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rurisclim@ation - Adaptação à mudança climática de atividades agrícolas e áreas rurais no NW Portugal, em particular na Reserva Mundial da Biosfera: Modelação, experimentação e capacitação de agentes e do sector (ID: 141 )
Coordenador: IPVC - Instituto Politécnico de Viana do Castelo
Iniciativa emblemática: 4. Adaptação às alterações climáticas
Data de Aprovação: 2021-11-13 Duração da iniciativa: 2025-03-31
NUTS II: Norte NUTS III: Alto Minho
Identificação do problema ou oportunidade
No quadro da globalização,
urbanização e digitalização mundial, a alteração dos padrões climáticos
espaciais e temporais é o maior desafio (atual e potencial) da humanidade a que
se associam as incertezas de direção, magnitude e extensão da cadeia de
impactos (diretos e indiretos) destes processos sobre os ciclos naturais
(qualidade ambiental) e atividades humanas (qualidade de vida). Estas mudanças
apresentam dimensões espacialmente diferenciadas, impactes sobre os recursos,
condições e funções naturais bem como, sobre as atividades humanas, particularmente
a produção primária (o ciclo produtivo, sanidade, necessidades hídricas,
nutrição, quantidade, qualidade e tipicidade da produção e consequentemente
sobre a garantia e segurança alimentar).
É neste contexto que mais se
valoriza a importância da biodiversidade, dos recursos genéticos, das espécies
e dos ecossistemas, no combate aos desafios colocados pelos diversos sistemas
de produção e suas respetivas mudanças. Reforça-se, então, o papel da
diversificação – através do recurso a diferentes espécies, integrando o uso de
recursos agrícolas, pecuários, florestais, conservando e mantendo a diversidade
do habitat na paisagem - na promoção da resiliência, melhorando a qualidade de
vida e contribuindo para a segurança alimentar e nutricional. A biodiversidade
torna os sistemas de produção e meios de subsistência mais resistentes a
choques e pressões, incluindo os efeitos das mudanças climáticas.
Travar a perda de biodiversidade
reforçando a investigação e inovação orientadas para as prioridades de
conservação de espécies e habitats (agroecossistemas e diversidade genética
associada), reforçar a prevenção e controlo de espécies invasoras, evidenciar a
economia da biodiversidade e dos ecossistemas (serviços de ecossistemas) e
promover o reconhecimento do valor do património natural e cultivado através de
ações de proximidade, é hoje uma prioridade, particularmente em zonas únicas e
classificadas pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera e o Parque Nacional
da Peneda-Gerês.
Nestes últimos territórios
imperam os sistemas de produção vitivinícola e de fruteiras, bem como os
sistemas forrageiros e de pastagens seminaturais, associados à produção animal
com raças autóctones, cruzando-se os impactes das mudanças climáticas com a
diminuição da competitividade económica e a viabilidade social destes
territórios. Neste contexto, importa promover uma rede de investigação e
inovação regional através da experimentação de técnicas e tecnologias de adaptação
climática que valorizem e conservem a biodiversidade/recursos biológicos
autóctones, promovam a eficiência e a economia dos sistemas produtivos, bem
como a qualidade dos produtos (farm to fork) e a qualidade ambiental local.
Assim é imperioso definir uma
estratégia de atuação em matéria de ação climática para potenciar um território
resiliente, equitativo e atrativo, numa perspetiva sistémica, holística e
integrativa.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
Nesta realidade e processos
globais apresentam-se especificidades para as condições de altitude e de
influência atlântica (NW de Portugal Continental, com o Parque Nacional da
Peneda-Gerês envolvendo as NUT III do Alto Minho e do Cávado) que implicam
necessidades de mitigação e adaptação (ou no sentido integrativo, medidas de
ação climática) efetivas e ajustadas à realidade local.
Neste quadro propõe-se um
programa de investigação de dimensão participativa/colaborativa entre a
Academia, Entidades Públicas e agentes privados que vise experimentar/encontrar
e mobilizar soluções práticas de ação climática implícitas à inovação,
capacitação e responsabilização para potenciar um território resiliente e com
uma rede que experimente e mobilize soluções técnicas e tecnologias
inteligentes de adaptação à ação climática regional e local.
