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VISuS - Validação e Implementação de indicadores e medidas regionais para a convergência do setor Vitivinícola português rumo à Sustentabilidade (ID: 234 )
Coordenador: ADVID - Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense
Iniciativa emblemática: 6. Territórios sustentáveis
Data de Aprovação: 2022-03-07 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Norte NUTS III: Douro
Identificação do problema ou oportunidade
O setor vitivinícola português
representa um grande volume de negócios e valor agregado e, acima de tudo, um
valor muito positivo na sua balança comercial, com Portugal a ocupar o 11º
lugar no ranking mundial e o 4º no grupo de produtores europeus de vinho. A
cultura da vinha ocupa mais de 175 mil hectares, constituindo uma atividade
produtiva fundamental, sendo, portanto, de interesse nacional assegurar a
sustentabilidade desta atividade agrícola e económica.
Se ao nível económico este setor apresenta
uma importância direta inegável, também as vinhas do país constituem um
conjunto de paisagens que potencializam o desenvolvimento do turismo. De
referir também o contributo do setor vitivinícola no desenvolvimento de
infraestruturas, na melhoria do bem-estar social e, ainda, na criação de
emprego. No entanto, ao beneficiar de recursos naturais, o setor vitivinícola pode
gerar externalidades negativas transferidas para o meio ambiente e para a
sociedade, que podem, no entanto, ser atenuadas através de políticas
responsáveis.
Em muitos países, a procura de
uma maior transparência e responsabilidade do setor está a aumentar. Existe
ainda uma pressão regulamentar acrescida sobre as organizações devido aos
potenciais riscos para a saúde e para o ambiente advindos das suas operações
e/ou bens e serviços produzidos. Neste contexto, nas últimas décadas, as
preocupações com os impactos ambientais resultantes das atividades humanas e as
exigências dos mercados relativos aos padrões de produção e consumo têm
aumentado significativamente, tendo a viticultura sustentável vindo a ganhar
importância a nível regional, nacional e internacional. Adicionalmente, nos
últimos anos, a cultura da vinha em Portugal tem estado sujeita a fortes
constrangimentos resultantes dos efeitos negativos das alterações climáticas,
efeitos estes que se têm repercutido no
aumento dos custos de produção. A introdução de práticas sustentáveis
surge como resposta a estes desafios.
As metodologias de avaliação da
sustentabilidade são um poderoso instrumento de aferição do desempenho e uma
ferramenta de comunicação fiável. A adoção e avaliação de medidas sustentáveis,
permitirá também às empresas apresentar os seus resultados de forma rigorosa,
transparente e verificável, apoiando o consumidor final numa tomada de decisão
racional e mais bem informada, baseada no comportamento da entidade.
A avaliação da sustentabilidade é
uma prática comum em várias regiões vitivinícolas mundiais, como é o caso da
Califórnia, Austrália e Chile, que contam com planos/programas de
sustentabilidade. Em Portugal, não existe um referencial Nacional de
Sustentabilidade, no entanto, existe um Plano de Sustentabilidade Regional - o
Programa de Sustentabilidade dos Vinhos do Alentejo (PSVA) - desenvolvido pela
Comissão Vitivinícola Regional do Alentejo (CVRA). Contudo, as diferentes
regiões vitivinícolas de Portugal apresentam diferentes particularidades,
possuindo necessidades específicas, que se traduzem não só em desafios
relacionados com o sistema de produção, tais como o consumo de água e gestão da
rega, a conservação e manutenção do solo, gestão de pragas e doenças e da
biodiversidade, mas também na disponibilidade de mão-de-obra e tecnologia
apropriada.
Assim, a par com a preocupação
demonstrada por diversas entidades reguladoras e empresariais do setor,
reconhece-se a necessidade da adoção de modelos regionais, através da
identificação de indicadores de sustentabilidade para as explorações, adaptados
às diferentes regiões vitivinícolas do país, e passíveis de se refletirem na
identificação de medidas concretas a serem implementadas, de forma a garantir a
resiliência e sustentabilidade do setor vitivinícola português.
