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Smart Beira - Deteção remota de alta resolução para monitorizar e promover a sustentabilidade agrícola (ID: 231 )
Coordenador: Instituto Politécnico da Guarda
Iniciativa emblemática: 8. Agricultura 4.0
Data de Aprovação: 2022-03-08 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Centro NUTS III: Beiras e Serra da Estrela
Identificação do problema ou oportunidade
Os problemas
aos quais o projeto pretende dar resposta são: 1) a
existência de uma agricultura pouco tecnológica na região abrangida pela NUT
III (Beiras e Serra da Estrela e Beira Baixa – território caracterizado por baixa
densidade populacional) tornando-a pouco competitiva perante outras regiões do
país, apesar do grande potencial edafoclimático que apresenta, principalmente
ao nível frutícola (cereja, pêssego e frutos secos) e vitivinícola. 2) contribuir
para produções agrícolas mais sustentáveis e resilientes às alterações climáticas.
Prevê-se que a agricultura seja uma das atividades mais afetadas pelas
alterações climáticas, especialmente nas regiões do Sul da Europa com
influência mediterrânica. Assim, é de
extrema importância a inclusão da tecnologia (digitalização e automatização)
para a gestão eficiente de recursos e a realização de estudos no domínio da
adaptação às alterações climáticas. As várias
tecnologias existentes no apoio à Agricultura de Precisão (AP) apresentam
diferentes abordagens de implementação, manutenção e custos associados. Por
exemplo, adquirir e manter uma rede de sensores in situ é dispendioso. Por outro lado, o uso de imagens satélites
(e.g. Sentinel-2), disponíveis gratuitamente, é uma mais-valia que deve ser
aproveitada e potenciada. A sua
desvantagem é a resolução espacial limitada que pode variar entre 10 e 60
metros, dependendo da banda espectral utilizada. Smart Beira pretende
potenciar o uso das imagens de satélite através da implementação de métodos de
Super-Resolução (SR) baseados em modelos recentes da área da inteligência
artificial e machine learning para extrair com rigor e de forma
automática métricas de fitossanidade e avaliação de maturação. Neste projeto, os
métodos de SR serão treinados com imagens de alta resolução capturadas por
VANTs. Com a implementação desta metodologia será possível obter imagens de
satélite com resoluções superiores e garantir um conhecimento mais preciso e
detalhado, promovendo novas aplicações, análises mais refinadas sobre a
variabilidade de parâmetros e consequentemente decisões mais rigorosas. Assim,
ao fornecer informações relevantes com elevado grau de detalhe sobre as
culturas (e.g. stress hídrico, ajuste de fertilização, controlo de pragas,
controlo de maturação, etc.) este projeto garantirá a aplicação das melhores
práticas agrícolas, contribuindo para uma maior resiliência às variações
meteorológicas e climáticas, maior sustentabilidade e eficiência de produção
agrícola. Importa ainda
salientar que a democratização e promoção do uso destas tecnologias é um fator
preponderante para a sua incorporação no sector agrícola. Este aspeto é
altamente valorizado no projeto. Assim, estes desenvolvimentos serão
implementados numa plataforma de serviços digitais já desenvolvida pela
entidade parceira Hidromod. Esta plataforma está operacional, existindo um
protocolo vigente com o Instituto de Financiamento de Agricultura e Pescas
(IFAP). Esta plataforma gera séries temporais (NDVI, balanço hídrico, etc.)
para aproximadamente 4 milhões de parcelas. O desenvolvimento e integração de
um plug-in de Super Resolução na
plataforma da Hidromod irá potenciar significativamente a utilização das
imagens de satélite tanto ao nível do produtor agrícola como ao nível da
fiscalização para atribuição de subsídios. Esta
plataforma irá proporcionar a todos os produtores agrícolas da região uma forma
expedita de monitorizar o estado das suas culturas. Assim, o projeto contribuirá para a digitalização, de forma abrangente,
igualitária e inclusiva.
