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Mapa de subprodutos do olival no Alentejo e a sanidade dos resíduos (ID: 174 )
Coordenador: IPP/ESAE - Instituto Politécnico de Portalegre / Escola Superior Agrária de Elvas
Iniciativa emblemática: 6. Territórios sustentáveis
Data de Aprovação: 2022-02-07 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Alentejo NUTS III: Alto Alentejo
Identificação do problema ou oportunidade
No Alentejo existe um fosso cada vez maior entre o olivicultor tradicional e as grandes empresas do sector. Estas últimas chegam a compreender todas as fases da cadeia de valor (olival, colheita, agroindústria e, em alguns casos, a valorização dos resíduos – por exemplo a produção de pellets utilizados para aquecimento) o que se reflete em rácios custos / benefícios muito interessantes. A afirmação do sector olivícola tem associada a crescente quantidade de resíduos que é gerada anualmente, e que não são apenas o bagaço, existem também as folhas e pequenos ramos da limpeza da azeitona e a lenha da poda. Um dado importante do Recenseamento Agrícola 2019 foi a dimensão económica do agricultor/exploração: no Alentejo existem 17 921 explorações com uma dimensão média de 11 ha, sendo a dimensão média nacional das explorações olivícolas de 2,9 ha. Para o olivicultor tradicional atingir os níveis de eficiência necessários para assegurar a sua atividade e remuneração justas torna-se cada vez mais difícil. Muitas vezes o olivicultor de zonas rurais desconhece alternativas para os resíduos da sua atividade ou não tem como “publicitá-las” o que e resulta na diminuição do potencial de utilização dos subprodutos. É urgente disponibilizar aos agricultores locais de pequena dimensão económica uma ferramenta para a sua inclusão dinâmica e ativa na circularidade dos produtos do olival. A infeção e propagação de doenças da folha e do lenho são um problema para a fitossanidade e para a produtividade do olival. Duas dessas doenças são o olho-de-pavão e a tuberculose que vão debilitando as oliveiras ao longo dos anos e não havendo ainda uma cura têm de se adotar práticas profiláticas (arquitetura da planta, desinfeção de feridas nos ramos…). É urgente analisar o risco de no geral, ou em determinadas condições edafoclimáticas e de técnicas culturais, o olivicultor não possa estar a atuar involuntariamente para a dispersão de doenças importantes no olival ao simplesmente triturar e deixar no olival a lenha da poda.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
Criar um Mapa de Subprodutos, com base nas atividades iniciadas no projeto INNOACE, mas totalmente direcionado para o sector do olival e agroindústrias associadas (azeite e azeitona de mesa).
Construir as bases para uma rede digital de troca de informação sobre os locais onde os resíduos estão a ser acumulados e os potenciais utilizadores dessa matéria orgânica.
O objetivo agora é completar e tornar mais robusta a informação anteriormente gerada para o olival e criar uma ferramenta de troca de informação, principalmente a respeito da localização de pontos onde são geradas anualmente quantidades importantes de resíduos do olival. Não só ao nível da agricultura e pecuária existe procura destes resíduos para os incorporar na exploração agrícola, como também temos assistido ao surgimento de atividades / negócios para dar outros usos à lenha, às folhas e ao bagaço. Para se poder integrar mais facilmente nesta corrente de sustentabilidade e valorização de resíduos o agricultor de zonas rurais e por vezes com menos acesso à informação precisa de uma ferramenta que o ajude a promover os produtos / resíduos que pode facultar; e igualmente através dessa ferramenta encontrar os resíduos que precisa para incorporar em determinada tarefa da sua exploração.
Caracterizar a variabilidade manifestada ao nível da sintomatologia de olho-de-pavão e tuberculose em variedades autóctones do Alentejo em condições uniformizadas – Coleção Portuguesa de Referência de Oliveira (CPRCO).
Monitorizar / caraterizar o potencial de infeção das estruturas reprodutoras de olho-de-pavão e tuberculose presente nos resíduos de poda e folhas em diferentes condições edafoclimáticas e diferentes técnicas culturais do olival.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
Prospeção e localização de pontos de acumulação de resíduos do olival e das agroindústrias associadas: ESAE / IPP – Questionários, prospeção de agricultores de média e grande dimensão, locais de receção de azeitona AORE – Apoio à prospeção de agricultores e pequenos negócios familiares relacionados com o olival, o azeite e a azeitona de mesa
Criação da ferramenta digital Mapa de Subprodutos do Olival: AORE – Apoio à construção do mapa e da implementação da cadeia de circularidade de produtos. Transmissão dos resultados e ajuda nos acompanhamentos das diversas necessidades. Centro Nacional de Competências para a Inovação Tecnológica do Sector Agrofloresta (InovTechAgro) – Promover e participar na digitalização da informação recolhida na prospeção dos pontos identificados na tarefa anterior e assim responder aos desafios impostos pela sustentabilidade, circularidade dos produtos e coesão territorial. Caracterização da tolerância / sensibilidade de variedades autóctones de oliveira às doenças olho-de-pavão e tuberculose em condições uniformizadas – na Coleção Portuguesa de Referência de Oliveira (CPRCO): INIAV – Observação e caraterização in vivo (em campo) dos níveis de intensidade de infeção observados em variedades de oliveira instaladas na CPRCO
Monitorização do potencial de infeção das estruturas reprodutoras de olho-de-pavão e tuberculose presente nos resíduos de poda e folhas em diferentes condições edafoclimáticas e diferentes técnicas culturais do olival: INIAV – caraterização da viabilidade de estruturas reprodutoras do fungo do olho-de-pavão e da bactéria da tuberculose em folhas e restos da poda triturados e deixados no solo da CPRCO; INIAV e InPP – caraterização da viabilidade das anteriores estruturas reprodutoras, ou seja, o tempo de vida do inóculo, em folhas e restos da poda triturados e deixados no solo de olivais comerciais de diferentes zonas do Alentejo e naturalmente com distintas variedades e técnicas culturais aplicadas. Bolschare, Carrilha de Palma. – Empresa com olival comercial em diferentes zonas do Alentejo e nos quais se poderá monitorizar o comportamento do inóculo de olho-de-pavão e de tuberculose em resíduos da poda deixados no olival no sentido de melhorar as propriedades do solo.
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