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parceiro responsável pela parceriaISA - Instituto Superior de Agronomia
Designação da parceriaROCHA4D – Pós-colheita de pera Rocha em contexto de alteração tecnológica
Iniciativa a desenvolverProdução e transferência de conhecimento útil para fazer chegar ao consumidor pera Rocha saborosa ao longo do ano, respondendo aos desafios resultantes da proibição do DPA, novas tecnologias de atmosfera controlada e exigências da internacionalização.
Parceiros
Prioridade TemáticaMelhoria da integração nos mercados
Domínios
NUTS IContinente
Identificação do problema ou oportunidade
O DPA, tratamento padrão para a conservação da pera Rocha, está proibido desde 2013 face ao estabelecido pela Diretiva 91/414/CEE e Decisão da Comissão n.º 859/2009 de 30 novembro.
Todo o sector nacional da pera Rocha cresceu nos últimos 25 anos com recurso a fruta tratada com DPA, pelo que a experiência existente assenta nesse tratamento. A proibição do DPA introduziu uma alteração radical nas condições nacionais de conservação da pera Rocha. Na ausência do DPA a pera Rocha sofre dois acidentes fisiológicos de conservação: escaldão superficial e acastanhamento interno. Ambos limitam o período de conservação e de comercialização da pera e criam descontentamento nos consumidores. A indisponibilidade desta ferramenta sem alternativas testadas, a limitar o período de comercialização pela ocorrência dos acidentes fisiológicos identificados, veio também desmascarar outros problemas qualitativos como os acastanhamentos enzimáticos abrasivos na epiderme.
Surgem no mercado novas tecnologias de conservação, nomeadamente o 1-metilciclopropeno (1-MCP) e diversos sistemas de pilotagem dinâmica da atmosfera controlada (CA). Diversas abordagens tecnológicas à conservação da pera estão em desenvolvimento e novas ameaças na área da pós-colheita da pera Rocha estão identificadas.
A substância ativa 1-MCP está homologada para aplicações pós-colheita em pera Rocha desde 2011. Embora seja eficaz na mitigação do escaldão superficial, o 1-MCP apresenta limitações, especialmente devido a alterações texturais percecionadas negativamente pelo consumidor. As atuais recomendações para utilização do 1-MCP terão de ser revistas para as adequar a protocolos compatíveis com uma elevada qualidade sensorial do fruto.
Noutro plano, os sistemas dinâmicos de pilotagem da CA com base na resposta fisiológica dos frutos que foram lançados no mercado ou ainda em desenvolvimento não foram validados para a pera Rocha e não existe, por parte dos fornecedores, qualquer recomendação experimentalmente validada.
Não existem dados técnicos disponíveis sobre o comportamento da pera Rocha no atual contexto tecnológico de ausência de DPA. A pera Rocha, tipicamente portuguesa, não é objeto de investigação noutros países, pelo que o conhecimento de suporte à atual transição entre curvas tecnológicas deve ser assegurado a nível nacional. A situação não é de solução imediata porque: (1) a cultivar produzida nas nossas condições é sensível a dois acidentes fisiológicos, raro entre as principais cultivares de pera a nível mundial; (2) as medidas para solucionar um acidente fisiológico agravam o outro e (3) todas as soluções pós-colheita, se não forem devidamente utilizadas com protocolos adequados ao produto, podem comprometer a qualidade sensorial.
Objetivos visados
O grupo operacional Rocha 4D dará resposta à problemática mais relevante no atual contexto da cadeia produtiva de pera Rocha nomeadamente a organização de atividades de IDI que visam a melhoria da competitividade da fileira através de alternativas tecnológicas de conservação, de suporte às operações logísticas de armazenamento e transporte, e de modulação da qualidade face a objetivos comerciais.

Visa-se caracterizar o comportamento pós-colheita de pera Rocha e avaliar os fatores (intrínsecos e extrínsecos) que afectam a qualidade do produto e integrar esse conhecimento em resposta aos desafios colocados pela alteração tecnológica em curso, o que implica uma forte e eficaz partilha de conhecimento e a implementação, nos agentes económicos, de soluções inovadoras.
O desenvolvimento de alternativas tecnológicas competitivas criará novas oportunidades de valorização da pera Rocha pela gestão do período de conservação/comercialização, por redução das perdas registadas em conservação e adequação da qualidade em função do mercado de destino/cadeia de abastecimento.
Os objetivos gerais do grupo Rocha 4D são:

1. Transferir conhecimento sobre pós-colheita da pera Rocha e fomentar a inovação para permitir às empresas gerir a qualidade da pera Rocha ao longo da cadeia produtiva;
2. Reforçar a competitividade da fileira, através da redução de perdas, melhoria da qualidade pós-colheita e captação de valor pelas operações logísticas de armazenamento e transporte;
3. Melhorar a eficiência do uso dos recursos e reduzir a pegada ecológica da cadeia de valor da pera através da redução das perdas pós-colheita, que incorporam os inputs de toda a fase produtiva e pós-produtiva.

São objetivos específicos:
1. Desenvolver recomendações para a conservação prolongada de pera Rocha, em função das tecnologias disponíveis no mercado;
2. Efetuar vigilância sobre as tecnologias pós-colheita que podem afetar a competitividade do setor;
3. Conceber um sistema de tomada de decisão dinâmico que possa ser aplicado em qualquer regime de armazenamento de acordo com os objetivos comerciais, gerindo os fatores intrínsecos (lotes) e os fatores controláveis em pós-colheita – temperatura, pressão parcial de O2 e de CO2 – em função de respostas fisiológicas dos frutos e sua variabilidade.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiáriosO desenvolvimento de recomendações com base científica para a conservação prolongada de pera Rocha, de forma de poder abastecer o mercado nacional e de exportação ao longo do ano, terá impacto nos níveis de emprego estável nas centrais, na redução do impacto dos custos fixos na unidade de produto e na satisfação dos consumidores.
O principal resultado a atingir é a captação de valor estimada entre 22 e 39 milhões de euros por ano (Almeida, 2010) e o suporte à competitividade da fileira. Este resultado será obtido através de:
1. Recomendações sobre as condições de armazenamento para pera Rocha, em função das diversas tecnologias implementadas e disponíveis no mercado, nomeadamente:
1.1. Frio normal;
1.2. Atmosfera controlada convencional;
1.3. Atmosfera controlada dinâmica, monitorizada através de sensores de fluorescência de clorofila, do quociente respiratório e da produção de compostos voláteis;

2. Desenvolvimento de procedimentos para a segregação de lotes de forma a melhorar a gestão do período de comercialização;
3. Segmentação da pera Rocha para expansão do mercado:
3.1. Apresentação da pera no mercado com base em segmentos de textura, que os estudos preliminares mostram corresponder à preferência dos consumidores.

Os potenciais benificiários são:
1. Todas as organizações de produtores e comercializadores de pera Rocha;
2. Os consumidores de pera Rocha, em Portugal e no estrangeiro;
3. A economia regional e nacional, através das externalidades positivas resultantes do impacto do projeto.
InterlocutorDomingos Paulo Ferreira de Almeida
MoradaInstituto Superior de Agronomia - Tapada da Ajuda
LocalidadeAlcântara - Lisboa
Código postal1349 - 017
Telefone213653100
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