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ROT2AGRI4.0 - Resource optimization by tecnology transfer through precision agriculture (ID: 205 )
Coordenador: UTAD - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Iniciativa emblemática: 8. Agricultura 4.0
Data de Aprovação: 2022-03-08 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Norte NUTS III:
Identificação do problema ou oportunidade
A fruticultura,
viticultura e a produção de pequenos e grandes ruminantes, assumem um peso
relevante no contexto económico e social de Portugal. São atividades
desenvolvidas maioritariamente em territórios rurais do interior, muito
relevantes para a dinamização, fixação da população e promoção da
sustentabilidade e valorização dos recursos. Importa assim implementar um
conjunto de medidas/ações que permitam promover o crescimento do setor
agroalimentar, de forma sustentável, capitalizando o conhecimento e a inovação
já disponível, e respondendo aos vários desafios globais atuais, em particular o
das alterações climáticas e a mitigação dos seus impactos, bem como o da
transição digital e verde.
No âmbito da
transição digital, é notório o incremento na adoção de soluções tecnológicas para
uma agricultura inteligente, sobretudo em grandes áreas em regime de monocultura.
No entanto, o mesmo não se verifica em territórios rurais em que predomina a
pequena agricultura familiar, associada à policultura, traduzida por diversas
vezes na manutenção de modelos técnico-económicos de produção e gestão
ineficientes, gerando desperdício de recursos, e fraca rentabilidade e
capacidade competitiva dos negócios. Existe, uma certa dificuldade, por parte
dos agricultores referidos, na adoção de soluções tecnológicas de agricultura
de precisão nas suas atividades, que é reforçada por fatores relativos à
estrutura fundiária, relação custo-benefício e respetiva viabilidade económico-financeira.
Outro fator importante de resistência à digitalização da agricultura, prende-se
com a tipificação das soluções tecnológicas existentes, as quais não se
encontram ajustadas às condicionantes específicas das culturas agrícolas, dos respetivos
sistemas de produção, da heterogeneidade dos territórios rurais e aos múltiplos
perfis dos gestores das explorações.
Nos setores da
fruticultura e viticultura destacam-se os desafios relativos à gestão eficiente
do recurso água e à fitossanidade, agravados pelas alterações climáticas, originando
escassez de água e ataques de pragas e doenças cada vez mais irregulares e
imprevisíveis. Outro dos desafios, prende-se com a falta de
mecanismos/instrumentos de previsão das quantidades de produção de frutos por
campanha, que permitam um planeamento e ajustamento mais rigoroso entre a
oferta e procura nos mercados, e um equilíbrio da balança comercial nacional de
alimentos.
O setor
agropecuário depara-se atualmente com problemas do ponto de vista económico e
social, traduzido em baixa qualidade de vida dos empresários, provocada pela
elevada quantidade e penosidade de mão de obra empregue na atividade de
pastoreio, acompanhado pela fraca rentabilidade dos produtos cárneos e lácteos.
A gestão ineficiente das áreas de pastoreio e do maneio dos rebanhos é outra
das debilidades do setor, a qual deve ser melhorada de forma a garantir uma
interação eficaz entre os animais e as pastagens, traduzindo-se em ganhos
produtivos e económicos para os produtores. Face ao exposto, é deveras importante e urgente desenvolver e
implementar medidas que deem resposta a estes desafios, e melhorem a gestão
agrícola, através do recurso a tecnologias de agricultura de precisão, capazes
de garantir uma utilização e gestão eficiente dos recursos, disponibilizando produtos
ambientalmente e economicamente sustentáveis, e de valor acrescentado. Pretende-se
assim, através da experimentação e demonstração, de sistemas integrados e
automatizados de sensorização e de gestão, dispor de um conjunto de dados
alargado, que permita do ponto de vista do conhecimento científico e de
investigação, apresentar medidas de adaptação das tecnologias que garantam
resposta eficaz às necessidades da agricultura, atendendo às condicionantes
específicas dos territórios, das suas culturas agrícolas, e dos perfis dos
utilizadores.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
A iniciativa pretende dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos na
operação Des. Agro 4.0 e capitalizar os resultados ai obtidos, cujo foco
assentou sobretudo no mapeamento, disseminação e promoção de tecnologias de
precisão para os setores agroalimentares dos territórios do Douro Verde e da
Cova da Beira. O presente projeto visa atuar ao nível da transferência, experimentação,
demonstração e avaliação de tecnologias, com vista à sua introdução no
mercado, através da implementação nas explorações de sistemas integrados e
automatizados de sensorização e de gestão agrícola, que permitam gerar um
conjunto de dados e informações agronómicas, ambientais, económicas e sociais, que
culminem na recomendação de medidas de adaptação/corretivas das tecnologias
às reais necessidades dos setores, atendendo às especificidades dos
territórios, das culturas agrícolas e sistemas de produção, e dos perfis dos
utilizadores. Para isso será essencial o acompanhamento e avaliação das medidas
implementadas pelo sistema científico e tecnológico.
