FCT / UNL - Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa
Designação da parceria
SIPlantCOME - Identificação e caraterização de plantas silvestres comestíveis com características nutricionais relevantes e com potencial interesse para a indústria agroindustrial. Produção biológica das plantas selecionadas
Iniciativa a desenvolver
Produção biológica de plantas silvestres comestíveis, caracterização nutricional, e utilização na agroindústria para incorporação na alimentação humana.
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da integração nos mercados
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
A alimentação saudável e sustentável, com recurso ao consumo de produtos hortícolas em cru, minimamente processados ou processados tem sido incutida por profissionais de saúde e pelos media como fulcral na prevenção de diversas patologias. Algumas plantas silvestres consumidas pelos nossos ancestrais como a borragem (Borago officinalis L.), beldroega (Portulaca oleracea L.) ou a leitarega (Hypochaeris radicata L.) proliferam em algumas regiões do nosso país, mas são pouco utilizadas na alimentação. As suas potenciais características nutricionais, nomeadamente o elevado teor em compostos bioativos, minerais e fibra enfatizam a sua importância e os potenciais benefícios que resultam da sua eventual inclusão na alimentação humana. As plantas em causa poderão ainda aumentar a oferta alimentar, seja pelo seu consumo sem qualquer processamento, seja pela sua incorporação em produtos processados. As propriedades das diferentes partes comestíveis destas plantas, nomeadamente raízes, tubérculos, sementes, óleos, frutos, caules, flores e folhas potenciam diferentes formas de consumo e aplicações industriais. Para além do consumo em cru para a preparação de saladas e como ingrediente de pratos confecionados, também se identifica a formulação de sucedâneos de café através da torra de raízes e sementes. Pretende-se também contribuir para a diversificação da alimentação humana. Assim, para além do impacte positivo na saúde pública que poderá advir do consumo destas plantas, a sua potencial transformação na indústria agroalimentar poderá constituir uma área de negócio a explorar.
Objetivos visados
Não existindo em Portugal produção biológica de plantas silvestres comestíveis, consideram-se os seguintes passos e objetivos ao nível da recolha de plantas, optimização da produção, qualidade e utilização alimentar humana: • Recolher plantas em campo, de forma a testar e selecionar as que apresentem maior potencial (produtivo e de qualidade) em estudos preliminares a afectuar em câmaras de crescimento (com condições ambientais controladas) e/ou em estufa, considerando a adequação dos solos e otimização das condições de cultivo. • Caracterização mineral (macronutrientes e micronutrientes) das plantas colhidas em diferentes terrenos em pousio e comparação com as plantas cultivadas em condições controladas. • Indicação (e exploração) do potencial das diferentes partes das plantas para utilização na culinária/restauração e na indústria agroalimentar., assim como do seu valor nutricional. Esta produção de plantas silvestres comestíveis (em modo biológico) tem um potencial económico, aumentado pelo facto da produção e comercialização destas espécies não apresentam fatores concorrenciais.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
A investigação e introdução das plantas (silvestres) comestíveis na cadeia alimentar, bem como o desenvolvimento de novos produtos alimentares saudáveis e sustentáveis com o intuito de responder aos desafios globais, atuais e futuros, enquadra-se na estratégia de Bioeconomia proposta pela Comissão Europeia. Neste enquadramento prevê-se o desenvolvimento de tecnologias e a produção que se antevê estar na base de um mercado potencial por favorecer a prevenção de várias doenças, nomeadamente, cancro, doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes mellitus tipo II. Pretende-se assim obter e disseminar junto dos potenciais interessados na produção de plantas silvestres comestíveis: I. Itinerário técnico para a produção de plantas silvestres comestíveis com características organoléticas e nutritivas vantajosas. II. Coeficientes de produção das plantas silvestres comestíveis e consequente rentabilidade económica. III. Recuperação e promoção do uso de recursos alimentares tradicionais negligenciados. IV. Investigação e Desenvolvimento de produtos alimentares saudáveis e sustentáveis, com a retenção de compostos bioativos que previnam doenças, com características organoléticas vantajosas, com um tempo de vida útil aumentado em relação aos produtos convencionais e viáveis economicamente. V. Alternativas viáveis para comercialização das plantas e dos produtos desenvolvidos em diferentes mercados. Como beneficiários da produção e comercialização de plantas silvestres comestíveis têm-se: Agricultores – Valorização das plantas silvestres comestíveis. Incremento da biodiversidade. Contributo para a recuperação cultural/tradicional rural. Indústria Alimentar – Interesse económico. Leque de potências produtos incrementado - onde se incluem partes das plantas frescas, secas ou em infusões ou formulações / extratos para a indústria da panificação, confeitaria, massas, refeições preparadas frescas e ultracongeladas e bebidas. Comunidade científica – conhecimento; concretização prática dos resultados da investigação, Chefs de Cozinha (Hotéis e Restaurantes), responsáveis pela Gestão da Alimentação (Lares de Idosos, Hospitais, IPSS, Câmaras Municipais, Cantinas de Escolas), Consumidores – Incremento da oferta e qualidade alimentar; valorização nutricional das plantas silvestres, com implicações numa alimentação mais diversificada e saudável de origem vegetal.
Interlocutor
Fernando José Cebola Lidon
Morada
Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, Campus da Caparica