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Fito 4.0 - Ferramentas 4.0 para a proteção de culturas (POMOIDEAS) (ID: 224 )
Coordenador: COTHN - Centro Operativo Tecnológico Hortofrutícola Nacional
Iniciativa emblemática: 8. Agricultura 4.0
Data de Aprovação: 2022-03-08 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Centro NUTS III: Oeste
Identificação do problema ou oportunidade
A resposta às exigências de sustentabilidade,
produtividade e qualidade dos produtos agrícolas passa pela atuação atempada e
precisa na resolução dos problemas fitossanitários. Para o conseguir, é
essencial informação de qualidade e conhecimento profundo sobre as parcelas,
culturas e seus auxiliares, práticas seguidas e detecção precoce/previsão de
problemas ou inimigos. No momento em que os efeitos das alterações climáticas
se começam a fazer sentir, é ainda essencial estar-se atento a mudanças de
padrões e ao surgimento de novas ameaças. A Agricultura 4.0 incorporando
grandes conjuntos de dados, obtidos nomeadamente através de sensores IoT
(Internet-of-Things), computação na nuvem e aprendizagem automática pretende
contribuir com novas e radicais soluções.
Contudo, as novas técnicas de Inteligência
Artificial requerem grandes quantidades de dados e de qualidade, contrastando
com o que se passa na realidade em que temos séries de dados curtas ou de pouca
qualidade, e, essencialmente, pouca informação validada ou devidamente anotada.
Pela mesma razão, a utilização de modelos de previsão de pragas e doenças que
estão dependentes muitas vezes do mesmo tipo de informação, não se encontram
devidamente validados para as condições do Oeste. Assim, a recolha de informação
no campo devidamente curada é fundamental para se aferir com regularidade o
estado e problemas de cada parcela, poder extrapolá-los para um nível regional
e servir de input para modelos da Agricultura 4.0. Dado o estado atual da
tecnologia, muita desta informação tem de ser obrigatoriamente recolhida e
analisada por humanos. Só a partir desta informação é que se poderá almejar a
utilização de algoritmos de aprendizagem automática a uma grande escala.
A tarefa de recolha de informação in loco tem um conjunto de desafios que
a tornam difícil e morosa, justificando a sua raridade. Em primeiro lugar, deve
ser realizada por técnicos especializados que visitam as parcelas regularmente
mas que dispõem normalmente de tempo limitado para as realizar.
Segundo, os mesmos protocolos deverão ser seguidos
uniformemente pelos técnicos para garantir que a informação tem a mesma
qualidade e que não depende do agente de recolha. Em terceiro, o registo em
suportes digitais é ainda escasso levando a perdas de eficiência, introdução de
erros e perda de oportunidade de atuação.
Em iniciativas anteriores lideradas pelo COTHN e
com a colaboração da FCT NOVA e parceiros da produção, foi possível demonstrar
em testes piloto que existem soluções viáveis para colmatar estes problemas
recorrendo à colheita de informação com aplicações móveis inovadoras.
Esta iniciativa assenta na oportunidade de, através da
inteligência artificial produzir uma sistema de apoio à decisão de fácil
utilização que possa ajudar a prevenir os descontrolo de pragas e doenças,
através de uma monitorização em tempo real e simultaneamente a integração de
informação de forma a podermos desenvolver modelos de previsão de pragas e
doenças adaptadas às regiões específicas de cada parcela e desta forma
minimizar a necessidade de realização de tratamento fitofarmacêuticos e
permitir o posicionamento atempado dos métodos de controlo biotécncios e
alternativos, que para ser eficientes necessitam e um posicionamento muito
oportuno
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
O objetivo será a construção de uma plataforma aberta
e colaborativa de monitorização regional para o Oeste, especialmente para a
fileira das Pomóideas suportado em aplicações móveis com dados alojados e
partilhados na nuvem (Cloud), fornecendo ainda interfaces para a integração e
visualização de informação de terceiros (e.g. meteorologia, sensores IoT, rega,
etc). As três grande inovações deste sistema serão:
1) Uma aplicação móvel colaborativa especialmente
desenhada para a recolha de dados de campo georreferenciados e anotados,
offline com mecanismos de sincronização, altamente adaptável e configurável;
2) Uma plataforma na Cloud robusta, escalável,
gerível e completa com mecanismos de visualização intuitivos e com backoffice
de controlo preparado para um uso a nível regional com diversos níveis de
informação e confidencialidade;
3) Uma plataforma aberta para a integração de
informação de terceiros com mecanismos pré-definidos para associação e
visualização de informação.