Em termos setoriais, e numa abordagem territorial integrada, a
iniciativa visa intervir em dois setores-chave, nomeadamente, o agrícola,
em específico a fruticultura e viticultura, e o agropecuário, em
particular os pequenos e grandes ruminantes, em pastoreio extensivo.
No âmbito das tecnologias alvo de experimentação, demonstração e
avaliação, estas agrupam-se em 3 tipologias, designadamente:
·
Sistema Integrado e automatizado
de sensorização para gestão eficiente dos recursos hídricos, através da instalação de sondas de humidade do solo, estações
meteorológicas, e do recurso às plataformas de automação e gestão de dados. Do
ponto de vista de avaliação, pretende-se monitorizar a eficiência destes
sistemas inteligentes de precisão através da relação de indicadores da
qualidade do fruto obtido, da quantidade de água utilizada, e das
caraterísticas dos solos; ·
Sistema Integrado e automatizado
de sensorização para gestão eficiente dos indicadores de fitossanidade, através da instalação de equipamentos como armadilhas inteligentes de
pragas, sensores de esporos no ar, entre outros, e do recurso às plataformas de
automação e gestão dos dados. Do ponto de vista de avaliação, pretende-se
estudar a monitorização digital de pragas e doenças, através dos resultados
obtidos pelos equipamentos e pelos dados climatéricos das estações
meteorológicas;
·
Sistema integrado de gestão e
monitorização da produtividade e biomassa vegetal, através da captação de imagens aéreas (drones), que permitam monitorizar
e avaliar a relação da folha/fruto, relação mondas/produtividades, curvas de
maturação e datas de colheita, e definir modelos de estimativas de
produtividades;
·
Sistemas integrados de
geolocalização animal e de delimitação virtual das áreas de pastagem, através da instalação de sensores nos pequenos e grandes ruminantes, e do
recurso às plataformas de automação e gestão de dados, que permitam desenvolver
novos métodos/instrumentos de gestão de pastagens em função do comportamento
produtivo dos animais, da relação das caraterísticas e tipo de pastagens e da
alimentação animal.
O plano de ação, de forma complementar à experimentação das tecnologias,
prevê ainda o acompanhamento e avaliação da incorporação das tecnologias em
termos económicos, sociais e ambientais, assente em quatro dimensões
principais: 1) fatores socio-económicos e caraterísticas dos produtores; 2)
caraterísticas das explorações e dos sistemas de produção; 3) fatores
intrínsecos das tecnologias e da sua adequação; 4) fatores sistémicos,
relativos a interação entre os vários fatores referidos.
Relativamente às atividades de capacitação e disseminação dos resultados,
preveem-se realizar (i) sessões de demonstração em campo/sala, (ii) focus
group, e (iii) sessões de apresentação dos resultados intercalares e
finais, direcionadas ao tecido empresarial, e no contexto académico e
científico, a participação/organização de (iv) congressos/colóquios, e da
redação de (v) publicações técnicas/artigos em revistas.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
A coordenação e monitorização geral do projeto será
assumida pela UTAD, enquanto entidade que desenvolve atividades de I&D, ficando responsável
por definir o modelo de governação do projeto, fazer a gestão da execução
física e financeira da operação de acordo com o estipulado com os restantes
parceiros, fazer o reporte dos indicadores alcançados, bem como transmitir à
Autoridade de Gestão toda a informação que venha a ser solicitada.
A comunidade académico-científica, envolvendo a UTAD, IPCB e
ISA, será responsável por realizar os trabalhos de acompanhamento e monitorização, estudo e avaliação
dos dados, resultados, e indicadores, provenientes da implementação das
tecnologias digitais de agricultura de precisão, em termos económicos, sociais
e ambientais. Será
ainda responsável, sempre que se verifique necessário, em proceder às análises
laboratoriais que confirmem as medições/dados provenientes dos softwares de
gestão associados à implementação das redes automatizadas de sensorização.