Grupos-alvo: Os
beneficiários alvo são as PME que operam na produção agrícola na região da
Beira Interior. No entanto, o conhecimento adquirido com o desenvolvimento
deste projeto é extensível ao restante território nacional, uma vez que a
tecnologia poderá ser replicada para qualquer região e para qualquer cultura.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
A agricultura
tem vindo a evoluir tecnologicamente, tornando-se mais digital, seguindo a
tendência dos restantes setores económicos. Contudo, mesmo com dados
comprovados sobre os benefícios gerados, a digitalização e automatização da
agricultura em Portugal continua deficitária. A agricultura 4.0 torna-se ainda
mais urgente quando existem objetivos claros de tornar as produções agrícolas
mais sustentáveis e resilientes às alterações climáticas através do uso mais
eficiente dos recursos. Adicionalmente, para
alimentar a população mundial crescente precisamos de desenvolver novos métodos
de agricultura sustentável, que aumentem o rendimento da produção e reduzam o
consumo de água, uso de fitofármacos e otimizem as colheitas industriais.
Smart
Beira tem como objetivo, idealizar e desenvolver novas soluções e
procedimentos para a monitorização dos solos e dos pomares de cerejeira,
pessegueiro, amendoeiras e vinha, com o intuito de otimizar o uso de
fertilizantes, gestão da rega e controlo da maturação. Para tal, utilizará
tecnologias inovadoras tais como: sensores para monitorização
agrometeorológica; sensores acoplados a veículos aéreos não tripulados (VANT) e
imagens de satélite. Estas observações serão integradas numa plataforma de
sistemas de informação geográfica, para posterior processamento, análise e
visualização, tornando-se num sistema digital de suporte à decisão associado a
modelos de solo e plantas.
A principal
inovação do projeto consiste no aumento da resolução de imagens de satélite
(e.g. Sentinel-2) através de técnicas de Super Resolução (SR). Estas técnicas
consistem na aplicação de algoritmos de inteligência artificial (IA) e machine learning que permitem aprender
os padrões típicos através de um conjunto de imagens de alta resolução, que,
neste caso, serão as imagens obtidas por VANT. Estes algoritmos serão
posteriormente aplicados às imagens de satélite melhorando significativamente a
resolução. Com esta metodologia iremos potenciar a utilização das imagens de
satélite, permitindo uma capacidade de análise com elevada precisão e detalhe.
Desta forma, será possível individualizar objetos (árvore, fruto, etc.) obtendo
informação mais rigorosa sobre a variabilidade espacial dos parâmetros. A
validação desta metodologia será realizada através de campanhas de observação
in-situ por métodos clássicos.
O projeto
prevê a implementação desta metodologia ao setor frutícola e vitivinícola, mais
concretamente às culturas da amêndoa, cereja, pêssego e vinha instaladas na Região
da Beira Interior, entidades parceiras deste projeto. Estas escolhas têm por
base a considerável expressão económica que possuem na região e a importância
que apresentam ao nível da agricultura sustentável e no investimento e fixação
de população neste território de baixa densidade populacional.
No entanto, a componente tecnológica deste projeto é flexível e
adaptável a diferentes culturas, sistemas agrícolas e regiões.
Este projeto
terá como principal output uma
plataforma digital que funcionará como um
web map service de acesso gratuito, oferecendo um conjunto diversificado de
parâmetros (índices vegetativos, balanço hídrico, avaliação nutricional, etc.)
sobre o estado das culturas agrícolas. Esta plataforma potenciará o aumento dos
lucros dos pequenos agricultores da região, através da otimização da
fertilização, irrigação, controlo inteligente da fitossanidade, controlo da
maturação dos frutos para melhor rendimento das culturas.
Os impactos
esperados são:
- Desenvolver uma região modelo ao nível da
sustentabilidade, tendo em vista o recurso à agricultura 4.0, através da
integração de IA, IoT e tecnologias do espaço nas práticas agrícolas;
- Promover a agricultura da região através
do reforço digital;
- Desenvolver novas soluções e procedimentos
para a monitorização dos solos e dos pomares, com o intuito de otimizar o
uso de fertilizantes, gestão da rega e controlo da maturação;
- Democratização da agricultura 4.0 através do livre-acesso
e em tempo-real à plataforma de monitorização das culturas.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
Na inscrição
da 1º fase da iniciativa, Smart Beira contará com a participação de 12
parceiros, coordenado pelo Instituto Politécnico da Guarda (IPG). O consórcio é
constituído por parceiros do sistema científico e tecnológico nacional, IPG, a
Universidade da Beira Interior (UBI) e o Laboratório Colaborativo
Food4Sustainability (F4S); com o centro de competências - Centro Operativo e
Tecnológico Hortofrutícola Nacional (COTHN); a Associação de Agricultores para
Produção Integrada de frutos de Montanha (AAPIM); o Pólo de Inovação da Covilhã
(PIC) e as PMEs: Ambimetric; Agro Water Almonds (AWA); AgroColmeal, CerFundão e
TeroMovigo. Outras PME serão adicionadas na 2º fase da iniciativa.
