Bolsa de Iniciativas PRR

 

Medronho2030 - Ecossistema inovador (ID: 225 )
Coordenador: Agência de Desenvolvimento Gardunha 21
Iniciativa emblemática: 6. Territórios sustentáveis
Data de Aprovação: 2022-03-07 Duração da iniciativa: 2025-09-29
NUTS II: Centro NUTS III: Beiras e Serra da Estrela
 
Identificação do problema ou oportunidade

O problema - Atualmente em Portugal temos somente uma média de 500 a 700 toneladas anuais de produção de medronho para uma área de plantação de sensivelmente 500ha, no entanto segundo Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro o Medronheiro devia ser considerado a planta nacional. Em 2016 a assembleia da república publicou uma resolução onde recomenda ao governo medidas de apoio à cultura do medronheiro. No entanto desde então ainda não se conseguiu alavancar os requisitos chave para melhorar a adesão quer dos empresários agrícolas, dos municípios e da disponibilização de terras para esta cultura assim como da perceção da população em geral para dinamizar esta cultura ao invés de outra. Assim atualmente denotamos: baixa produção nacional de medronho; a produção nacional de medronho não é suficiente para as necessidades do mercado; baixa adesão dos produtores agrícolas a plantar medronheiros por falta de conhecimento generalizada da cultura assim como tratamentos e crescimento; Falta de informação para o tecido económico e empresarial poder investir mais no sector; Dificuldades do sector e aplicações alternativas do medronho/medronheiro; insuficiência da produção de plantas de medronheiro para os agricultores poderem adquirir e plantar; fraca qualidade das plantas (normalmente de semente); falta de produto em fresco para o sector agroalimentar; inexistência de circuitos curtos de comercialização e redes de apoio. A oportunidade

De acordo com as lacunas do sector existem claras oportunidades de: Investigar e melhorar as plantas; ter mais plantas disponíveis para os agricultores; melhorar e organizar a informação acerca da plantação, cuidados de tratamentos da cultura e rendimento; instalar mais medronhos e assim obter mais produção a fresco; inovar no sector agroalimentar usando o produto em fresco e transformando o mesmo na dieta mediterrânica visto que tem por exemplo mais vitamina C e mais fibra dietética do que maçã; a venda em fresco, para polpas, sumos e compotas, para cosmética ou farmacêutica, bem como para planta ornamental são algumas das opções, mas também integrado numa estratégia de prevenção aos incêndios, pela sua resiliência e rápida capacidade de regeneração; usar o medronheiro a nível do ambiente, proteção de fogos com aplicação nas linhas de descontinuidade; uniformizar o conhecimento que provem, de um lado das universidades e centros de conhecimento e por outro lado do mercado num único local, nomeadamente na plataforma da Cooperativa Portuguesa de Medronho (CPM) cujo âmbito é exatamente o de apoiar o sector, mas não tem a informação organizada e detalhada; criar o banco de terras de dois municípios (Fundão e Pampilhosa) para facilitar a incorporação de jovens agricultores nas zonas rurais e o aumento da produção de medronho.

 
Breve resumo da iniciativa a desenvolver

O projeto Medronho2030 – Ecossistema inovador - pretende o alargamento e consolidação da rede de instituições de interface entre o sistema académico, científico e tecnológico e o tecido empresarial português. A parceria engloba os requisitos chave do aviso e engloba diversas instituições de investigação e de ensino superior, muitas PMEs do sector, a cooperativa portuguesa de medronho e o centro de competências dos recursos silvestres (ADPM/CRRES) para além de municípios e associações como a Gardunha21 especializada e coordenador de toda a parceria. A Metodologia envolve uma abordagem integrada, estruturada em três eixos estratégicos: Eixo 1 – Investigação e desenvolvimento; Eixo 2 – Experimentação e Avaliação e o Eixo 3 – Capacitação e disseminação de resultados. Através do processo pretende-se a geração de conhecimento, a sua transferência e disseminação para o mercado, nesse sentido, no que respeita ao Eixo 1, a parceria entre o Centro de Biotecnologia de Plantas da Beira Interior, a Universidade de Coimbra, a universidade de Aveiro e o centro de competências de recursos silvestres será responsável pela investigação e desenvolvimento. Através da criação das bolsas de terras do município do fundão e da Pampilhosa será possível assegurar o alargamento de terras para jovens agricultores e para os empresários agrícolas. No eixo 2, com uma moldura de parceria de diversos parceiros PMEs assegura-se a transferência para o mercado da investigação em plantas e clones micropropagados assegurando o futuro do sector primário a produzir medronho assim como muitas empresas ligadas ao sector agroalimentar que vão transformar o produto e comercializar o mesmo (licores, compotas, gelados, produto em fresco, transformação para outros sectores). A cooperativa portuguesa de medronho no eixo 3, assegura que toda a informação para o sector é tratada na ótica do utilizar (o jovem agricultor e o empresário agrícola) de forma a ser facilmente consumida através de publicação no portal online, com ficheiros, infografias e vídeos. Este último ponto vai clarificar todos os cuidados a ter e incentivar o investimento no sector. Através deste projeto pretende-se: um total de mais de 300 Hectares de novas produções micropropagadas de medronheiros através de muitas empresas do consórcio (mais de 7 explorações), a própria REN que permite o uso do medronheiro em redes de descontinuidade e os futuros investidores (jovens agricultores); ter uma população mais saudável, através da promoção de um sistema alimentar mais sustentável com circuitos curtos de comercialização e mais culturas mediterrânicas; ter uma agricultura mais inclusiva, igualitária e integrada com informação precisa e de fácil acesso a quem pretender ter uma cultura de medronheiros, potenciando a atração de mais jovens para os territórios rurais e para a atividade agrícola, potenciando ainda a participação de mulheres na agricultura; criar melhores condições para o aumento do rendimento dos produtores, tornando a atividade agrícola mais rentável, atrativa e competitiva através de mais conhecimento acerca de como desenvolver esta cultura e também ao desenvolver plantas mais preparadas para a obtenção de sucesso nas colheitas; uma agricultura mais resiliente que proteja o ambiente ao instalar medronheiros nas redes de descontinuidade nas florestas; uma agricultura que assegure a sustentabilidade dos recursos água, solo e biodiversidade e contribua para a transição climática sendo uma cultura que pode ser colocada em sequeiro; uma cobertura territorial significativa de medronheiro com muitas empresas e muitos parceiros a caminharem para um ecossistema inovador que dará frutos por muitos anos e com um arrastamento económico forte assente em inovação nos territórios rurais; aumento de regimes de produção sustentável; aumento considerável da produção agroalimentar com o uso do medronho em fresco; maior adesão à dieta mediterrânica.

