FCT / UNL - Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa
Designação da parceria
GO - Biofortificação de trigo mole em zinco para produção de farinha
Iniciativa a desenvolver
Desenvolvimento de tecnologia para produção de trigo mole biofortificado em zinco para produção de farinha destinada à panificação, de acordo com os requisitos da Alta Segurança Alimentar e as directivas da União Europeia.
Parceiros
Prioridade Temática
Melhoria da integração nos mercados
Domínios
NUTS I
Continente
Identificação do problema ou oportunidade
Num contexto de crescente pressão concorrencial internacional, os vetores de competitividade devem estar na base, quer da formulação de uma estratégia própria e focada de especialização inteligente, quer na base da sua aplicação e gestão, segundo um contexto de inovação.
Assim, neste Programa propõe-se a associação do conhecimento e de capital humano acumulado com a estrutura económica, para construção de vantagens competitivas, procurando a criação de bens inovadores que respondam à evolução da procura / oferta internacional.
Partindo deste princípio, propõe-se uma especialização inteligente centrada na articulação da cerealicultura com a transformação industrial em farinha destinada à panificação. Desenvolve-se I&I que promove a melhoria de processos tecnológicos e desenvolvimento de novos produtos (produção de trigo mole biofortificado em zinco, para consequente produção industrial de farinha, de acordo com os requisitos da Alta Segurança Alimentar e as directivas da União Europeia), para aumento do domínio das cadeias de valor.
Reconhece-se que o zinco detém um elevado potencial antioxidante, participando em processos de regulação enzimática, com benefícios reconhecidos face à dermatite atópica, distúrbios da próstata, gravidez, espermatogénese, alopécia, e osteopénia. Portanto, a produção de farinha biofortificada em zinco constituirá um produto alimentar funcional, passível de utilização na indústria da panificação, e logo com características nutricionais e profilácticas de fácil reconhecimento para a saúde pública.
Em síntese, este Programa assenta em competências científicas e tecnológicas (com destaque para a engenharia agrícola de precisão incluindo a robótica e a construção de modelos de produção, ecofisiologia e tecnologias ligadas à transformação agro-industrial). Aponta-se, como finalidade, a validade, sustentabilidade e qualidade (com marca reconhecida) de novos produtos que reforcem os fatores de competitividade associados à inovação.
Objetivos visados
Este grupo operacional tem como objectivo geral agregar valor à produção de, destacando-se:
A. Ao nível da Produção
1. Optimização da produção de trigo mole (Nabão e Roxo) biofortificado em zinco, considerando a interação entre os diferentes sistemas, nomeadamente as interações entre os genótipos de trigo mole e os tipos de adubação e momentos de aplicação;
2. Localização tecidular dos macro e microelementos inorgânicos, com destaque para o zinco, nos grãos de trigo mole (Nabão e Roxo) para seriação da tecnologia industrial a utilizar na produção de farinha (integral ou refinada);
3. Aferição do efeito dos processos de transformação em trigo mole biofortificado em zinco na composição nutricional, considerando os requisitos industriais dos mercados-alvo (panificação e confeitaria), de acordo com os requisitos da Alta Segurança Alimentar e as diretivas da União Europeia para o sector.
B. Ao nível da Transformação
1º- A produção de 2 genótipos de trigo mole (Nabão e Roxo), (produtividade média em: sequeiro - 2500 / 3000 kg/ha; regadio – 8000 /8500 kg/ha), requer um custo de produção de 450-500 €/ha (correspondendo a adubação de fundo, mistura NPK, e de cobertura, base azotada com ureia / sulfato de amónio, cerca de 90 + 90 €/ha), obtendo-se um preço médio para comercialização no produtor de 0,25€/kg (sequeiro - 625-750€/ha; regadio – 2000 - 2125€/ha).
2º- No âmbito da biofortificação, adoptando uma perspectiva minimalista, estima-se um acréscimo para comercialização de 0,05-0,10€/kg (logo em 0,30 / 0,35€/kg; em sequeiro – 750 / 1050 €/ha e em regadio – 2400 / 2975 €/ha), com despesas acrescidas em cerca de 50 €/ha (adubação folear para biofortificação).
3º- Logo, com a produção de trigo biofortificado para a produção de farinha, o objectivo será a criação de um produto sem factores concorrenciais e com um acréscimo de rentabilidade média que face à comercialização actual será, em condições de sequeiro de 12 – 33 %, e em regadio de 17,5 – 38%.
Tipologia de resultados a atingir e potenciais beneficiários
A nível societal, porque o desenvolvimento de produtos alimentares de base com características funcionais (trigo mole / farinha biofortificado/a em Zn) promove a saúde pública numa base bioeconómica sustentável, tal como propõe a Comissão Europeia (http://ec.europa.eu/research/bioeconomy/index.cfm?pg=home), promovem-se estratégias, sinergias e complementaridades com outras áreas políticas, instrumentos e fontes de financiamento que partilhem os mesmos objetivos, nomeadamente as políticas no domínio do ambiente, indústria, emprego, energia e saúde.
Neste enquadramento prevê-se o desenvolvimento de tecnologias e a produção de trigo mole e subsequente transformação em farinha biofortificada em zinco destinada à panificação e confeitaria.
Acresce que a produção de farinha biofortificada em zinco, se antevê estar na base de um mercado potencial por favorecer a prevenção de várias doenças, nomeadamente dermatite atópica, distúrbios da próstata, gravidez, espermatogénese, alopécia, e osteopénia.
Detalhando, pretende-se obter e disseminar os seguintes resultados junto dos potenciais interessados na produção de trigo mole / farinha biofortificado/a em zinco:
1º-Itenerário técnico para produção de trigo biofortificado em zinco com características profilacticas.
2º-Resposta das variedades Nabão e Roxo à biofortificação em zinco, considerando teores de acumulação e localização tecidular de micro (Fe, Zn, Cu, Mn) e macronutrientes (N, Ca, K, Mg, P) no grão e consequente definição tecnológica da farinha a produzir (refinada ou integral).
3º-Coeficientes de produção / produtividade das variedades Nabão e Roxo submetidas à biofortificação em Zn e a consequente rentabilidade económica média em caso de comercialização sem transformação em farinha.
4º-Caracterização da qualidade nutricional e tecnológica da farinha biofortificada em Zn.
5º-Possiveis vias alternativas para comercialização nos planos nacional e internacional.
Neste enquadramento, com o desenvolvimento de trigo mole e farinha biofortificada com características nutricionais diferenciadoras e profilácticas para a saúde pública das sociedades, os potenciais beneficiários são também as PME ou pessoas singulares ligadas ao sector da cerealicultura, respectivas associações e cooperativas.
Interlocutor
Fernando José Cebola Lidon
Morada
Faculdade Ciências e Tecnologia - Universidade Nova de Lisboa