Os Centros de Competência, nomeadamente o COTHN – Centro
Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional, e o Centro de Competências da
Caprinicultura, representado pelo INIAV no âmbito do consórcio, em conjunto com
os Grupos de Ação Local – DOLMEN e RUDE, estas enquanto
entidades promotoras e responsáveis pela promoção, implementação e alinhamento das
estratégias de desenvolvimento local de base comunitária com os projetos
implementados nos seus territórios, e a associação - ACRIBAIMAR, farão a articulação entre a comunidade
académico-científica, as PME e produtores singulares, ficando responsáveis pela
organização das ações de
disseminação, no
contexto nacional e territorial, respetivamente.
O Município do Fundão será responsável pela
coordenação dos trabalhos nos seus campos experimentais que já estão
implementados no concelho, nomeadamente o campo experimental da cereja, o campo
experimental dos pequenos ruminantes, os quais serão assim potencializados com a sua integração no consórcio.
Será responsável também pela coordenação dos trabalhos de campo a realizar na Quinta dos Lamaçais,
enquanto Polo de Inovação identificado na Agenda de Inovação para a Agricultura 2030, no qual irão
ser desenvolvidas em parte atividades de experimentação e de demonstração. Conjuntamente
com o Município do Fundão, a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento
Rural de Marco de Canaveses, enquanto escola profissional agrícola de referência a nível nacional,
será responsável pela coordenação dos trabalhos nos seus campos experimentais. A PME Rurisocietate, em estreita articulação com a comunidade
académico-científica, será responsável pela caraterização das explorações agrícolas alvo de
implementação das soluções tecnológicas, atividade inicial do projeto, e pelo
acompanhamento in loco das PME na fase de experimentação das tecnologias.
Contribuirá ainda com dados recolhidos no campo para o estudo de acompanhamento
e avaliação da incorporação das tecnologias em termos económicos, sociais e
ambientais.
As restantes PME e produtores singulares serão os responsáveis pela coordenação dos
trabalhos nas explorações agrícolas, a nível de instalação dos equipamentos da aquisição dos softwares
automatizados de gestão, na transmissão da informação e dos dados disponibilizados
pelos softwares, para avaliação e acompanhamento da comunidade académico-científica.
Fornecerão, eventualmente, produtos/amostras para posterior análise
laboratorial. Serão também responsáveis por darem os seus contributos, na
perspetiva de utilizador das tecnologias, nas sessões de disseminação dos resultados, bem como disponibilizarem as
suas explorações para as sessões de demonstração em campo, destinadas ao tecido
empresarial em geral, que se venham a realizar, assumindo assim um papel
revelante na transferência e demonstração prática, in loco, da utilização
tecnológica, ao restantes produtores. 1. UTAD – Universidade
de Trás-os-Montes e Alto Douro (181);Alberto Baptista;
Manuel Luis Tibério
Carlos Fonseca
2. IPCB – Instituto
Politécnico de Castelo Branco (192);
Celestino Almeida
João Paulo Carneiro
3. ISA - Instituto Superior de Agronomia (197)
Ricardo Braga
4. DOLMEN –
Desenvolvimento Local e Regional, CRL (119);
Elsa Pinheiro
Manuel Oliveira
5. RUDE – Associação de
Desenvolvimento Rural (247);
Hugo Gomes
Jorge Ramos
6. ACRIBAIMAR, Associação de Criadores de Gado
de Baião/Marco de Canaveses (1534)
(Sem informação do Representante – DOLMEN)
7. APPIZÊZERE -
Associação de Proteção Integrada e Agricultura Sustentável do Zêzere (396)
(Sem informação do
Representante)
8. COTHN – Centro
Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional - Centro de Competências (357);
Carmo Martins
9. CCC - Centro de
Competências da Caprinicultura, representado pelo Município de Vila Nova de
Poiares (2071)
Pedro Louro
Pedro Magalhães
10. Município do Fundão
(1112);
Pedro Neto
Ricardo Gonçalves
11. EPAMAC - Escola Profissional de Agricultura e
Desenvolvimento Rural de Marco de Canaveses (1539)
12. RURIS –
Rurisocietate, Lda (1658);
André Lopes
13. Enxertada, Lda –
Resende (1886);
Mónica Alves
14. AB Valley Wines Lda
(2801);
António Sousa
15. Fernando Manuel Resende Mouta (1567);
Fernando Mouta
16. Quinta de Vale
Prazeres, Lda (2418);
(Sem informação do
Representante)
17. Frutas Almerio, Lda
(2540)
(Sem informação do
Representante)
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