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Bio4Med: implementação de estratégias inovadoras para incremento da sustentabilidade em culturas perenes mediterrânicas (ID: 248 )
Coordenador: IPB - Instituto Politécnico de Bragança
Iniciativa emblemática: 6. Territórios sustentáveis
Data de Aprovação: 2022-03-07 Duração da iniciativa: 2025-12-31
NUTS II: Norte NUTS III: Terras de Trás-os-Montes
Identificação do problema ou oportunidade
Em Portugal, as culturas perenes
mediterrânicas têm uma importância preponderante na agricultura nacional. Estas
culturas são um importante fator de coesão territorial, encontrando-se
dispersas por todo o território, desempenhando um papel importante na fixação
de populações em territórios de baixa densidade populacional, sendo
inclusivamente das poucas atividades económicas com relevância nesses
territórios rurais. De entre essas culturas, destacam-se pela importância e
distribuição que têm a amendoeira, o castanheiro, a oliveira e a vinha. No caso
da amendoeira, na última década, a sua cultura tem sofrido uma enorme transformação
a nível nacional. Passamos de um cultivo extensivo, baseado em variedades
nacionais bem adaptadas às diferentes regiões, para uma produção intensiva ou
superintensiva muito baseada em variedades estrangeiras, com elevado nível de
especialização e intensificação, quer nos fatores de produção como
fertilizantes e pesticidas quer no consumo de água. Contudo esta realidade não
é a verificada no norte e centro interior do nosso país, onde as condições de
solo e disponibilidade de água não permitem a adoção destes sistemas de
produção. Também no olival se tem assistido a uma transformação semelhante nas
últimas décadas, em que sobretudo a sul do País, se procedeu a uma grande
intensificação da cultura, com recurso a variedades estrangeiras e uma grande
necessidade de fatores de produção fósseis. No castinheiro, a situação é algo
diferente, com a instalação de pomares, mas com recurso às variedades
tradicionais ou locais muito bem-adaptadas a estas condições. Enquanto na vinha
a situação é diversa, nas diferentes regiões do País, com a manutenção do
património vitícola nacional, sobretudo nas pequenas explorações do interior do
País. Em todas as culturas abordadas, é notório o crescimento que se tem
verificado nas últimas décadas, em alguns casos na ordem dos dois dígitos, quer
nas áreas plantadas quer na produção atingida. Nas regiões norte e centro
interior, estas culturas são a principal fonte de rendimento das populações
rurais, assegurando, para além de um valor económico e social muito relevantes,
outras componentes fundamentais tais como a paisagem, a biodiversidade, a
multifuncionalidade, a sustentabilidade ambiental, a economia e o emprego.
As regiões norte e centro
interior devido ao baixo nível de intensificação, à utilização de variedades
regionais, explorações na sua maioria familiares e de pequena dimensão, têm
condições muito propícias à implementação de modos de produção sustentáveis
como sejam a agricultura biológica e a agroecologia. Contudo, para o seu
desenvolvimento adequado e para garantir a rentabilidade da exploração, alguns
constrangimentos têm de ser ultrapassados, como sejam um efetivo controlo quer
das pragas e doenças, que em alguns casos são responsáveis por perdas de
produção na ordem dos 30%, quer da erosão e dos incêndios rurais, que são
problemas muito prementes nestas explorações. Por outro lado há que valorizar
os serviços ecossistémicos numa forma holística pois só assim se consegue uma
maximização e valorização da produção.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
Nesta iniciativa proceder-se-á ao
estudo de práticas inovadoras para a proteção contra pragas e doenças de
culturas perenes mediterrânicas com o objetivo de obter mais e melhores
produções, minimizar os impactos, incrementar a biodiversidade funcional, os
serviços ecosssitemicos e o rendimento dos produtores. A implementação destas
medidas vai de encontro aos objetivos da agenda de inovação para a agricultura,
uma vez que contribui para o aumento da sustentabilidade das explorações, o
incremento de sistemas de produção sustentáveis reconhecidos, a fixação de
populações e jovens agricultores em ambiente rural e também para a valorização
da biodiversidade e dos serviços ecossistemicos no seu todo. Assim, e de acordo
com os diferentes inimigos das culturas a abordar, estudadas formas de proteção
biológica de conservação como sejam a instalação de cobertos vegetais
biodiversos orientados para a proteção da cultura contra pragas, como sejam a
traça-da-oliveira e a cochonilha-negra-da oliveira, e a traça-da-uva, e doenças
como o vertícilio na oliveira; e que promovam a fertilidade do solo e a
prevenção da erosão. O estudo de meios de proteção biotécnicos como sejam o
método da confusão sexual contra o bichado-da-castanha, praga que dependendo
dos anos, pode atingir 70% de ataque nos frutos, ou contra a traça-da-oliveira.
A implementação de meios de proteção biológicos como a ótimização da largada de
parasitóides para combate da vespa-das-galhas-do castanheiro, e utilização de
fungos entomopatogénicos em combinação com outros métodos de proteção para o
gorgulho, no caso do castanheiro, e mosca-da-azeitona, co caso do olival, e
aplicação de soluções com a combinação de fungos autóctones contra doenças do
olival. Por outro lado procurar-se-ão estudar soluções que favoreçam o desenvolvimento
equilibrado da planta e a sua utilização na proteção contra doenças, como sejam
a utilização de bioestimulantes, antitranspirantes e fagoinibidores (caulino),
de uma forma holística e integrada da estratégia de proteção.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
A proposta contempla duas
entidades do sistema científico e tecnológico nacional (Instituto Politécnico
de Bragança e Instituto Politécnico de Castelo Branco) que são os responsáveis
pela coordenação das atividades (IPB) e estudo e desenvolvimento de soluções
tecnológicas inovadoras (IPB e IPCB), O Centro Nacional de Competências dos
frutos secos, um Centro de Inovação de Mirandela, da DRAPn, um Laboratório
Colaborativo, em que ambos participarão na transferência para os agentes do
setor, bem como uma associação de produtores (APPITAD) para facilitar a
interação com os stackholder e o levantamento das realizadas e necessidades por
parte do sistema produtivo. As empresas indicadas, disponibilizam os pomares de
amendoeira, castanheiro oliveira e as vinhas nas diferentes regiões onde vão
decorrer os ensaios, implementam as diferentes estratégias que se pretende
serem executadas e apoiam na avaliação dos resultados ao nível das culturas ,
efetuam os tratamentos com os diferentes produtos em experimentação e colaboram
em algumas tarefas.
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