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Aplicação de tecnologias de tolerância ao stress Abiótico e Biótico em Agricultura Biológica (ID: 247 )
Coordenador: AGROBIO – Associação Portuguesa de Agricultura Biológica
Iniciativa emblemática: 6. Territórios sustentáveis
Data de Aprovação: 2022-03-08 Duração da iniciativa: 2025-03-02
NUTS II: Centro NUTS III: Região de Coimbra
Identificação do problema ou oportunidade
Atualmente todas
as previsões apontam para a ocorrência de extremos climáticos que ameaçam
afetar severamente a segurança (quantidade e qualidade) dos sistemas
alimentares. Com efeito, as
mudanças climáticas antropogénicas têm causado vários problemas nos
ecossistemas de produção agrícola convencionais, sendo a escassez de água de
rega considerada entre os fatores mais problemáticos. Na realidade a
agricultura tem-se intensificado à custa da instalação de sistemas pouco
sustentáveis e consumidores de grandes volumes de água, água esta que começa a
ser um recurso cada vez mais escaço. Não tem havido o bom senso de priorizar a
utilização de variedades adaptadas às condições edafoclimáticas locais e
resistentes ao stress hídrico, nem de promover sistemas produtivos extensivos O
caminho tem sido, inversamente, a construção de estruturas de armazenagem de
água e a captação de águas subterrâneas, como se se tratasse de um recurso
inesgotável, para alimentarem sistemas produtivos que se tornam inviáveis sem a
utilização da água para rega. Por outro
lado, a agricultura convencional não tem sido capaz de proteger o ambiente e a
biodiversidade, de assegurar a qualidade da água, a fertilidade e a vida dos solos. Estamos
perante uma agricultura que não tem conseguido evitar o abandono das zonas
rurais, dada a pouca atratividade que tem exercido, sobretudo sobre jovens e
mulheres, em parte causada pela baixa rentabilidade dos sistemas agrícolas
convencionais. Assiste-se à
instalação de sistemas produtivos monoculturais e ao abandono da policultura e
da pastorícia e da silvopastorícia. Perante um
cenário destes, convém promover sistemas de produção agrícola e pecuária mais
sustentáveis, que utilizem racionalmente os recursos naturais escassos, com
principal foco na eficiência hídrica, promovam a fertilidade e a vida dos
solos, o equilíbrio dos ecossistemas e a biodiversidade e tornem o mundo rural e
a atividade agrícola mais atrativos para a população jovem. Para isso, a nossa proposta vai no sentido de promover um sistema
alimentar sustentável, baseado numa produção sustentável e inovadora e integrada
num sistema de desenvolvimento rural integrado e próximo do mercado local. Em resumo: - A escassez de água de rega contrasta com o forte incremento da
instalação de culturas exigentes em água; - A
agricultura convencional é um modo de produção insustentável que não protege o
ambiente e a biodiversidade, contamina as águas e não promove a fertilidade e a
vida dos solos; - A
agricultura não tem sido atrativa o suficiente para fixar as pessoas nas zonas
rurais;
É a
oportunidade para o desenvolvimento de um sistema alimentar baseado na produção
biológica local, melhorada com o contributo da investigação e da transferência
de tecnologia e inovação para o setor e para as zonas rurais. Nesta matéria destacamos
a introdução da nova tecnologia de resistência aos Stress Abióticos e Bióticos
e o desenvolvimento do mosaico agrosilvopastoril.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
Definição, aplicação e demonstração de um
modelo de produção sustentável e inovadora dos territórios rurais assente
diretamente na Investigação, Desenvolvimento e Inovação. Este modelo é baseado na Agricultura
Biológica e na gestão sustentável dos territórios e tem por objetivo promover
um sistema alimentar mais sustentável, mais saudável, competitivo e rentável de
modo a ser atrativo também para as populações mais jovens, contendo assim o
abandono dos territórios rurais. Trata-se de um modelo de produção mais
resiliente, mais amigo do ambiente e promotor da biodiversidade, que faz uma gestão
eficiente de recursos naturais como a água, que promove a fertilidade e a vida
dos solos e que, suportado em inovação resultante da incorporação de
conhecimento e tecnologia, contribui para a transição climática. É um sistema alimentar baseado na produção
biológica e consumo locais, numa abordagem integrada do agroecossistema, do
qual destacamos 1- Introdução da nova tecnologia de tolerância aos Stress
Abióticos e Bióticos, 2- Desenvolvimento do mosaico agrosilvopastoril e 3 -
Pecuária extensiva, com vista à sua introdução no mercado. Este modelo aplicável nos territórios
rurais, com especial interesse para as Zonas Vulneráveis (Incêndios - Portaria
n.º 301/2020 e Águas poluídas por nitratos de origem agrícola - Portaria n.º
