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DigiFarm2all: Sustentabilidade e democratização da Agricultura 4.0 (ID: 209 )
Coordenador: Associaçao SFCOLAB Laboratório Colaborativo para a Inovação Digital na Agricultura
Iniciativa emblemática: 8. Agricultura 4.0
Data de Aprovação: 2022-03-08 Duração da iniciativa: 2025-12-30
NUTS II: Centro NUTS III: Oeste
Identificação do problema ou oportunidade
Objetivo geral da iniciativa: Democratizar a Agricultura 4.0 (Ag 4.0) através de
um apoio técnico especializado para a gestão integrada das culturas, otimizando
o uso dos fatores de produção, protegendo os recursos naturais e minimizando o
impacto ambiental, e, neste sentido, contribuir para a eficiência e
intensificação sustentável da produção agrícola.
A Ag 4.0, ao incorporar um conjunto de tecnologias e ferramentas como a
deteção remota e proximal (sensores), comunicações (IoT), associadas a técnicas
de inteligência artificial (IA) que tiram partido do grande volume de dados
recolhidos por estas tecnologias irá, tal como aconteceu com a Indústria 4.0,
permitir avanços significativos na gestão da atividade agrícola e, assim,
contribuir indubitavelmente para a sustentabilidade deste setor, nas suas
principais componentes económica, ambiental e social.
Atualmente, a implementação de uma agricultura sustentável e a transição
digital do setor são os desafios mais exigentes para a atual geração de
agricultores. De facto, estes desafios estão identificados nas políticas
europeias, como é o caso da estratégia “Farm-to-Fork”, que estabelece metas bem
definidas para 2030. Para alcançar estas metas é necessário disponibilizar
rapidamente tecnologias (equipamentos, sensores, redes de comunicação,
desenvolvimento de algoritmia e aplicações informáticas) que permitam otimizar
a eficiência, quer ao nível dos recursos, quer ao nível dos fatores de
produção. Contudo, face aos custos dos atuais sistemas tecnológicos (sensores,
redes de comunicação) e do ainda limitado apoio técnico especializado para melhor
aproveitamento destes sistemas, a agricultura digital está apenas ao alcance de
uma (pequena) fração de produtores, em particular de média e grande produção.
Sendo a digitalização um imperativo das políticas nacionais e europeias, é
essencial desenvolver soluções inovadoras, integradoras e inclusivas para todo
o setor, incluindo os pequenos e médios agricultores, ao mesmo tempo que promove
a sua alfabetização digital. Para facilitar esta transição digital, é fundamental
que as soluções encontradas sejam de baixo custo, de acesso aberto e que
integrem apoio técnico especializado considerando as necessidades destes
agricultores, o que não é compatível com muitos dos serviços de grandes grupos
da Big Tech.
A adoção destas tecnologias pode deparar-se ainda com alguma resistência
por parte dos agricultores. De fato, de
acordo com um estudo promovido pelo Parlamento Europeu ( Impacts of the
digital economy on the food chain, disponível em https://www.europarl.europa.eu/RegData/etudes/STUD/2019/629192/IPOL_STU(2019)629192_EN.pdf), verificou-se que uma grande parte dos
agricultores não irá implementar novas práticas até que a sua eficácia e o
custo-benefício sejam avaliados por um parceiro confiável.
Neste sentido, o DigiFarm2all, tem como missão tornar a transição para a
agricultura digital acessível a todos os agricultores e promover a literacia da
Ag 4.0. Para esse efeito, esta candidatura recorre a organizações de
agricultores, nomeadamente as cooperativas, associações e confederações, como
parceiros de confiança, para a implementação de novas tecnologias e promover a
digitalização das explorações agrícolas integrando a capacitação e formação inicial
dos técnicos para a utilização eficiente dessas tecnologias assim como a
capacitação do utilizador final, o agricultor.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
DigiFarm2all surge no âmbito da transição digital na agricultura e da
necessidade de se estabelecerem bases fortes e confiáveis no setor para esta
transição, através da adoção de novas tecnologias da Ag 4.0 e aquisição e
disseminação de conhecimento.