Face ao exposto, o presente
projeto pretende definir indicadores de sustentabilidade adequados à realidade
de diferentes regiões vitivinícolas de Portugal, concomitantemente com o
desenvolvimento e implementação de medidas de sustentabilidade específicas, que
visem a convergência global do setor da vitivinicultura no rumo da
sustentabilidade.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
Cada vez mais as entidades
reguladoras e empresariais do setor vitivinícola demonstram preocupação no
sentido de avaliarem o seu desempenho e poderem, assim, intervir nas áreas
críticas identificadas, de forma a garantir a sua competitividade e resiliência.
Dado que não existe, atualmente, um
referencial Nacional de Sustentabilidade, torna-se crucial a definição de
indicadores de sustentabilidade adaptados a diferentes regiões do país que possibilitem a identificação de medidas
concretas a serem implementadas, no sentido de fazer convergir as explorações,
de diferentes realidades, em direção à sustentabilidade.
Nesse sentido, esta proposta tem
como principal objetivo a criação de uma metodologia funcional e adequada,
capaz de facilitar a identificação e definição de um conjunto de indicadores
adaptados ao contexto de cada uma das regiões, tirando partido da experiência
das diversas entidades de algumas das regiões vitivinícolas mais relevantes do
país. Este exercício refletir-se-á na identificação das medidas de
sustentabilidade mais adequadas a cada região, o
que poderá no futuro vir a constituir-se como uma importante ferramenta de
suporte para a criação e desenvolvimento de um referencial de sustentabilidade
à escala nacional. De forma que os seus resultados possam ter a maior
abrangência possível, no que diz respeito às distintas realidades que podem ser
observadas nas diferentes Regiões Vitivinícolas, o presente projeto envolverá
entidades provenientes do Alentejo, Távora-Varosa, Trás-os-Montes e Região Demarcada
do Douro, assumindo-se as PME envolvidas como experiências piloto desta
iniciativa.
Assim, numa primeira fase, será
feito um diagnóstico de cada região, baseado nas especificidades, necessidades
e pontos críticos das mesmas, assim como em práticas sustentáveis existentes
nas empresas consideradas. Este diagnóstico culminará na determinação de
indicadores de sustentabilidade adaptados ao contexto de cada uma das regiões,
tendo por base as metodologias e referenciais existentes, a nível nacional e
internacional, e que sejam passíveis, quando possível, de estabelecer
comparação com valores de referência.
Numa segunda fase, serão estabelecidos
Planos de Ação baseados em medidas de sustentabilidade concretas a serem
integradas nas explorações, que conduzam à melhoria contínua de práticas
sustentáveis enquadradas nas metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável
(ODSs). Estas medidas poderão ser aplicadas quer ao nível da vinha, quer da
adega, assentando em áreas estratégicas de cada um dos pilares da
sustentabilidade, tais como a gestão de pragas e doenças e a preservação da
biodiversidade (ambiental), o bem-estar dos trabalhadores e os benefícios para
as regiões adjacentes (social) e a rentabilidade das explorações (económico),
entre outros.
No sentido inverso, os
indicadores sinalizados na primeira fase servirão como ferramenta para
avaliação do efeito da adoção das medidas implementadas ao abrigo dos Planos de
Ação desenvolvidos no âmbito do presente projeto. Estes planos serão avaliados
e adaptados anualmente, abrangendo os três pilares da sustentabilidade,
garantindo uma estratégia holística que possa ser aplicada de forma transversal,
mas com a flexibilidade necessária para que possa ser adaptada e replicada de
forma adequada às particularidades de cada região.
