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OBSERVATÓRIO TÉCNICO DE TERRITÓRIOS RURAIS SUSTENTÁVEIS: RESILIÊNCIA E INOVAÇÃO (RESILINOV) (ID: 230 )
Coordenador: UALG - Universidade do Algarve
Iniciativa emblemática: 6. Territórios sustentáveis
Data de Aprovação: 2022-03-08 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Algarve NUTS III: Algarve
Identificação do problema ou oportunidade
Os territórios rurais são de uma forma geral afetados por dificuldades várias que tornam o seu desenvolvimento particularmente desafiante, nomeadamente o envelhecimento da população, a perda de valor das atividades económicas, com especial relevo para a agricultura, a desertificação agravada pelo abandono das terras e, como corolário, a perda de massa crítica demográfica, social e económica, tornam difícil reverter a situação. É por isso urgente incorporar conhecimento e inovação, dinamizando uma base produtiva que permita reverter esta situação, bem como delinear novos modelos de governança, que façam chegar este conhecimento e inovação aos atores locais, em particular aos jovens agricultores, potenciando económica e socialmente estes territórios. Para tal, será realizado um diagnóstico territorial da oferta de produtos locais produzidos em sistemas agrícolas sustentáveis, identificando inovações que possam ser incorporadas nestes sistemas e os serviços ecossistémicos que os mesmos produzem e implementado um novo modelo de apoio técnico aos agricultores, procurando garantir quer a incorporação de inovação, conferindo às explorações e sistemas de produção a resiliência face à inevitável evolução das condições de produção e de contexto, quer a continuada produção de serviços ecossistémicos por parte destes sistemas. Para atingir as metas gerais da Agenda “Terra Futura” será necessário implementar diversos planos de ação, o que deve ser encarado como um enorme desafio para os territórios e para as atividades ligadas ao mundo rural. A execução de um projeto com metodologias baseadas na difusão de informação e transferência de conhecimento para agricultores e produtores agroalimentares em MPS, deverá ser considerada como uma oportunidade para a promoção da sustentabilidade dos territórios e para a dinamização do tecido social e económico. Segundo o Recenseamento Agrícola 2019 (INE), nas regiões do Algarve e Centro, foram registadas, respetivamente 76 e 1040 explorações em MPB (0,6% e 1,1% das explorações regionais), a que corresponde uma SAU de, respetivamente, 680 e 44590 ha (0,8% e 9% da SAU regional), o que demonstra a baixa atratividade atual por este sistema de produção, principalmente no Algarve. A implementação de atividades alinhadas com as Linhas de Ação (LA) da iniciativa emblemática 6, deve ser encarada como uma oportunidade para sistemas de produção mais sustentáveis, a que corresponderá um incremento do número de agricultores e áreas em MPS e a concretização de indicadores de realização da Agenda “Terra Futura”. Neste contexto, a Atividade 1 está alinhada com a LA 6.1. e a LA 6.4. Nesta atividade incluem-se os sistemas de produção e os recursos genéticos animais (raças autóctones) e vegetais (variedades tradicionais locais), muitos deles em elevado risco de erosão genética, mas de grande valor atendendo a sua elevada adaptação aos territórios e aos efeitos das Alterações Climáticas. A Atividade 2 está alinhada com as LA 6.2 e 6.5, nomeadamente através da identificação e validação de novas tecnologias na proteção das culturas para os sistemas agrícolas mais relevantes, do melhoramento das pastagens permanentes de sequeiro e utilização de variedades tradicionais/autóctones (melhoradas ou de conservação) e da adaptabilidade das raças autóctones a novas condições de produção A Atividade 3 está alinhada com a LA 6.4. Esta ação é considerada bastante desafiante, atendendo a que o seu sucesso irá depender da consolidação de um modelo de apoio técnico em rede e da sua governança e continuidade, encarado como uma oportunidade para apoiar e organizar os produtores e suas estruturas organizativas, orientados para uma economia de proximidade e que contribua para melhorar a sustentabilidade dos territórios. Pretende-se delinear um modelo que seja replicável noutros territórios. Finalmente, a Atividade 4 está alinhada com a LA 6.3., identificando os serviços ecossistémicos produzidos pelos sistemas identificados e definindo os indicadores (económicos, sociais e ambientais) que serão a base para avaliar a sua evolução.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
