentos florestais, pois estas medidas, para além de promoverem o aproveitamento sustentável dos cogumelos silvestres, terão um impacto positivo na floresta, dado que a correta gestão do micobiota promove a fitness das espécies florestais e aumenta a sua capacidade de resistir a agentes patogénicos. Os principais beneficiários destas ações são os proprietários florestais, representados ou não pelas suas associações, os municípios e a comunidade em geral. Entre os resultados a atingir, destacam-se:
1) O aumento significativo do número de proprietários florestais que sabem explorar os seus recursos micológicos; 2) O incremento significativo do número de proprietários que incluem os recursos micológicos nos seus planos de gestão florestal; 3) A criação de cartas de ocorrência real e potencial da região para as 3 espécies de cogumelos silvestres comestíveis; 4) A criação de um manual de micosilvicultura que integre a gestão florestal com a gestão dos recursos micológicos;