O IPG será o
líder do projeto devido à grande experiência na gestão de projetos e pela
importância estratégica que ocupa na região da Beira Interior e na promoção e
valorização deste território. As entidades parceiras têm experiência no
desenvolvimento de atividades de investigação, consultadoria e apoio técnico na
área agroalimentar, centrada na valorização de recursos endógenos e na promoção
do Interior. Estas entidades participaram em vários projetos (ver nesta
secção: Experiência Prévia) orientados para o setor agrícola e para as
novas tecnologias, e serão a garantia de sucesso do Smart Beira.
Para a
execução do projeto estão previstas as seguintes Atividades (A):
A1)
Observações:
Observações In-situ por métodos clássicos. Recolha de informações
agronómicas, como a quantidade de macronutrientes (N, P e K) e clorofila
nas folhas e monitorização de parâmetros do solo. Entidades Participantes (EP):
AAPIM, AgroColmeal, Ambimetric, AWA, CerFundão, COTHN, F4S, IPG e PIC.
Realização de campanhas de voo VANT. EP: IPG e TeroMovigo.
Recolha das Imagens Satélite. EP: Hidromod e TeroMovigo.
A2)
Desenvolvimento do método computacional de Super Resolução (RS):
Processamento das imagens obtidas por VANT para treino
dos algoritmos de inteligência artificial e machine learning. EP: IPG, UBI e TeroMovigo.
Avaliação do método de SR nas imagens de satélite
recolhidas. Desenvolvimento de novas estratégias que permitam melhorar os
algoritmos existentes de SR. EP: IPG, UBI e TeroMovigo.
Validação da metodologia de SR.
EP: F4S, Hidromod, IPG, UBI e TeroMovigo.
A3) Cálculo e
extração automática de métricas de avaliação de fitossanidade (e.g., índices
vegetativos, balanço hídrico, etc.). EP: Hidromod, TeroMovigo e IPG.
A4) Os
desenvolvimentos resultantes das atividades 2) e 3) serão integrados numa
plataforma que permitirá ao utilizador gerir a sua cultura. EP: Hidromod, IPG,
UBI e TeroMovigo.
A5) Divulgação
e disseminação. Transversalmente
a todo o projeto será assegurada a disseminação efetiva através de atividades
de divulgação, comunicação e capacitação. Estas atividades serão concebidas
para divulgar os desenvolvimentos e resultados do projeto, de forma a promover
a literacia digital e estimular a digitalização no sector. Está previsto a
organização de workshops, escolas de verão e webinars direcionados aos stakeholders,
mas também ao público geral. Será dado foco aos estudantes universitários por
forma a estimular o uso de processos e técnicas mais inovadoras e eficientes,
reforçando a produtividade e a escala da oferta e contemplando a atratividade
de investimentos relacionados com matérias de sustentabilidade económica e
ambiental que reforçam a competitividade setorial a longo prazo. Será criado um
Website onde toda a informação relevante sobre o Smart Beira irá sendo
agregada.
EP: AAPIM, AgroColmeal,
Ambimetric, AWA, CerFundão, COTHN, F4S, Hidromod, IPG, PIC, TeroMovigoe UBI.
A COTHN e a F4S
integram a Digital Innovation Hub e vão apoiar e divulgar os DIH no
setor agroalimentar.
Experiência prévia (projetos anteriores
relevantes para o Smart Beira):
https://s4agro.pt/en/home-en/
https://maisagro.pt/
aquafarm.hidromod.com
CENTRO-01-0247-FEDER-017547
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