|
MO PLUS (ID: 133 )
Coordenador: COTHN - Centro Operativo Tecnológico Hortofrutícola Nacional
Iniciativa emblemática: 3. Mitigação das alterações climáticas
Data de Aprovação: 2021-11-14 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Centro NUTS III: Oeste
Identificação do problema ou oportunidade
Devido ao novo
Pacto Ecológico Europeu e à estratégia Farm to Fork, com vista em
minimizar a pegada carbónica das explorações agropecuárias, torna-se imperativo
melhorar a economia circular e assegurar altas produtividades com o menor
impacto ecológico, ao mesmo tempo que se deve fortalecer a resiliência dos
sistemas agronómicos devido às alterações climáticas.
Sendo a região
Oeste de Portugal uma referência internacional na produção de maçã de alto
sabor mas também com vários polos de produção animal intensiva que geram
efluentes por vezes difíceis de eliminar por essas empresas pecuárias.
Segundo a
Estratégia Nacional para os Efluentes Agropecuários e Agroindustriais, vários
concelhos da região Oeste, como Alcobaça, são largamente autossuficientes na
produção de Azoto e Fósforo derivados da produção agropecuária que superam as
necessidades locais da utilização destes nutrientes em agricultura. Também
segundo a mesma estratégia, o aproveitamento deste tipo de efluentes é urgente
devido à contaminação que se verifica nas diversas bacias hidrográficas dos
concelhos com maior atividade agropecuária. Um dos eixos previsto nesta estratégia refere a necessidade de criação de um quando de IDI especifico, para o qual este projeto visa contribuir.
Deste modo,
pretendemos estudar a melhor via de integração desses efluentes pecuários
locais na estratégia de fertilização dos pomares de Maçã de Alcobaça IGP com o
objetivo de melhorar os níveis de matéria orgânica numa região caracterizada
por solos pobres que necessitam de ser enriquecidos com minerais sem recorrer
apenas a adubos de síntese.
Não comprometendo
nem as características da fruta nem dos agro-sistemas ecológicos já existentes,
pelo contrário, pretendemos melhorar ambos e aumentar a fertilidade do solo nos
pomares resultando assim numa maior fixação de carbono atmosférico via solo,
plantas e frutos.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
Pretendemos com
recurso a matéria orgânica oriunda de efluentes de explorações pecuárias
próximas às explorações frutícolas incentivar a implementação de sistemas,
culturas e práticas agrícolas que promovam o aumento do teor de matéria
orgânica no solo (consequente aumento do sequestro de carbono) melhorando a
conservação do solo e sua fertilidade, incluindo o aumento da eficiência dos
enrelvamentos permanentes melhorados nas entre-linhas de produção.
Como resultado irá melhorar-se a estrutura do
solo e incrementar a capacidade de armazenamento e gestão eficiente da água
diminuindo também o risco de erosão do solo. Assim como reduzir a dependência
de adubos de síntese sem comprometermos a produção e qualidade da fruta. Através
desta redução de utilização de adubos de síntese com recurso à substituição por
adubação orgânica contribuímos para o desenvolvimento e adoção de novos
sistemas de gestão de efluentes minimizando as emissões de GEE.
Em cada local
irão testar-se três formas diferentes de matéria orgânica: estrume, chorume e
ambos conjugados. Estas estratégias orgânicas serão comparadas com a estratégia
mais tradicional atual à base de adubos de síntese para que se possam medir
diferenças ao nível da produção de frutos e da fertilidade do solo.
Ao nível do
solo pretendemos monitorizar a evolução da matéria orgânica e de outros
nutrientes com recurso a análises de solo. Também pretendemos monitorizar a
composição da solução aquosa do solo através de soil-samplers para evitarmos
perdas de nutrientes por lixiviação.
Também através
de análises solo pretendemos analisar a microbiologia do solo através de
análises de microbioma, para entendermos se estamos com o melhor perfil de
organismos capazes de solubilizar e fixar nutrientes necessários à cultura
minimizando assim a necessidade de adubações e aumentando a resiliência natural
das plantas. Promovendo desta forma a conservação, melhoramento e valorização
dos recursos genéticos de natureza animal e vegetal.
Ao nível das
plantas, em cada modalidade pretendemos monitorizar a performance fisiológica
(atividade fotossintética, eficiência hídrica) e produtiva: medir o crescimento
dos frutos, contabilizar os quilos produzido, o perfil de calibres, o perfil
mineral e as características de qualidade como o brix, a dureza e a capacidade
de conservação.
Ao nível da
técnica de aplicação, também pretendemos estudar qual a melhor forma de
incorporação das adubações orgânicas nos pomares para que além da linha como
local de produção também possamos usar a entre-linha como local de regeneração
de solo. Desta forma reforçamos a importância do coberto vegetal como uma
cultura secundária, capaz de produzir mais biomassa e assim contribuir para o
aumento da fixação de carbono e matéria orgânica no solo do pomar através da
melhoria do seu desenvolvimento contribuindo-se para a melhoria da fertilidade
do solo em utilizações futuras.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
O Grupo de
Trabalho inicial é composto por 9 entidades: ISA, INIAV, APMA, COTHN, Campotec,
CARSAG, Frubaça, Frutoeste e Granfer.
O COTHN terá a
função de coordenar e liderar o Grupo de Trabalho e em conjunto com a APMA
divulgar as atividades e resultados. O ISA será responsável pelo delineamento
experimental e análises necessárias no decorrer dos trabalhos. Os restantes
parceiros (Campotec, CARSAG, Frubaça, Frutoeste, Granfer e INIAV) são
responsáveis por fornecer os campos de ensaio e realizarem os trabalhos de
experimentação.
Pretendemos no
decurso dos trabalhos incluir novos parceiros, nomeadamente internacionais por
meio de protocolos, que nos permitam aumentar o intercâmbio de conhecimento
nesta área de estudo.
|
|
|