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MITIGA_RC (ID: 146 )
Coordenador: DRAPC - Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro
Iniciativa emblemática: 3. Mitigação das alterações climáticas
Data de Aprovação: 2021-11-16 Duração da iniciativa: 2024-12-31
NUTS II: Centro NUTS III: Região de Coimbra
Identificação do problema ou oportunidade
Os
sistemas agroalimentares enfrentam atualmente o grande desafio de enfrentar as
alterações climáticas. No entanto, este desafio é paradigmático neste sector de
atividade, uma vez que, por um lado, ele é responsável pela emissão de gases
com efeito de estufa ao longo das diversas cadeias de produção, por outro, a
agricultura é também uma importante fonte de sequestro de carbono a partir do
solo e das plantas que constituem os seus sistemas produtivos. Desta forma, as
ações previstas neste projeto pretendem contribuir para a mitigação das
alterações climáticas nestas duas vertentes: a) a redução das emissões de GEE no setor
agrícola, pecuário e agroindustrial, e b) o aumento do sequestro de carbono no solo,
em particular no território abrangido pela Comunidade Intermunicipal da Região
de Coimbra. Este
projeto visa consolidar e expandir a ligação sinérgica entre o tecido
empresarial e o sistema científico e tecnológico em Portugal, dando o seu
contributo para uma agricultura mais moderna, inovadora e resiliente, que contribua
para a transição climática, que seja eficiente e que valorize os seus recursos
endógenos, tendo em conta as especificidades do território abrangido pela CIM
RC. As ações a implementar permitirão promover um sistema alimentar mais sustentável, a criação de melhores condições para o aumento do rendimento dos produtores e uma agricultura alicerçada numa "Rede de Inovação" que permita estimular o desenvolvimento de um ecossistema regional suportado em inovação resultantes da incorporação de conhecimento e tecnologia. O projeto
MITIGA_RC está alinhado com a Estratégia Nacional de inovação, com a estratégia
Europeia para uma Bioeconomia Sustentável, que se materializa em iniciativas
como o programa Horizonte Europa, e ainda com a Agenda 2030 de Desenvolvimento
Sustentável da ONU no que concerne às orientações e compromissos dos Objetivos
de Desenvolvimento Sustentável (ODS) do Pacto Ecológico Europeu e,
especificamente, da estratégia «Do prado ao prato». O projeto está alinhado com
a visão e estratégias da economia circular e integra uma visão holística do
desenvolvimento sustentável no setor agrícola com repercussões muito positivas
para o ambiente, o território e a sua população.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
O MITIGA_RC visa definir um conjunto de boas práticas de
mitigação das alterações climáticas, através da implementação de um conjunto de
projetos-piloto que permitam 1) reduzir as emissões de GEE pela pecuária e
práticas agrícolas e 2) potenciar o aumento do sequestro de carbono no solo. Esta
iniciativa mobilizará os agentes do território da Região de Coimbra e
capacitará a cadeia de valor agroalimentar para a importância da concretização
das orientações previstas no Roteiro para a Neutralidade Carbónica e as metas
estabelecidas no Plano Nacional Energia Clima 2030. Tendo em vista o
cumprimento dos dois objetivos operacionais deste projeto, serão desenvolvidos os
seguintes projetos-piloto:
1.
Reduzir as emissões de GEE pela pecuária e práticas agrícolas:
Piloto 1.1. SmartFeed
A produção
de metano por animais ruminantes, nomeadamente, bovinos, ovinos e caprinos pode
ser reduzida a partir do uso de aditivos incluídos à dieta e que se mostram
capazes de modificar os padrões ruminais, contribuindo para a redução das
emissões de metano. Neste piloto, a manipulação ruminal será testada através da
utilização de diferentes substâncias naturais e endógenas da região (e.g.
taninos, própolis, pólen e óleos funcionais), que serão introduzidas na ração
de forma a aumentar a eficiência de utilização das dietas tradicionalmente
consumidas pelos ruminantes.
Piloto 1.2. SmartWWT
Avaliar os
sistemas de gestão de efluentes pecuários (e.g. suinicultura, bovinicultura),
da indústria de conservas e de produção avícola (e.g. incorporação de resíduos
da indústria conserveira e avícola em rações animais) e definir alterações de
processo, tratamento e armazenamento com vista à redução de emissões de GEE.
Piloto 1.3. SmartFert
Reduzir a
aplicação de adubos químicos azotados através do incremento da aplicação de
matéria orgânica no solo, nomeadamente a proveniente de subprodutos, efluentes
e bioresíduos produzidos no sector agroalimentar e agroflorestal. Em linha com
os princípios da economia circular, será definida uma matriz de potenciais produtores e potenciais utilizadores
da qual resultem menores emissões de GEE.
Piloto 1.4. SmartDiet
Promover
ações de capacitação e sensibilização sobre as responsabilidades ambientais e
para a adoção de boas práticas no contexto das alterações climáticas (e.g. cadeias
curtas: hortas comunitárias, definição de menus endógenos para as escolas)
1.