De forma a suportar e compilar a
informação para avaliar, não só a exequibilidade e adequação dos indicadores em
estudo, mas também a eficácia das medidas implantadas no âmbito dos Planos de
Ação, será identificada uma plataforma, entre as atualmente disponíveis,
passível de ser adaptada para este propósito. Esta deverá permitir, por um
lado, a introdução de informação por parte dos stakeholders e a
utilização da mesma em prol do projeto, e, por outro, tirar partido das suas
camadas de informação atuais, permitindo a inserção de novas camadas de output
decorrentes dos resultados obtidos, permitindo ao setor identificar medidas
concretas a implementar nas explorações.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
1. 1. Coordenação
do projeto:
a.
ADVID/CoLAB VINES&WINES
2. 2. Realização
de um diagnóstico às PMEs das regiões a considerar, com a identificação dos
seus pontos críticos:
a.
ADVID/CoLAB VINES&WINES
b.
UTAD
c.
CVR Távora/Varosa
d.
CVR Alentejo
e.
CVR Trás-os-Montes
f.
PMEs das diferentes regiões (Sociedade Agrícola
Encostas de Sonim, Lda - Trás-os-Montes; Duorum Vinhos, S.A. - Douro; Murganheira
- Sociedade Agrícola e Comercial do Varosa, SA - Área Metropolitana do Porto
entre outras a designar).
3. . 3. Levantamento
de metodologias de avaliação de sustentabilidade e seleção de indicadores
específicos para cada região considerada:
a.
ADVID/CoLAB VINES&WINES
b.
UTAD
c.
CVR Alentejo
d.
CVR Távora/Varosa
e.
CVR Trás-os-Montes
4R 4. Recolha
e medição dos indicadores selecionados, englobando a adaptação de plataforma
para a integração dos dados recolhidos, permitindo o seu cálculo automático e a
geração de um índice de sustentabilidade:
a.
ADVID/CoLAB VINES&WINES
b.
UTAD
c.
CVR Távora-Varosa
d.
CVR Alentejo
e.
CVR Trás-os-Montes
f.
PMEs das diferentes regiões (Sociedade Agrícola
Encostas de Sonim, Lda - Trás-os-Montes; Duorum Vinhos, S.A. - Douro; Murganheira
- Sociedade Agrícola e Comercial do Varosa, SA - Área Metropolitana do Porto
entre outras a designar).
5. 5. Definição,
implementação e monitorização de medidas específicas para cada região (Planos
de Ação):
a.
ADVID/CoLAB VINES&WINES
b.
UTAD
c.
DRAP-N (através do Pólo de Inovação do Douro)
d.
CVR Távora-Varosa
e.
CVR Alentejo
f.
CVR Trás-os-Montes
g.
PMEs das diferentes regiões (Sociedade Agrícola
Encostas de Sonim, Lda - Trás-os-Montes; Duorum Vinhos, S.A. - Douro; Murganheira
- Sociedade Agrícola e Comercial do Varosa, SA - Área Metropolitana do Porto
entre outras a designar).
6. 6. Avaliação
dos efeitos da implementação das medidas sinalizadas (Planos de Ação), através
dos indicadores definidos, com elaboração de métricas e referenciais
transversais:
a.
ADVID/CoLAB Vines&Wines
b.
UTAD
c.
Centro de Competências Desertificação (CCDesert)
– representado pela sua entidade gestora - Instituto Politécnico de Bragança
(IPB)
d.
CVR Alentejo
7. 7. Promoção
de ações de demonstração, disseminação e divulgação do projeto e capacitação
dos stakeholders sobre a implementação e monitorização dos indicadores e
medidas selecionados:
a.
ADVID/CoLAB Vines&Wines
b.
UTAD
c.
CVR Távora/Varosa
d.
CVR Alentejo
e.
CVR Trás-os-Montes
f.
Centro de Competências Desertificação
(CCDesert) – representado pela sua
entidade gestora - Instituto Politécnico de Bragança (IPB)
g.
PMEs das diferentes regiões (Sociedade Agrícola
Encostas de Sonim, Lda - Trás-os-Montes; Duorum Vinhos, S.A. - Douro; Murganheira
- Sociedade Agrícola e Comercial do Varosa, SA - Área Metropolitana do Porto
entre outras a designar).
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