Associação BLC3 - Plataforma para o Desenvolvimento da Região Interior Centro
Designação da parceria
PinusResina
Iniciativa a desenvolver
Estabelecer novas cadeias de valor de transformação e valorização, competitiva e segura, da resina de Pinus em produtos de alto valor acrescentado.
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da integração nos mercados
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
A resina é um importante recurso do pinhal nacional, mas a falta de capacidade de inovação na sua transformação e de diferenciação em outros mercados têm conduzido a oscilação significativa no mercado de exploração. A produção anual de resina de goma(RG) é de 870.000 MT(2011), sendo produzido maioritariamente na China(76%), seguido do Brasil(8%), Indonésia(7%), India(3%) e da UE(2%). O défice na UE de RG é 162.600 MT e, durante os últimos 5 anos, o seu preço médio é de 2 USD/kg (Pinus pinaster produz 2kg de resina de óleo/árvore/época). Os custos associados com a extração da RG na UE são elevados quando comparados com a Ásia, o que dificulta em termos competitivos a entrada da UE neste mercado. O preço global da RG deverá aumentar tendo em conta a procura. Prevê-se um aumento anual de 3-5%(preço máximo de 3,2USD/kg em abril de 2011), o que constituiu uma oportunidade para aumentar quer a competitividade da produção de RG na UE, quer a sustentabilidade dos pinhais existentes.
Portugal apresenta uma área de 23% de P. pinaster que tem sido progressivamente substituída por outras ocupações de solo (ICNF, 2013). A exploração da resina permite igualmente criar postos de trabalho no território rural e diminui o risco de incêndios nestas áreas. A RG é usada para uma variedade de aplicações, desde borracha sintética até bactericidas e química fina.
Objetivos visados
A iniciativa PinusResina tem como objetivo potenciar o desenvolvimento de novas cadeias de valor, competitivas e seguras, de valorização da resina originada em espaços florestais de pinheiro bravo e manso, tendo em consideração a proteção do ecossistema florestal e as indústrias derivadas, assim como, a sua competitividade. Em particular, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos:
(O1) implementar novas metodologias para a transformação única eficiente dos constituintes facilmente acessíveis da RG combinando métodos biológicos e químicos, eficientes e sustentáveis (assegurar a máxima valorização integral da RG);
(O2) avaliar a toxicidade dos produtos derivados da RG para garantir que as novas cadeias de valor respondem aos princípios da química verde, suportando o desenvolvimento de indústrias ambientalmente responsáveis;
(O3) analisar a variabilidade da composição da resina (variedade, origem e idade da árvore/época do ano de extração) e a capacidade de aproveitamento de resíduos da exploração da resina para novos produtos;
(O4) avaliar a sustentabilidade das novas cadeias de valor e dos produtos derivados da RG, via única de biotransformação;
(O5) analisar comparativamente (Benchmarking) a competitividade das tecnologias estabelecidas com as inovadoras cadeias de valor, considerando todo o ciclo de vida, incluindo a avaliação comparativa entre a RG derivada de pinheiro bravo e manso e comparando também as suas qualidades com as concorrentes originárias de outros países;
(O6) desenvolver uma rede de cooperação entre os diferentes exploradores de resinas; e
(O7) assegurar ampla divulgação dos resultados da iniciativa a nível nacional e internacional, tendo em consideração a necessidade de promover a qualidade da resina portuguesa.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
Obter processos e produtos de elevado valor acrescentado a partir de um importante co-produto da floresta (RG), contribuindo assim, para dinamizar e potenciar o setor da resina em Portugal, apresentando ganhos significativos na fileira do pinheiro bravo e manso.
Em termos específicos, esta iniciativa apresentará os seguintes resultados:
R1: Identificar novas cadeias de valor, ambientalmente responsáveis, de valorização da RG e desenvolvimento de conhecimento que permita a sua industrialização, no contexto das bioindústrias e transferência para o mercado.
R2: Valorizar a qualidade da resina portuguesa face às concorrentes originárias da China e Índia.
R3: Aumentar a eficiência económica de exploração da resina, com base na sua transformação em produtos com maior valor acrescentado.
R4: Aumentar a competitividade e a dimensão da atividade de exploração e transformação da resina em Portugal.
Os potenciais beneficiários da iniciativa são os exploradores florestais e os proprietários, beneficiando diretamente do aumento da valorização dos ecossistemas florestais de pinheiro bravo e manso. Além disso, toda a fileira da resina e do pinho em Portugal será valorizada pelo aumento da competitividade deste setor, através do desenvolvimento de novas formas de valorização da resina de forma competitiva e diferenciadora. Também se perspetiva que possam ser beneficiários desta iniciativa, investigadores, empreendedores e investidores no sector das bioindústrias.