Para o sucesso da adoção destas soluções, é crítico não só o
desenvolvimento e/ou implementação de soluções inovadoras e, acima de tudo
acessíveis, mas também a disponibilização de apoio técnico adequado aos
agricultores, e demonstração dos resultados e/ou ganhos na sustentabilidade
ambiental e económica das explorações inerentes do uso destas soluções, face às
práticas agrícolas correntes. Neste processo são identificadas quatro barreiras
principais: i) acessibilidade às soluções e comunicação em áreas remotas, ii)
confiança nas tecnologias adotadas, iii) conhecimento das soluções adotada e
iv) motivação social, económica e ambiental. Neste sentido, o DigiFarm2all
considera que as organizações de agricultores através dos seus técnicos,
desempenham um papel fundamental para a sensibilização e disseminação destas
tecnologias, possibilitando a democratização do seu uso quer pelos
agricultores, que não têm capacidade para sozinhos maximizarem o seu uso, quer
por aqueles cujas explorações necessitam de outras para viabilizar o uso destas
tecnologias através da partilha de custos. DigiFarm2all pretende sensibilizar e democratizar a Ag 4.0, através da
disseminação dos seus benefícios, em particular aos produtores de pequena e
média dimensão, através de: i) instalação de pilotos - implementação de
tecnologia acessível (sensoriamento IoT e remoto, com processamento de dados em
tempo real suportado por aplicações de Machine Learning - ML), ii) suporte e
aconselhamento técnico baseado na interpretação dos resultados de ML, para
modelação e previsão do uso dos fatores de produção e gestão das explorações. O
impacto destas soluções será avaliado ao longo da iniciativa (ano 0 a 3)
através da monitorização dos recursos e fatores de produção dos pilotos
instalados, bem como a produção e rendimento económico através de um caderno de
campo eletrónico que permitirá:
1.
Evidenciar a
mais-valia económica do uso de soluções de Ag 4.0; 2.
Quantificar a
pegada ecológica das explorações, contribuir para as metas do Farm-to-Fork” e a
adaptação/mitigação das alterações climáticas; 3. Melhorar o aconselhamento técnico, através de
recomendações e soluções bem fundamentadas para os agricultores; 4.
Melhorar a
literacia digital de técnicos e agricultores, em particular os grupos mais
excluídos. DigiFarm2all contempla um plano de ação que visa uma estratégia de inclusão
das tecnologias digitais através da instalação de 13 pilotos para as fileiras
da vinha, olival, frutos vermelhos, kiwi, abacates e laranja, que servirá como
demonstrador prático destas tecnologias e de suporte para as ações de
capacitação (teórica e prática) dos técnicos das organizações e agricultores. A
filosofia destes pilotos é que sejam dotados de tecnologia de baixo custo, e integrem
um core básico de sensoriamento proximal para o ecossistema solo, planta e meteorológico,
reforçado por outros sensores, conforme as necessidades específicas de cada
cultura. Os pilotos serão distribuídos por todo território nacional, de acordo
com a representatividade das culturas. A escolha destas culturas é estratégica pela
sua importância económica (peso ao nível da produção nacional e importância em
regiões de baixa densidade), pelas questões ambientais e pelos impactos destas
culturas no uso da água (ex. abacate ou olival super-intensivo). O DigiFarm2all, através da sensibilização dos produtores para a Ag 4.0 através
da articulação direta com técnicos das organizações que lhes dão apoio e da
instalação de demonstradores/ pilotos com soluções adaptadas a cada região,
cultura e/ou realidade agrícola, vai criar uma abordagem macro nacional, cuja
aprendizagem, metodologia, resultados e modelo para aplicação da tecnologia
obtidos sejam passíveis de serem estendidos a todo o setor e, potencialmente,
de interesse para o Ministério da Agricultura.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
DigiFarm2all incorpora cooperativas e empresas do setor agrícola, nomeadamente
das fileiras da vinha, olival, pequenos frutos, kiwi, abacates e laranja,
confederação de agricultores, polo de inovação digital, laboratórios
colaborativos, centro de competências e empresa tecnológica. As competências do consórcio permitirão enfrentar
o desafio da democratização da Ag 4.0 e, permitir um maior acesso a tecnologias
digitais e utilização das mesmas, em prol de uma agricultura sustentável.
