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Adaptação e Potencial Produtivo em Contexto de Alteração Climática (ID: 132 )
Coordenador: Associação CBPBI - Centro de Biotecnologia de Plantas da Beira Interior
Iniciativa emblemática: 4. Adaptação às alterações climáticas
Data de Aprovação: 2021-11-14 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Centro NUTS III: Beiras e Serra da Estrela
Identificação do problema ou oportunidade
Os desafios que se colocam hoje
às empresas do sector agrícola por força das alterações climáticas e nos seus
efeitos à adaptação das espécies em cada geografia em função das projeções
climáticas versus o aumento crescente da população do globo e a consequente
demanda de procura nos produtos alimentares são equações de difícil resolução.
A dificuldade suprarreferida,
obriga as empresas em articulação com o sistema científico e tecnológico
nacional a encontrar as melhores geografias de produção associadas às melhores
condições de proteção das plantas. Ora a linha de crescimento do consumo está
ainda associada aos produtos alimentares com altíssima segurança alimentar e
ainda com a menor pegada ecológica.
Estas equações de difícil
resposta obrigam a estudos de investigação, experimentação e demonstração em
janelas temporárias muito curtas, sob pena de se colocar em causa a soberania
alimentar, segurança alimentar e/ou a sobrevivência de muitas empresas deste
sector.
No quadro das culturas
existentes na cova da Beira não há um histórico sobre duas espécies (Pereiras e
Macieiras) uma vez que as culturas dominantes (pessegueiros e cerejeira)
atualmente, vivem um problema que tem vindo a declinar as áreas de produção por
morte dessas arvores com a doença pseudomonas. Por outro lado, o Oeste tem
vivido um outro problema que pode colocar em causa a produção da pera rocha com
a progressão do fogo bacteriano. Também as Macieiras no Oeste vivem uma pressão
com o pedrado que tem levado os seus produtores a fazer mais tratamentos com
fungicidas do que o desejável quando a curto e medio prazo vamos ter de caminhar
para uma produção com resíduo zero.
A cova da beira face às suas
características climáticas pode ser uma excelente alternativa para a produção
de Pereiras, Macieiras e Kiwi em regime de resíduo zero. É nesta exata medida
que procuramos estudar três espécies em particular, Macieiras com a variedade
Granny smith e Reineta e, no caso das Pereiras com as variedades Rocha,
Conference e Abate Fetel, Já no Kiwi procuramos estudar 4 variedades com menor
exigência em frio invernal.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
O projeto em causa assenta em 4
vértices de um quadrado cujo centro é a planta adaptada. Cada vértice do
quadrado corresponde a água, luz, solo e clima respetivamente.
A cada um destes vértices
procuramos obter as melhores respostas sempre com os seguintes objectivos:
Água – procura-se com este
vértice estudar o comportamento da planta com a menor utilização deste recurso
sem que coloque em causa rendimento(€)/cm2 de tronco a diferentes regimes hídricos.
Luz – Neste vértice procura-se
estudar o melhor índice de área foliar (IAF) em duas fases distintas da planta
– juvenilidade e produtividade. Nesta última, os parâmetros a estudar para o
melhor IAF são numero de frutos/cm2 de tronco, curva de crescimento dos frutos
ao longo do ciclo cultural e rendimento(€)/cm2 de tronco.
Solo – Com este vértice
procuramos estudar diferentes regimes de enrelvamento no solo e sua influência
no aumento dos níveis de matéria orgânica e microbioma, bem como o efeito no
IAF.
Temperatura e Radiação total –
Com estes dois parâmetros procuramos estudar o comportamento da planta em duas
fases destintas, período de dormência e desenvolvimento vegetativo. Na primeira
procuramos estudar o comportamento da planta em função do número de horas de
frio a 7ºC modelo UTHA designadamente número de dias de floração e número de flores.
Na segunda fase procuramos estudar os efeitos das temperaturas e radiação total
na taxa de crescimento dos frutos, efeitos no golpe de sol nos frutos e
parâmetros qualitativos dos frutos.
No quadro do que se pretende estudar deve
ainda ser quantificada a pegada ecológica nas diferentes espécies e
variedades.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
As áreas de trabalho são que foram descritas no resumo da iniciativa e as responsabilidade de cada parceiro serão: A Goldfruits,
Lda. e as empresas envolvidas nesta iniciativa cederão o terrenos e o apoio técnico para as avaliações das variedades a instalar. A Appizezere terá como responsabilidade envolver os produtores nas ações de divulgação que se venham a realizar, assim como apoiar tecnicamente os ensaios que se vão instalar. O Centro de Competências do COTHN-CC, terá como principais tarefas o desenvolvimento do pano de comunicação e disseminação dos resultados, por meio de dias abertos, dinamização de Focus Groups para discussão dos resultados que se vão obtendo com os produtores e técnicos, criação de conteúdos multimédia para divulgação e criação do site do projeto. As ESCTN, nomeadamente a Escola Superior
Agrária de Castelo Branco ajudarão tecnicamente no delineamento dos ensaios e estabelecimentos dos protocolos de observação nos 4 vértices indicados assim como na recolha de dados e a e Nova IMS (Information Management School), ajudará na análise dos dados e criação de ferramentas de apoio à decisão para a instalação estas novas variedades. O Centro
de Biotecnologia de Plantas da Beira Interior terá a cargo a produção das plantas e a realização de análises, apoio no delineamento dos protocolos de recolha de dados que serão necessárias para avaliar os comportamento e a adaptação. O Município do Fundão disponibilizará os campos do seu centro experimental para a instalação de alguns dos ensaios previstos.
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