164/2010). A divulgação deste modelo será ainda realizada em Espanha para empresas
Espanholas da Agricultura Biológica, associadas da Ecovalia - Asociación Profesional
Española de la Producción Ecológica que irá coordenar a colaboração transnacional. Quanto à Introdução da nova tecnologia
de tolerância aos Stress Abióticos e Bióticos preconizamos o uso de
bioestimulantes naturais para combater a principal ameaça dos territórios
rurais, a seca. Os bioestimulantes têm demonstrado melhorar a tolerância das
plantas a stresses abióticos como a seca, a nutrição das plantas, a qualidade e
o rendimento. Concretamente o uso de hidrolisados proteicos (PH) tem vindo a
revelar-se promissor na proteção das plantas contra o stress hídrico, na redução/eliminação
do uso de pesticidas e no melhoramento dos parâmetros de produtividade. O processo desencadeia-se do seguinte
modo: Quando as culturas, perante a falta de água e/ou temperaturas elevadas
(fatores abióticos) recebem estes estímulos através dos osmorecetores,
desencadeiam um processo hormonal, com a síntese do ácido abcísico (ABA), que
conduz ao fecho dos estomas das folhas. Desta forma as plantas poupam a pouca
água que têm disponível no solo, mas é neste momento também que se desencadeia
o Stress oxidativo (Stress Abiótico) com a produção de espécies reativas de
oxigénio (ROS) danificando as membranas celulares. Também existe o Stress
Biótico que é provocado por ataques de insetos (picadas), fungos e vírus aos
quais as plantas respondem com um processo metabólico de defesa, mas que, como
sabemos, em muitas situações não é eficaz. Com a aplicação (pulverização) dos
bioestimulantes (PH) em sementes e/ou nas culturas consegue-se eliminar os ROS,
estimular o mecanismo de defesa das plantas em resposta a ataques de insetos,
fungos e vírus, promover a absorção de nutrientes pela raiz e ainda promover a
formação de quelatos de metais pesados existentes no solo, tornando-os não
tóxicos para a microbiologia do solo e para as plantas. Desta forma vamos conseguir ter culturas
hortícolas, frutícolas e pastagens mais tolerantes ao stress hídrico e a
doenças e pragas, com a consequente diminuição das necessidades de água de
rega, podendo chegar a uma economia de 50%. Nas pastagens naturais e melhoradas e nas
forragens, dedicadas ao pastoreio extensivo, este método vai permitir proteger
as pastagens do stress hídrico aumentando a produção de biomassa fresca e seca
e protegendo-as das alterações climáticas. Este método vai permitir promover o
desenvolvimento dos mosaicos agrosilvopastoris, em agricultura biológica, como
base de um sistema alimentar capaz de responder à transição climática.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
Áreas de
trabalho
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Parceiros
Responsáveis
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Organização
e Gestão da parceria
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AGROBIO
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Levantamento
e Análise dos sistemas produtivos existentes
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC
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Levantamento
dos recursos hídricos disponíveis
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC
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Caraterização
dos fatores bióticos e abióticos envolvidos
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC
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Identificação
da fauna auxiliar
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC
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Definição
dos parâmetros tecnológicos a implementar
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC
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Definição
das análises laboratoriais a implementar
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC
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Instalação
de Pólos de inovação
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC
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Definição
do plano experimental
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC
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Investigação
e experimentação da aplicação dos bioestimulantes (PH)
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC
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Realização
de Práticas experimentais
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC / Agricoopbio / Quinta do Montalto / Quinta do Montalto
II / António Marques da Cruz Unipessoal / Cucumbi / Maria de Fátima Praça
Torres / Eco Serra - Agricultura Biológica e Serviços, Lda / Braga Pestana /
Da Cruz e Teles / José Carlos Inácio / Alberto Gomes Rebelo / MAGOMAR /