Incrementar o sequestro de carbono nos solos
Piloto 2.1. SmartPastures
Matéria
orgânica no solo: Serão implementadas pastagens permanentes melhoradas,
nomeadamente para os rebanhos instalados com o objetivo de efetuar o controlo
da vegetação nas faixas primárias de gestão de combustíveis e junto aos
aglomerados populacionais. Esta prática permitirá promover o teor de matéria
orgânica no solo (sequestro de carbono).
Enquadrados nos objetivos estratégicos e nos pilotos temáticos elencados
prevêem-se ainda as seguintes atividades com um caráter transversal para a:
2. - Promoção de ações de capacitação e
sensibilização sobre a responsabilidade da redução das emissões de GEE no setor
agrícola, pecuário e agroindustrial e no aumento do sequestro de carbono no
solo.
- Disseminação dos resultados pelos diferentes
stakeholders; nomeadamente agricultores, agroindústria, associações setoriais,
pelos técnicos superiores das entidades com poder executivo e legislativo, pela
comunidade científica e pela sociedade em geral.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
Entidades
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Piloto
1.1
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Piloto
1.2
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Piloto
1.3
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Piloto
1.4
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Piloto
2.1
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Direção
Regional de Agricultura e Pescas do Centro
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X
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X
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X
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X
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Instituto
Politécnico de Coimbra
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Comunidade
Intermunicipal da Região de Coimbra
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Medronhalva,
Lda
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Município
de Vila Nova de Poiares – Entidade responsável pela gestão do Centro de
Competências da Caprinicultura
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Associação
De Beneficiários Da Obra Hidroagrícola De Baixo Mondego
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X
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X
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- Coordenador do Projeto: Direção
Regional de Agricultura e Pescas do Centro
Atividades a desenvolver e
responsabilidades: A DRAPCentro
será responsável pela coordenação do projeto e pela articulação entre todos os
parceiros, criando sinergias e promovendo a participação ativa de todas as
entidades; contribuir através do seu corpo técnico contribuir nas ações relativas aos pilotos a testar e contribuir para a
execução das atividades com um caráter transversal que visam a capacitação, sensibilização e disseminação dos resultados.
- Parceiro: Instituto
Politécnico de Coimbra
Atividades a desenvolver e
responsabilidades: O
IPC irá colaborar em diferentes tarefas do projeto, de acordo com as suas áreas
de intervenção e tendo em consideração o seu posicionamento no território que
proporciona um conhecimento alargado das suas potencialidades e o que
facilitará a implementação do projeto e a incorporação do conhecimento
cientifico. O IPC irá participar no projeto com o seu corpo docente
especializado em questões relacionadas com o solo e melhoramento genético.
- Parceiro: Comunidade
Intermunicipal da Região de Coimbra (por dificuldades detetadas na submissão da
candidatura não foi possível inserir este parceiro, embora esta registado na
RRN)
Atividades a desenvolver e
responsabilidades: A
CIM Região de Coimbra irá promover a boa articulação entre os 19 municípios ao
nível da NUTIII, de forma a facilitar a boa implementação do projeto na Região.
A CIM RC terá um papel agregador dos municípios e de implementação das
diferentes ações, facilitando a sua operacionalização, pelo que o seu papel
será transversal a todas as tarefas do projeto.
- PME: Medronhalva, Lda
Atividades a desenvolver e
responsabilidades: A
Medronhalva irá facilitar a implementação das tarefas associadas à
estabilização dos solos e ao sequestro de carbono no solo através da plantação
de espécies autóctones, como por exemplo o medronheiro, potenciando a
experiencia desta entidade em áreas como a agricultura biológica, a apicultura,
a silvicultura, eficiência e sustentabilidade ambiental, energética e a
biodiversidade. Este parceiro é estratégico para o projeto, tendo em
consideração o conhecimento alargado que detém das dinâmicas geográficas na
região e das suas potencialidade naturais
- Centros de Competências:
Município de Vila Nova de Poiares – Entidade responsável pela gestão do Centro
de Competências da Caprinicultura
Atividades a desenvolver e
responsabilidades: Dada
a sua implantação no território, o centro de competências da caprinicultura irá
contribuir para a implementação da maioria dos pilotos que se pretendem
desenvolver, tendo em consideração que os animais serão os principais
facilitadores do processo de redução de emissões de GEE, pelo que este parceiro
terá um posicionamento estratégico para o cumprimento dos objetivos do projeto.
- Associações: Associação
De Beneficiários Da Obra Hidroagrícola De Baixo Mondego
Atividades a desenvolver e
responsabilidades: Esta
associação parceira no projeto irá facilitar a incorporações dos efluentes na
agricultura, de forma a promover menores emissões de GEE. Intervém também em
ações relativas à disseminação dos resultados pelos stakeholders, nomeadamente,
os seus agricultores associados, sendo uma forma de promover a divulgação e
disseminação de boas práticas junto dos utilizadores do território.
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