SFCOLAB é o Colab para a inovação digital na agricultura,
que tem como missão a transferência do conhecimento e da tecnologia para o setor
agrícola. Visa investigação aplicada (TRL 5-8) e o desenvolvimento de serviços
para a digitalização da Agricultura. Principais funções no projeto:
líder do consórcio, desenvolvimento do sensoriamento proximal (pilotos) e
transferência do conhecimento.
CONFAGRI é a organização do setor cooperativo agrícola,
trabalhando de forma próxima e em rede com diversas cooperativas e outras
organizações de agricultores. Competências técnicas na área agrícola e é uma
entidade formadora certificada. Principais funções no projeto: promotor
das ações de coordenação de: pilotos e disseminação dos resultados; ações de
formação; tarefas de avaliação do impacto da Ag 4.0
INIAV é um laboratório do estado que desenvolve
atividades de investigação aplicada para a agricultura e veterinária. Dada a sua abrangência em todo o território,
integra a maioria das competências para este setor e é responsável pela
implementação de algumas iniciativas da Agenda de Inovação Terra Futura,
nomeadamente a Ag 4.0. Principais funções no projeto: participação nas
ações de formação técnica e de disseminação; apoio à validação da montagem da
estrutura de sensoriamento, validação de protótipos (novos sensores) e
aplicação de métodos micrometeorológicos
InovTechAgro é o Centro de Competências para as áreas da Ag
4.0, mecanização e digitalização do setor agroflorestal. A sua estrutura
fornece um ecossistema para a transferência de conhecimento e alfabetização que
contribuam para a formação de agricultores, técnicos, operadores. Principais
funções no projeto: participação nas ações de disseminação e promoção das
atividades do projeto e dos resultados.
CoLAB Vine&Wines é um
CoLAB para a transferência e disseminação do conhecimento e tecnologia e no
desenvolvimento de processos, produtos e serviços para o setor vitivinícola.
Principais funções no projeto: acompanhamento dos pilotos em vinha;
participação nas ações de capacitação, divulgação e promoção das atividades do
projeto e dos resultados.
ImpactWave é uma empresa tecnológica que desenvolve soluções
avançadas para a agricultura e outros setores, como algoritmia, programação,
aplicações, bases de dados, páginas web, etc. Principais funções no projeto:
análise e integração dos dados dos pilotos numa plataforma com sistema de
apoio à decisão; desenvolvimento de algoritmos para criação de um modelo para
sistema de recomendação/ prescrição.
Cooperativas e outras organizações: PME’s agrícolas representantes de cada fileira em
estudo, nomeadamente Terras de Felgueiras - Caves de Felgueiras CRL,Adega
Cooperativa de Cantanhede, Adega Cooperativa de São Mamede da Ventosa,
Cooperativa Agrícola dos Olivicultores do Fundão, Cooperativa Agrícola de Beja
e Brinches e Cooperativa Agrícola A Esperança de Moncarapacho. Principais
funções no projeto: promover o acompanhamento dos pilotos; apoiar os
produtores na transição e literacia digital; participação na disseminação e
análise crítica das recomendações produzidas pelo modelo desenvolvido.
Produtores, incluindo jovens agricultores, para as diferentes
fileiras. Principais funções no projeto: disponibilização das
explorações para instalação de pilotos; participação na comunicação de dados de
campo.
Cooperação externa é fundamental para a disseminação do projeto e
valorização dos seus outputs. A nível nacional, tem apoio da Altice, AVIPE,
ATEVA e ADVID; e a nível internacional, da Microsoft Azure, Azure Farm Beats e
grupo de Inovação da Copa Cogeca.
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