A iniciativa tem como objetivo promover o desenvolvimento sustentável dos territórios rurais (Algarve + Centro), através da implementação de metodologias que irão privilegiar abordagens integradas do agroecossistema, assentes na gestão dos recursos naturais, na valorização dos recursos endógenos e na promoção de sistemas e práticas agropecuárias sustentáveis (MPS), onde se associem serviços ecossistémicos, de forma a implementar medidas de adaptação e mitigação que ajudem a melhorar a resiliência e as perspetivas futuras das explorações e dos territórios, face aos efeitos cada vez mais presentes das Alterações Climáticas. Trata-se igualmente de um projeto destinado a apoiar a pequena agricultura e a agricultura familiar, desenvolvendo modelos de organização da economia dos territórios, reconhecendo a sua diversidade, o seu capital natural e social e contribuindo para a melhoria da organização da cadeia produtiva, ganhando escala e estabelecendo redes de proximidade, que contribuam para a valorização da atividade agropecuária. Destaca-se como uma das principais iniciativas da candidatura a criação e implementação de um modelo de apoio técnico aos agricultores, com o objetivo da promoção de sistemas de produção agropecuários mais sustentáveis, condição fundamental para o desenvolvimento do projeto e para que sejam atingidas as metas gerais da Agenda “Terra Futura”. Destaca-se igualmente a execução de planos de ação em matéria de investigação e inovação, com a colaboração entre as instituições de investigação que integram a parceria (UAlg, IPV/ESAV, INIAV_Pólos de Investigação Fonte Boa e Elvas, DRAP Alg_Pólos de Inovação Tavira e Patacão), bem como a divulgação do conhecimento produzido com a colaboração dos Centro de Competências (CCDesert e CeCAFA) e empresas, no contexto de um Modelo de Apoio Técnico a implementar em explorações agropecuárias, onde irão ser desenvolvidas ações de capacitação e divulgação de práticas em MPS. A candidatura resultou do trabalho participado de um conjunto de parceiros, públicos e privados, que desde o início de 2021, têm vindo a desenvolver uma estratégia assente na implementação um projeto integrado com o objetivo de valorizar os sistemas de produção agropecuários e a sustentabilidade dos territórios. Estão previstas as seguintes atividades: Atividade 1 – Criação de um cadastro georreferenciado de produtores e sistemas de produção em MPS 1.1 Identificação, caracterização e mapeamento das diferentes tipologias de sistemas produtivos agropecuários; 1.2 Criação de um Sistema de Informação Georreferenciado com dados dos produtores e produtos. Atividade 2: Novas tecnologias para os sistemas de produção em MPS, para valorização dos produtos e uma melhor adaptação às Alterações Climáticas 2.1 Identificação e validação de novas tecnologias em MPS; 2.2 Valorização e promoção da Produção Animal Extensiva / raças autóctones; 2.3 Valorização e promoção da Produção Vegetal em MPS / variedades tradicionais. Atividade 3 – Criação e implementação de Modelo de Apoio Técnico 3.1 Definição de um modelo de apoio técnico em rede, da sua governança e continuidade; 3.2 Apoio e acompanhamento dos produtores (apoio técnico ajustados às necessidades dos produtores locais); 3.3 Apoio e acompanhamento à instalação de novos/jovens agricultores e constituição de unidades piloto; 3.4 Apoio e acompanhamento dos produtores na criação de estruturas organizativas na produção; 3.5 Monitorização e avaliação do modelo e sua disseminação para utilização em outros territórios Atividade 4: Identificação dos serviços ecossistémicos produzidos pelos sistemas identificados 4.1 Identificação e catalogação dos serviços ecossistémicos produzidos pelos MPS e definição de indicadores de gestão desses serviços.; Atividade 5 – Comunicação/divulgação 5.1 Realização de ações de informação e comunicação/divulgação do projeto.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
Os parceiros da iniciativa contribuirão com a realização das seguintes atividades: 1 - Coordenação: A cargo da UAlg, para o que contará com a colaboração do Laboratório Associado CHANGE - Instituto para as Alterações Globais e Sustentabilidade. 2 - Execução das tarefas correspondentes à atividade 1 a cargo das DRAP, com a colaboração das Associações, dos Centros de Competências da Desertificação e da Agricultura Familiar, da AMAL e da UAlg e IPV, no que concerne à georreferenciação. 3 - Execução das tarefas correspondentes à atividade 2 a cargo do INIAV, com a colaboração da UAlg, do IPV e das DRAP (Polos de Inovação de Tavira, Patacão, Viseu e Coimbra). 4 - Execução das tarefas correspondentes à atividade 3 a cargo da UAlg, com a colaboração do Laboratório Associado CHANGE. Nesta tarefa colaborarão também o IPV, as DRAP, as Associações e todas as empresas parceiras, que funcionarão como Unidades de Demonstração. 5 – Execução das tarefas correspondentes à atividade 4 a cargo do IPV, com a colaboração da UAlg, do Laboratório Associado CHANGE e das DRAP. 6 - Execução das tarefas correspondentes à atividade 5, será coordenada pela UAlg através do CRIA – Unidade de Divisão de Empreendedorismo e Transferência de Tecnologia, com a colaboração de todos os parceiros.
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