FCT / UNL - Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa
Designação da parceria
GO - Biofortificação de tomate para processamento industrial e em modo de produção biológico - MPBIO
Iniciativa a desenvolver
Desenvolvimento de tecnologia para produção de tomate biofortificado em Mg (destinado à industria) e em Fe e Zn (em modo de produção biológica - MPBIO, para consumo directo), de acordo com os requisitos da Alta Segurança Alimentar e das directivas da União Europeia para o sector.
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da integração nos mercados
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
A biofortificação nutricional de alimentos vem constituindo uma opção na União Europeia, que tem justificado a constituição de consórcios internacionais (entre outros: a COST Action FA0905 - http://www.cost.eu/COST_Actions/fa/FA0905manual , nos quais os proponentes desta proposta tiveram uma função preponderante no Conselho de Gestão em representação de Portugal; o programa HarvestPlus - http://www.harvestplus.org/content/about-harvestplus).
A deficiência de magnésio afecta 5% da população mundial (nos diabéticos 25-47%, em pacientes com síndrome metabólico 65,6%; em alcoólatras 30-80%), embora seja um nutriente essencial no funcionamento do coração, músculos e rins e participe na regulação dos níveis de cálcio, cobre, zinco, potássio e vitamina D.
O ferro é essencial para a síntese de hemoglobina, estimulando, entre outras, as funções cerebral e muscular. Também regula a temperatura corporal, síntese de neurotransmissores, tratamento da anemia ferropriva, doenças crónicas e imunológicas.
O zinco detém um elevado potencial antioxidante, participando em processos de regulação enzimática, com benefícios reconhecidos face à dermatite atópica, distúrbios da próstata, gravidez, espermatogénese, alopécia, e osteopénia.
Assim, equacionando os aspectos profiláticos e nutricionais inerentes ao consumo de tomate, nesta operação pretende-se o desenvolvimento de tecnologia para produção do tomate biofortificado em magnésio (destinado ao processamento industrial - variedades 9776 e CDX293) e em ferro e zinco (de acordo com o modo de produção biológico, para consumo directo – variedades coração de boi, chucha e rio grande),valorizando o produto fresco, de acordo com os requisitos da Alta Segurança Alimentar e as directivas da União Europeia para o sector.
Objetivos visados
A. Ao nível da produção
Optimização da resposta de 5 variedades tomate destinado à biofortificação (2 para enriquecimento em Mg e posterior transformação industrial; 3 para incremento dos níveis de Fe e Zn de acordo com o m odo de produção biológico, para consumo directo) e caracterização nutricional e organoléptica (Brix, e teor em: Fe, Zn, Cu, Mn / P, K, Mg, P; proteína; glícidos; lípidos e ácidos gordos).
B. Ao nível da transformação agro-industrial
Definição de padrões de qualidade do polme do tomate biofortificado em Mg, obtido de acordo com o sistema industrial de produção (teor em: Fe, Zn, Cu, Mn / P, K, Mg, P; proteína; glícidos; lípidos e ácidos gordos)
C. A nível económico
1º- Com a produção industrial ou em modo de produção biológico das variedades 9776, CDX293, coração de boi chucha e rio grande (produtividade oscilando entre 80-120 ton/ha), pode obter-se um preço médio para comercialização no produtor de 0,65-0,70€/kg (52000-84000€/ha), sendo as despesas de exploração 40.000€/ha (fertilização, sistema de rega, plantação, podas e desfolhas, tutoragem, tratamentos fitossanitários, regas, colheitas, amortizações, gastos gerais, e remuneração do empresário), com um custo base de 0,44€/kg (componentes maioritárias: mão-de-obra da colheita - 0,09€/kg; amortizações de máquinas, sistema de rega, eletrobomba, plástico e colocação, solarização e estrutura dos abrigos - 0,12€/kg; tratamentos fitossanitários – produtos e aplicação - 0,07€/kg).
2º- No âmbito da biofortificação, adoptando uma perspectiva minimalista, estima-se um acréscimo para comercialização de 0,05-0,10€/kg (logo 0,70-0,80€/kg e 56000- 96000€/ha), com despesas acrescidas em cerca de 3000€/ha (adubação para biofortificação).
3º- Logo, com a produção de tomate biofortificado em Mg, Zn e Fe o objectivo será a criação de um produto sem factores concorrenciais e com um acréscimo de rentabilidade média que face à comercialização actual será de 31%.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
A nível societal, porque o desenvolvimento de produtos alimentares de base com características funcionais (tomate biofortificado em Mg, Fe e Zn) promove a saúde pública numa base bioeconómica sustentável, tal como propõe a Comissão Europeia (http://ec.europa.eu/research/bioeconomy/index.cfm?pg=home), promovem-se estratégias, sinergias e complementaridades com outras áreas políticas, instrumentos e fontes de financiamento que partilhem os mesmos objetivos, nomeadamente as políticas no domínio do ambiente, indústria, emprego, energia e saúde.
Neste enquadramento prevê-se o desenvolvimento de tecnologias e a produção de tomate naturalmente fortificada em Mg para processamento industrial, em em Fe e Zn em MPBIO, para consumo directo, que se antevê estar na base de um mercado potencial por favorecer a prevenção de várias doenças, nomeadamente a hipomagnesemia, anemia ferropriva, doenças crónicas e imunológicas, distúrbios da próstata, bem como de problemas relacionados com a gravidez, espermatogénese e alopecia.
Detalhando, pretende-se obter e disseminar os seguintes resultados junto dos potenciais interessados na produção de tomate biofortificado:
1º-Itenerário técnico para produção de tomate biofortificado em Mg (para a industria), Fe e Zn (em MPBIO, para consumo directo) com características organolépticas e nutritivas favoráveis.
2º-Resposta varietal à biofortificação em Mg, Fe e Zn, considerando teores de acumulação e localização tecidular de micro (Cu, Mn) e macronutrientes (N, Ca, K, P).
3º-Coeficientes de produção / produtividade varietal do tomate biofortificado em Mg, Fe e Zn e a consequente rentabilidade económica média em caso de comercialização sem transformação / processamento industrial.
4º-Itenerário técnico da conservação em frio do tomate biofortificado em Fe e Zn (modo MPBIO) para consumo directo, em boas condições organolépticas e equacionando taxas de degradação nutricional (com destaque para glícidos, lípidos, ácidos gordos, licopeno, proteína).
5º-Possiveis vias alternativas para comercialização nos planos nacional e internacional.
Interlocutor
Fernando José Cebola Lidon
Morada
Departamento de Ciências da Terra, Faculdade de Ciências e Tecnologia, Universidade Nova de Lisboa, Campus da Caparica