 
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro

O projeto engloba 3 eixos de trabalho que se passam a indicar:

Eixo 1 de investigação e desenvolvimento – Assegurar o futuro do sector

Pretende-se no âmbito do eixo 1 melhorar o medronheiro através de: Identificação das características morfológicas e organoléticas do fruto; Levantamento e mapeamento de critérios para seleção de plantas; Seleção de plantas (dimensão, peso, pureza PH) considerando as características do Fruto; Seleção de planta mãe/clone; Desenvolvimento de protocolos de propagação clonal (invitro e estacaria); Processo de micropropagação (seleção, estabelecimento, multiplicação, enraizamento e aclimatização); Fornecimento/produção de plantas clonadas (Líder deste pacote de trabalho será o Centro de Biotecnologia de Plantas da Beira Interior com os parceiros Universidade de Coimbra, Universidade de Aveiro e centro de competências de recursos silvestres - a APDM/CRRES). Este pacote engloba as principais equipas multidisciplinares que investigam o medronho em Portugal assegurando assim o cumprimento e qualidade deste pacote.

Eixo 2 – Experimentação, desenvolvimento e avaliação

As áreas integradas no eixo 2 englobam: experimentação dos clones em contexto real - definição de diversos critérios; formação local aos colaboradores e técnicos e aplicação das plantas clonadas no terreno; Crescimento de clones e ensaios em diferentes condições ambientais; Estratégia de Transformação de paisagem – criação de linhas de descontinuidade; Uso dos medronheiros nas faixas de proteção/servidão da REN; Ações de demonstração dos medronheiros junto do tecido empresarial agroflorestal e outros stakeholders; Avaliação da viabilidade e aplicabilidade das soluções à realidade do tecido empresarial agrícola; Comercialização e transferência de conhecimento; criação da bolsa de terras – as camaras municipais do Fundão e da Pampilhosa pretendem mapear e colocar à disposição do mercado (jovens agricultores e empresários agrícolas) terras em ambos os municípios para a cultura do medronho (os lideres deste pacote são a Gardunha21 para testes e ensaios e laboratório local, mas com papel muito importante a Green clon para clonagem de medronheiros para implementar nas explorações agrícolas assim como todas as empresas presentes no consórcio a nível do agroalimentar para transformação e comercialização – Sabores da Gardunha (Compotas), Zimbro (Licores), Erikai (licores), Cerfundão (uso em fresco), gelataria, pastelaria e outras.

Eixo 3 – Capacitação e disseminação dos resultados

Através do eixo 3 pretende-se desenvolver a componente de capacitação e disseminação dos resultados ao mercado, os objetivos englobam: apoio ao contexto empresarial – informação aos empresários de como instalar, cuidar, transformar, indicadores de produção, rentabilidade das culturas, cuidados a ter, etc. Na disseminação de resultados serão utilizados os seguintes meios: plataforma online, documentos científicos e gerais para download, vídeos, infografias e outras a recolher, agregar e publicar. O líder deste pacote será a Cooperativa portuguesa do medronho, assegurando assim o arrastamento económico generalizado e futuro para o sector.

 
Interlocutor: Sofia Santos   Email interlocutor: gardunha21@gmail.com   Email entidade: gardunha21@gmail.com