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Kore - Sistema Inteligente de Agricultura de Precisão (ID: 249 )
Coordenador: COFAC- Cooperativa de Formação e Animação Cultural, C.R.L.
Iniciativa emblemática: 8. Agricultura 4.0
Data de Aprovação: 2022-03-08 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Área Metropolitana de Lisboa NUTS III: Área Metropolitana de Lisboa
Identificação do problema ou oportunidade
Existem 4 parâmetros fundamentais comuns a todas as culturas que
influenciam o seu crescimento e produtividade: ●
Água
e humidade; ●
Nutrientes; ●
Temperatura; ●
Incidência
solar; A água é essencial às plantas (a todos os seres vivos), permite a
captação da maioria dos nutrientes e a sua condução ao longo da planta. É
absorvida maioritariamente pelas raízes, mas também pelas folhas e por estas
também se perde em processos de transpiração. Nem todas as plantas necessitam da mesma quantidade de água, nem o
fazem às mesmas alturas do dia, ou nas mesmas épocas do ano. As necessidades de água também dependem muito da humidade no ar,
que condiciona a transpiração das plantas e também a evaporação da água
presente no solo. Além disso as plantas têm uma capacidade limitada de absorção
de água após a qual não adianta disponibilizar mais já que não irá ser
absorvida e encharcará o solo,
configurando um desperdício. Por sua vez a temperatura pode-se dividir em temperatura do ar, da
água, e na temperatura sentida pelas plantas. A temperatura do ar tem uma
enorme influência no desenvolvimento das plantas, todas as culturas têm um
intervalo de temperatura ideal de desenvolvimento, abaixo e acima do qual a
produtividade diminui ou perde-se totalmente. A temperatura da água é também um
fator importante já que as raízes das plantas têm também um intervalo de
temperaturas ótimas que condicionam também a produtividade. Por esta razão nem
todas as águas de rega são iguais, nem todas a alturas do dia são iguais para
regar as plantas. Para as plantas a temperatura do ar é apenas uma referência já que
a temperatura sentida nas folhas, através da exposição solar, pode ser muito
superior à sentida no ar. Isto pode provocar a transpiração das plantas e logo
uma maior necessidade de regar, queima das folhas ou dos frutos. A incidência solar, além dos problemas explicados atrás, é
fundamental para as plantas e variável para cada uma delas: há plantas,
culturas, que necessitam do máximo de incidência solar e outras em que é
necessário o controlo desta. Finalmente os nutrientes necessários às plantas não só variam de
cultura para cultura, de época do ano para época do ano, como também estão
sujeitos às variações diárias de temperatura, humidade, e incidência solar. São estes 4 fatores que condicionam qualquer produção e cujo
controlo é, portanto, fundamental. Nos dias de hoje, com as alterações climáticas a aumentarem as
temperaturas, a produzirem fenómenos extremos e inesperados, a encurtarem e
anteciparem umas estações e aumentar outras, a provocar secas e inundações,
torna o controlo da água, temperatura, incidência solar e nutrientes
absolutamente fundamental sob pena de diminuir ou mesmo perder de todo a
produtividade agrícola.