No quadro regional e assumindo as
metas/opções globais, as estratégias europeias e nacionais e os planos
intermunicipais/regionais de adaptação climática, bem como trabalhos/linhas de
investigação em curso entende-se relevante:
(1) realizar uma coordenação e
gestão de projeto colaborativa (task 1);
(2) modelar cenários climáticos
na relação e no desenvolvimento e operacionalização de sistema de monitorização
e alerta de riscos climáticos (task 2);
(3) experimentar técnicas de
adaptação em sistemas produtivos associada à fenotipagem de espécies autóctones
de videiras e fruteiras (task 3 e 4);
(4) experimentar técnicas de
produção e alimentação forrageira e silvo-pastorícia recorrendo a espécies
animais autóctones (task 5);
(5) quantificar o potencial das práticas de gestão dos
solos em fruteiras e vinhas no sequestro de carbono, nomeadamente a cobertura
do solo, a não-mobilização, a aplicação dos materiais de poda e subprodutos da
vinificação entre outras (task 6);
(6) avaliar o impacto da
reconversão de espaços florestais em espaços agrícolas (pastagens, pomares e
vinhedos), no sequestro de carbono e na biodiversidade do solo (task 6).
(7) tratar e valorizar
subprodutos das atividades anteriores que resultem no desenvolvimento de novos
produtos alimentares, entre outros, bem como na recuperação de energia, matéria
orgânica e nutrientes (task 6);
(8) na relação com a implementação da
organização, dinamização e capacitação individual e coletiva para a adaptação
climática regional/local (task 7).
Os trabalhos de investigação da
responsabilidade do IPVC, envolvem no (co)desenho e divulgação técnicos do
setor associativo e a responsabilização/capacitação de um conjunto de
produtores que recebem unidades de experimentação e demonstração para formar
uma rede regional de soluções inteligentes de adaptação às alterações climáticas.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
A entidade coordenadora, a
ESA-IPVC é responsável pela representação da parceria, definição e (co)desenho
com todas as restantes entidades do programa de investigação, experimentação e
comunicação dos dados, coordena a programação e a execução dos
produtos/entregáveis, agendamento e gestão das reuniões bem como, a comunicação
e divulgação do projeto.
A participação do INIAV (através
do Banco Português de Germoplasma) visa apoiar a seleção, indicar, fornecer e
acompanhar os dados produtivos e a recolher sobre os recursos biológicos/raças
autóctones a avaliar em colaboração com a CVRVV (Estação Vitivinícola Amândio
Galhano) e FERA (Federação de Raças Autóctones).
A CIM Alto Minho e CIM Cavado
apresentam uma participação critica na articulação destas atividades com a
políticas e instrumentos de desenvolvimento regional e local, em particular com
a aplicação climática nomeadamente os Planos Intermunicipais de Adaptação às
Alterações Climáticas regionais.
A Laboratório Colaborativo
DataCOLAB integra-se com a necessidade e capacidade de recolher, processar,
apresentar em geoportal e distribuir/partilhar dados e avisos de riscos
climatológicos entre a rede interna e externas no quadro das infraestruturas de
dados espaciais.
O Centro de Competências INOVTECH
AGRO visa apoiar soluções de sensorização e atuação de agricultura precisão
para recolha de dados na experimentação da adaptação em vinha e fruteiras e
ensaios na área de pastagens e forragens-
A ATAHCA e a ADRIMINHO reforçam a
articulação com os produtores locais, a integração com as dinâmicas de
desenvolvimento rural e local favorecendo a divulgação da disseminação dos
resultados e ações de formação
A CONFAGRI é fundamental na
divulgação dos resultados obtidos nas unidades de experimentação e demonstração
dos produtores de vinha/vinho, de fruta e produtores pecuários associadas a
entidades produtoras/valorizadores de subprodutos (resíduos e efluentes). Os
produtores ajudam na definição, manutenção e disseminação dos resultados a
partir das Unidades de Experimentação bem como, na organização das ações de
demonstração, formação e divulgação. No conjunto pretende-se criar uma rede
regional dinâmica e de excelência com parcelas/unidades de experimentação e
demonstração de agentes económicos de excelência/interessados
O ICNF é a entidade responsável
pela gestão das Estratégias de Conservação da Biodiversidade, licenciamento e
coordenação das atividades na Reserva Mundial da Biosfera e Parque Nacional da
Peneda Gerês, onde acontecem muitas das atividades existentes.
A CVRVV desempenha um papel
fundamental na recolha/disponibilização de dados históricos da região e na
articulação com as diferentes sub-regiões, para além de acompanhar
territorialmente a implementação da rede de monitorização.
A TTC é o parceiro tecnológico responsável
pela instrumentação e sensorização para a recolha de dados nos demonstradores
da bovinicultura e em outros demonstradores que se revelem necessários. Esta
PME é líder de um projeto em que o IPVC participa onde se está a desenvolver
uma coleira para recolha de dados em bovinos.
Um conjunto de doze empresas
demostradoras (PME), cinco na fileira da viticultura, cinco na fileira da
produção, transformação e comercialização de carne de raças autóctones e duas
na fileira da fruticultura. Serão alocadas as Unidades de experimentação e
atendendo a sua disseminação no território permitirão simular, validar e
monitorizar as diferentes variáveis identificadas no processo de modelação.
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