Apesar da reconhecida importância das variedades locais, as tendências recentes do mercado e os modernos sistemas de produção hortícola e frutícola têm deslocado os agricultores e setores afins para o cultivo de cultivares comerciais e híbridos devido ao seu alto rendimento e uniformidade do produto final. 
No entanto, esta tendência resulta apenas em benefícios de curto prazo, enquanto põe em perigo os valiosos recursos endógenos de variedades hortícolas e frutícolas locais que podem ser comprovadamente úteis sob uma mudança climática global. Além disso, as preocupações dos consumidores com a qualidade dos alimentos, sua origem e processo de produção, bem como a indicação geográfica (IG) dos produtos, estão em crescente demanda.
Neste contexto e considerando as particularidades que caracterizam as variedades locais, o património cultural e a ligação com regiões específicas, é de fundamental importância aprofundar estas características que poderão resultar em produtos de elevado valor acrescentado e no reforço das economias rurais.
Portanto, a perspetiva de valorização destas variedades endógenas parece muito promissora para uma horticultura e fruticultura sustentável e orientada para a qualidade. Valorizar e conservar estas variedades locais para moldar a produção hortícola e frutícola futura num quadro sustentável e apontar todas essas características especiais que as caracterizam e, as tornam valiosas, especialmente sob condições adversas e/ou fatores de stress.
Como implementar, a valorização dos recursos endógenos, variedades  nacionais de diferentes grupos de espécies de  fruteiras e  hortícolas, na fileira produtiva e na cadeia de valor dos territórios de menor densidade, acrescentando-lhe sustentabilidade, é o desafio desta iniciativa. 
Com potencial de produção e qualidade diferenciada a insuficiente valorização das variedades tradicionais nacionais, de diferentes grupos de espécies, contribuindo para os baixos rendimentos em territórios de menor densidade e consequente êxodo das populações, leva-nos a considerar o seguinte:
1. O património natural, toda a história e cultura a preservar, onde reside um dos trunfos do mundo rural, o saber valorizar o saber transmitido de geração em geração, que soube tirar o melhor partido das condições de solo e clima, para produzir produtos únicos, em sabor e com características que atingem todos os sentidos;
2. A existência de produções adaptadas às diferentes condições edafoclimáticas, é reconhecida nas variedades tradicionais endogenas trazidas aos dias de hoje graças ao melhoramento empírico realizado pelos pequenos agricultores e à adaptação que as espécies foram estabelecendo nos vários territórios rurais; 
3. Contudo, há produtos agrícolas que têm pouca notoriedade nos mercados internos, ora por insuficiente inventariação e mapeamento e conhecimento, ora por fraca divulgação e promoção, mas com melhor potencial para adaptação a estes territórios. 
Os Recursos endógenos - Produtos do território de qualidade conhecida e/ou certificada, com potencial de produção e com qualidade diferenciada, para produtos agrícolas nacionais e regionais – são reconhecidos, mas é necessário aumentar a sua produção e promoção, sobretudo dos produtos associados à gastronomia portuguesa e à sua relação com dietas saudáveis. Estes produtos associam-se a territórios de menor densidade das zonas rurais, sendo por isso uma mais-valia para a fixação de agricultores.        

 

O projeto PROVARE está alinhado com as orientações e compromissos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, do Pacto Ecológico Europeu e da Estratégia «do prado ao prato». 
O projeto está enquadrado com a visão e estratégias valorização dos recursos, da economia circular e integra uma visão holística do desenvolvimento sustentável no setor agrícola com repercussões muito positivas para o ambiente, o território e a sua população.
O projeto tem por objetivos:
- Incentivar a conservação e valorização da agrobiodiversidade, favorecendo o uso de recursos genéticos autóctones fomentando a economia local e oferecendo acesso a alimentos seguros e sustentáveis;
- Promover a economia local, o crescimento sócio-económico e a resiliência das regiões envolvidas, associada a uma produção de alimentos de origem vegetal diferenciada, de valor acrescentado pela elevada qualidade intrínseca e pela valorização desses recursos endógenos, fomentando o consumio e comércio local e maximizando o retorno económico;
- Realizar ações de divulgação que possam levar à promoção do aumento do rendimento dos produtores, tornando as atividades inseridas nestas regiões mais rentável, sustentável, atrativa e competitiva, nomeadamente para os jovens e permita a sua fixação em territórios rurais;
- Capacitar os territórios para gestão mais eficiente dos seus recursos, e implementar ações que contribuam para a sustentabilidade e valorização.

1.  Aprofundar o Conhecimento sobre os recursos em cada territorio
Pretende-se demonstrar que os recursos endógenos associados a territórios têm possibilidade de ser valorizados, pelos seus componentes qualitativos, diferenciadores, permitindo promover esses atributos, facilitando a produção local e a diversificação dos produtos no mercado.- INIAV;ATHACA;Associação Beira Douro; PME´s;Municipios e Juntas de Freguesia

2. Avaliação e valorização dos recursos endógenos
Fundamentar o uso de variedades  endógenas, criando um modelo de valorização destes recursos e de conservação in situ para contrariar a perda de agrobiodiversidade local e garantir a segurança alimentar. INIAV; PME´s;Municipios e Juntas de Freguesia

3. Estratégias de Valorização dos recursos endógenos 
Pretende-se Estruturar, idealizar e implementar  uma estratégia piloto de promoção, valorização e comunicação dos produtos endógenos estudados. Uma estratégia assente na especificadiade dos territórios, na interligação com outros setorres da atividade económica, na valorização do produtor e dos seus sistemas produtivos, na qualidade e especificidade dos produtos, na sustentabilidade dos modos de produção. Todos pos parceiros: INIAV:Polo de Inovação de Braga; Polo de Inovação de Alcobaça;Sandra Maria Veríssimo da Silva;Simão Ferreira Moura;António Manuel Cascais Fernandes;António Abreu Pereira;Vítor Manuel da Silva Amorim; Município de Arcos de Valdevez;Município de Montalegre;José Miguel Cunha Reis;Junta de freguesia Pitões das Júnias;DGADR;ACIBTM / INCUBO; COTHN; GRENGRAPE, Lda; Associação Beira Douro; ATHACA; 

4. Comunicação e Disseminação 
Transferência de conhecimento/ promoção do uso das variedades locais como parte   de sistemas de produção agrícola mais sustentáveis. Todos os parceiros: INIAV:Polo de Inovação de Braga; Polo de Inovação de Alcobaça;Sandra Maria Veríssimo da Silva;Simão Ferreira Moura;António Manuel Cascais Fernandes;António Abreu Pereira;Vítor Manuel da Silva Amorim; Município de Arcos de Valdevez;Município de Montalegre;José Miguel Cunha Reis;Junta de freguesia Pitões das Júnias;DGADR;ACIBTM / INCUBO; COTHN; GRENGRAPE, Lda; Associação Beira Douro; ATHACA;