O projeto Kore irá dar resposta ao problema aqui apresentado ao
fornecer ao setor agrícola um sistema de agricultura de precisão, com
macrogestão de rega e de administração de produtos fitossanitários, de gestão,
monitorização, automatização e atuação remota em tempo real com capacidade de
aprendizagem por Inteligência Artificial.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
Numa era em que as novas tendências de consumo de produtos
agrícolas na Europa tendem a favorecer a produção local sobre os produtos
importados, e os produtos biológicos sobre os produtos que são resultado de
cultivo intensivo e com o aparecimento do Green Deal são ainda apresentados à
agricultura muitos desafios relacionados não só com a escala, mas sobretudo
desafios de sustentabilidade, de eficiência e da necessidade do aparecimento de
novas técnicas de cultivo. Estas técnicas, na maioria das vezes, podem ser
digitalizadas ou auxiliadas por software, sendo bastante alicerçadas em
iniciativas de monitorização remota e seguindo os paradigmas da Internet das
Coisas (IoT). O
objetivo do presente projeto passa por fornecer ao setor agrícola um sistema de
agricultura de precisão, com macrogestão de rega e de administração de produtos
fitossanitários, de gestão, monitorização, automatização e atuação remota em
tempo real com capacidade de aprendizagem por Inteligência Artificial. A
solução tecnológica funda-se na monitorização das condições ambientais
(temperatura do ar e da água, incidência solar, humidade do solo, do ar,
vento), do controlo de precisão da rega, e da administração de fertilizantes e
fitossanitários, e da monitorização de vídeo. Os dados armazenados permitirão a
aplicação de um sistema de Inteligência Artificial, de forma a otimizar a
utilização de recursos com vista a maximizar a produção. Para
o efeito, o projeto irá servir-se da Internet das Coisas para, numa plataforma
modular e escalável, colocar controladores dotados de sensores, gateways e
atuadores, nas explorações agrícolas onde estes irão gerir as várias ações e
parâmetros ligados ao desenvolvimento das culturas presentes. Estes controladores serão interligados entre si e ligados a
servidor central num sistema dotado com algoritmos de Inteligência Artificial
que farão a automatização e otimização do processo da rega, fertilização,
ventilação e iluminação de forma, não só, preditiva, mas também em tempo real. Ao instalar-se no terreno uma rede de sensores abre-se porta a que
todas as atividades realizadas na exploração, incluindo as tarefas dos
funcionários, possam ser registadas, controladas e planeadas. Os mecanismos de
Inteligência Artificial terão um papel preponderante na automatização,
planeamento e no suporte à decisão do agricultor, fornecendo-lhe indicadores do
estado das culturas, dos processos de irrigação, fertilização das culturas, dos
trabalhos efetuados, o historial destes e os resultados obtidos. Pretende-se implementar um processo de Blockchain neste processo
todo para que haja controlo / certificação / monitorização de cada uma das
etapas, sendo possível ao utilizador final ter acesso aos dados do processo
produtivo e de transporte. Tudo isto poderá ser gerido através de uma interface adequado,
acessível, acessível através dum telemóvel, ou, idealmente uma tablet, que
facilitará a monitorização e os processos de decisão das ações efetuadas nas
explorações. A solução preconizada permitirá não só um aumento da qualidade da produção,
como uma simplificação dos processos, e poupanças várias no trabalho efetuado
nas culturas e na gestão da exploração. Trará uma diminuição muito
significativa dos custos de instalação quer por ser uma solução mais barata que
as existentes no mercado, como também porque irá diminuir as tubagens e cabos
elétricos necessários nas explorações.
Em suma, pela eficiência da rega e da climatização dos ambientes,
bem como pela redução de tubagens, estamos perante uma iniciativa que trará
enormes vantagens ambientais, contribuindo para a sustentabilidade da
agricultura, da água e dos solos, bem como para a transação climática.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
- COFAC - Cooperativa de Formação e Animação Cultural, C. R. L.:
líder da parceria, entidade instituidora da Universidade Lusófona de
Humanidades e Tecnologias, cujo ILIND (Instituto Lusófono de Investigação e
Desenvolvimento) participa nesta iniciativa através da unidade de investigação
COPELABS (Centro de Investigação em Computação Centrada nas Pessoas e
Cognição), será responsável pela coordenação da parceria e pela investigação de
protocolos de comunicação para equipamentos agrícolas. - UBI – Universidade da Beira Interior: parceiro, será responsável
pela investigação da vertente de Inteligência Artificial para algoritmos
preditivos para a agricultura de precisão. - IT – Instituto de Telecomunicações: parceiro, fará investigação
na vertente de eletrónica para a agricultura de precisão -
EDMTECH - edmtech Lda.: parceiro, efetuará investigação e desenvolvimento da
electrónica para a agricultura de precisão, exploração da solução final com
vista ao mercado europeu. - Luis Filipe Pereira Pinheiro Dias (Quinta das Amoras):
parceiro, empresário em nome individual, é proprietário da Quinta das Amoras,
que além de entidade de produção agrícola, irá reservar um espaço para ser um
Living Lab, onde os associados das associações parceiras possam testar os seus
próprios processos produtivos, quer in-loco, quer nas suas instalações, com a
supervisão da Quinta das Amoras. - COTHN - Centro Operativo Tecnológico Hortofrutícola Nacional:
parceiro, centro de competências que apoiará na coordenação técnica do projecto
e efetuará consultoria de inovação na área agrícola. - ADACB - Associação Distrital dos Agricultores de Castelo Branco:
parceiro, responsável pela demonstração de conceito e coordenação das tarefas
de Living Lab.
Esta parceria conta também com 1 parceiro internacional, a USAL -
Universidade de Salamanca, na investigação da vertente de Blockchain.
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