PROMESSA RÚSTICA,UNIPESSOAL,LDA / Ana Leão Rafael, Unipessoal, Lda /
MarvãoGest, Lda
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Fomento da
fauna auxiliar
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC / Agricoopbio / Quinta do Montalto / Quinta do Montalto
II / António Marques da Cruz Unipessoal / Cucumbi / Maria de Fátima Praça
Torres / Eco Serra - Agricultura Biológica e Serviços, Lda / Braga Pestana /
Da Cruz e Teles / José Carlos Inácio / Alberto Gomes Rebelo / MAGOMAR / Ana
Leão Rafael, Unipessoal, Lda / PROMESSA RÚSTICA,UNIPESSOAL,LDA /
MarvãoGest, Lda
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Validação
dos resultados por análises laboratoriais
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC
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Análise
estatística dos resultados
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AGROBIO /
Ana Leão Rafael, Unipessoal, Lda
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Plano de
comunicação e de capacitação técnica a desenvolver, com a valorização e
difusão do conhecimento
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC / Agricoopbio / Quinta do Montalto / Quinta do Montalto
II / António Marques da Cruz Unipessoal / Cucumbi / Maria de Fátima Praça
Torres / Eco Serra - Agricultura Biológica e Serviços, Lda / Braga Pestana /
Da Cruz e Teles / José Carlos Inácio / Alberto Gomes Rebelo / MAGOMAR /
PROMESSA RÚSTICA,UNIPESSOAL,LDA / Ana Leão Rafael, Unipessoal, Lda /
MarvãoGest, Lda
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Realização
de cursos de formação sobre a temática
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC / Agricoopbio / Quinta do Montalto / Quinta do Montalto
II / António Marques da Cruz Unipessoal / Cucumbi / Maria de Fátima Praça
Torres / Eco Serra - Agricultura Biológica e Serviços, Lda / Braga Pestana /
Da Cruz e Teles / José Carlos Inácio / Alberto Gomes Rebelo / MAGOMAR /
PROMESSA RÚSTICA,UNIPESSOAL,LDA / Ana Leão Rafael, Unipessoal, Lda /
MarvãoGest, Lda
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Ações de
divulgação dirigidas a produtores e consumidores
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC / Agricoopbio / Quinta do Montalto / Quinta do Montalto
II / António Marques da Cruz Unipessoal / Cucumbi / Maria de Fátima Praça
Torres / Eco Serra - Agricultura Biológica e Serviços, Lda / Braga Pestana /
Da Cruz e Teles / José Carlos Inácio / Alberto Gomes Rebelo / MAGOMAR / Ana
Leão Rafael, Unipessoal, Lda / PROMESSA RÚSTICA,UNIPESSOAL,LDA /
MarvãoGest, Lda
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Desenvolvimento
e divulgação dos conteúdos na interface web
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AGROBIO /
CCBIO / ESAC / DRAPC / Agricoopbio / Quinta do Montalto / Quinta do Montalto
II / António Marques da Cruz Unipessoal / Cucumbi / Maria de Fátima Praça
Torres / Eco Serra - Agricultura Biológica e Serviços, Lda / Braga Pestana /
Da Cruz e Teles / José Carlos Inácio / Alberto Gomes Rebelo / MAGOMAR / Ana
Leão Rafael, Unipessoal, Lda / PROMESSA RÚSTICA,UNIPESSOAL,LDA /
MarvãoGest, Lda
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Apoio à
conversão para a Agricultura Biológica
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AGROBIO /
CCBIO
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Apoio à
criação de Grupos de Produtores (Certificação de Grupo)
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AGROBIO /
CCBIO
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Apoio
técnico à produção biológica
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AGROBIO /
CCBIO
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Apoio à
criação de Agrupamentos de Produtores Multiprodutos
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AGROBIO /
CCBIO
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Valorização
dos recursos endógenos através da criação de uma marca coletiva
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AGROBIO /
CCBIO
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Promoção
dos recursos endógenos através da criação de uma marca coletiva
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AGROBIO /
CCBIO
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Os parceiros:
Maria de Fátima Praça Torres / Eco Serra - Agricultura Biológica e Serviços,
Lda / Braga Pestana / Da Cruz e Teles / José Carlos Inácio / Alberto Gomes
Rebelo / MAGOMAR / PROMESSA RÚSTICA,UNIPESSOAL,LDA / MarvãoGest, Lda / António
Marques da Cruz Unipessoal, apesar de já estarem inscritos como membros da Rede
Rural Nacional, à data, ainda não estão presentes na Bolsa de Iniciativas.
Agradecemos que possam considerar os parceiros que estão presentes no quadro.
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