A recolha de informação por dispositivos móveis potencia
a adoção de protocolos comuns a nível regional imediatamente no ato de recolha,
seguidos por todos os técnicos garantindo quer a qualidade quer a uniformidade da
informação carregada para a plataforma. Numa mesma visita podem ser recolhidos
centenas de itens de informação georreferenciados, tão diversos como o estado
fenológico da cultura, estado sanitário, amostragem e contagem de frutos, presença
de auxiliares, marcação de zonas afetadas por pragas ou doenças (e.g.
desenhando ou circulando a zona ficando imediatamente georreferenciada), indicação
de observações de insectos em quarentena e respectivos locais, contagens de
insetos em armadilhas, zonas de melhor e menor produção, maturação, tratamentos
ou intervenções efetuados, assim como registos fotográficos e documentais de
situações inesperadas; a forma de o realizar deverá ser idêntica para todos os
técnicos no terreno.
A informação produzida será disponibilizada na
plataforma que manterá um histórico que permitirá monitorar a dinâmica da
evolução dos problemas (e.g. curvas de voo, índices de risco de doenças, etc),
assim como coligir/validar as boas práticas que obtiveram melhores resultados.
A informação produzida será disponibilizada para a definição de novas formas de
controlo, especialmente por meios biológicos e biotécncios, assim como para
validar modelos de pragas e doenças cujas predições podem ser incorporadas na
plataforma. A informação irá ser
comunicada aos intervenientes por intermédio de visualizações simples e
interativas para a sua melhor compreensão e adoção por parte dos intervenientes.
Dado o número de técnicos que se espera abranger e
sua dimensão regional, a plataforma terá de ter um forte componente para gestão
e controlo das operações diárias e da informação produzida, para garantir modi
operandis comuns por parte dos participantes.
Todos os atos de recolha de informação serão georreferenciados, anotados
com o produtor e dispositivo e passíveis de serem realizados offline e
posteriormente sincronizados, com controlo pelo backoffice. O backoffice
oferecerá ainda a possibilidade de comunicar com os dispositivos
móveis/utilizadores por intermédio de um mecanismo de notificações
estruturadas, que poderão ser integradas em redes sociais, em particular para
comunicar alarmes/indicações relativamente a problemas ou ações a realizar (com
níveis de severidade e importância associados).
A plataforma será aberta, mediante configuração de
autorizações para operações permitidas, com uma definição de um conjunto de
interfaces externas para o carregamento de informação na plataforma (e.g.
registos tabelares em CSV ou Excel, séries de dados meteorológicas ou de
sensores IoT, observações de campo, alarmes de equipamentos, ocorrências de
pragas, dados de produção, registos multimédia, cartografia de diversos tipos,
voos de drones, mapas de produtividade, armadilhas inteligentes ou serviços
online de contagem e identificação de insetos, resultados de modelos de IA
externos que utilizem os dados da plataforma, etc...).
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
Tendo em conta os objetivos da presente iniciativa,
a área de trabalho da presente iniciativa encontra-se enquadrada nas seguintes
linhas de ação do aviso:
LA 8.1. Agricultura de precisão: utilização de
tecnologias digitais para utilização e para a gestão eficiente de produtos
fitofarmacêuticos, fertilizantes, água e energia.
LA 8.3. Tecnologia: adotar novas tecnologias que
promovam o desenvolvimento da agricultura de precisão, nomeadamente IoT,
aplicações suportadas por inteligência artificial, automação e robótica.
LA 8.4. Dados: explorar as potencialidades da
deteção remota e de proximidade (sensores); promover a recolha de dados sobre a
atividade agrícola e a pecuária extensiva, regulamentação e governança no uso
dos dados.
O COTHN-CC terá como responsabilidade liderar e
coordenar o consórcio. Paralelamente terá a responsabilidade de recolha de
informação no campo e apoio no desenvolvimento da visualização na plataforma a
desenvolver:
A FCT/UNL, terá a responsabilidade científica do
desenvolvimento da aplicação móvel colaborativa para a recolha de dados de
campo; da plataforma na Cloud robusta com backoffice de controlo preparado para
um uso a nível regional com diversos níveis de informação e confidencialidade;
e da abertura da plataforma para a integração de informação de terceiros com
mecanismos pré-definidos para associação e visualização de informação.
As PME´s envolvidas neste Consorcio (Campotec,
Granfer, FRUBAÇA, Frutoeste, FRUTUS, JDR e Filhos e Frutas FN), terão as
funções de ajudarem no desenvolvimento dos protocolos de observação, definição
das parcelas alvo das observações e validar a informação resultantes da
aplicação e plataforma.
O INIAV, IP, será o polo de inovação e constituirá
com um do campo para a rede de pomares onde serão realizadas as observações e
paralelamente ajudará na validação da informação disponibilizada especialmente
ao nível da integração de informação de outras origens diferentes, nomeadamente
de sensores, armadilhas inteligentes, etc)
A APAS terá um papel importante ao nível da
validação dos modelos de previsão de Pragas e doenças que se pretendem
desenvolver e integrar na plataforma, para além de apoiar as observações de
campo.
A APMA terá um apela importante, conjuntamente com o
COTHN-CC, na construção e implementação do plano de disseminação dos resultados.
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