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MedFood (ID: 273 )
Coordenador: UA - Universidade de Aveiro
Iniciativa emblemática: 1. Alimentação sustentável
Data de Aprovação: 2022-04-04 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Centro NUTS III: Região de Aveiro
Identificação do problema ou oportunidade
A Dieta Mediterrânica é cada vez mais reconhecida como
uma dieta saudável e sustentável. Tem um grande contributo de produtos frescos,
locais e sazonais onde se destacam o azeite, as azeitonas e os frutos secos
como fonte de nutrientes, lípidos e outros compostos bioativos.
A qualidade destes produtos depende dos distintos terroirs
de onde provêm, bem como de fatores genéticos. Os produtos alimentares
portugueses são reconhecidos internacionalmente pela sua qualidade, mas nem
sempre valorizados economicamente.
Existe a necessidade de desenvolver ferramentas de
análise química e molecular que atestem a sua qualidade, e permitam a
identificação inequívoca da origem (espécie/variedades/localização geográfica). Não há atualmente um instrumento de análise fidedigno, expedito, fiável e
robusto, para a qualidade e autenticidade destes produtos alimentares.
As análises à qualidade química e sensorial dos
azeites virgens estão perfeitamente regulamentadas pelo COI, UE e pelo Codex
Alimentarius, no entanto os especialistas defendem a necessidade de existência
de parâmetros complementares que permitam esta classificação, paralelamente à
análise sensorial, por forma a ultrapassar a insegurança jurídica que as
empresas produtoras de azeite enfrentam perante a entrada do produto final nos
diferentes mercados. Estas são ferramentas químicas e moleculares poderosas, e
muito necessárias para atestarem a qualidade. Por outro lado, também são
aplicáveis à rastreabilidade dos azeites e das azeitonas de mesa, como já tem
sido demonstrado em resultados preliminares do consórcio.
O sector dos frutos secos, tais como a amêndoa e a
noz, têm sido negligenciados, não havendo a devida valorização do germoplasma
nacional, de reconhecida qualidade. Além disso, a adulteração de alguns óleos
vegetais, como óleo de noz e de amêndoas doces, com óleos menos nobres, para
obter mais lucro é tentador para os fraudadores. Outro exemplo, é o pinhão
proveniente do pinheiro manso nacional, que tem sido sujeito a comercialização
fraudulenta com a mistura de pinhões de espécies diferentes de outros países,
algumas delas não comestíveis, e comercializadas como produto português. Torna-se
assim urgente o desenvolvimento de ferramentas que autentiquem o produto
e que sustentem a sua origem e mesmo a classificação DOP ou IGP.
Contudo, existe uma lacuna no investimento para o
desenvolvimento e validação de metodologias para aplicação em contexto real, e
de rotina, tanto na indústria como nos laboratórios das entidades reguladoras e
certificadoras. Neste projeto a experiência das entidades de
I&DT em analises químicas (perfil de fenólicos e ácido gordos)
e assinaturas lipidómicas e moleculares será aplicada para o
desenvolvimento das novas ferramentas. Por outro lado, a informação,
formação e educação, do consumidor final para a introdução e utilização destes
produtos na alimentação está disponível, mas encontra-se dispersa. O seu rigor
e fiabilidade são, também, muitas vezes questionáveis.
MedFood visa promover e valorizar a informação ao consumidor
sobre a importância da qualidade, da origem, dos critérios de escolha, da
autenticidade, entre outros, junto da população infantil, e na sociedade em
geral. Dar-se-á especial importância à criação de ferramentas de comunicação
que promovam a literacia nutricional nas escolas e na sociedade em geral. A
transferência deste conhecimento será fundamental na formação de técnicos
especializados, em particular jovens. Assim, pretende-se fomentar uma
cooperação intergeracional e, desse modo, dinamizar a participação dos mais
jovens para o desenvolvimento de novas oportunidades de conhecimento nesta área
e a transferência de tecnologia na endogeneização de produtos alimentares tão
vincados à Dieta Mediterrânica.
Pretende-se valorizar o azeite, as azeitonas de
mesa e os frutos secos e salvaguardar a produção de produtos alimentares de
elevada qualidade e assim aumentar ganhos de competitividade nos parceiros de
toda a cadeia de valor, para além da potenciação da sustentabilidade
sócio-económica e ambiental destas produções.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
O azeite, a azeitona e as
oleaginosas, como a amêndoa e o pinhão, são produtos alimentares produzidos de
norte a sul de Portugal e caracterizam-se pela sua elevada qualidade
nutricional. Ricos em lípidos benéficos, nomeadamente ácidos gordos ómega 3 e
6, vitaminas e fenólicos, estes produtos aportam grande benefício para a saúde,
sendo importantes para a prevenção de doenças crónicas, e constituem elementos
importantes da Dieta Mediterrânica. Estes alimentos produzidos em Portugal são
geralmente de qualidade superior, aos produzidos em outras áreas geográficas, e
por isso de valor comercial e nutricional superior. A avaliação sensorial em
muitos casos é insuficiente para a diferenciação pela qualidade, carecendo de
medições quantitativas complementares que atestem inequivocamente as suas
propriedades e autenticidade, garantido ao consumidor maior transparência
sobre a composição dos alimentos que consomem.
MedFood
visa o desenvolvimento de ferramentas químicas e moleculares que sirvam de
suporte a métodos mais expeditos para diferenciação de produtos alimentares
ricos em lípidos, nomeadamente, azeite, azeitona, frutos secos (noz, amêndoa e
pinhão), e seus subprodutos, de forma a garantir a mais valia nutricional ao
consumidor (mais saúde), bem como a mais valia económica (pela sua
diferenciação) ao produtor;
Tem como objetivos específicos:
1.
Desenvolvimento de um
bilhete de identidade (BI) químico e molecular para cada um dos produtos, ao
nível da variedade/espécie para a autenticidade
2.
Desenvolvimento de
marcadores químicos e moleculares identitários, de perfis nutricionais de
interesse para qualidade nutricional
3.
Implementação de
serviços de resposta a produtores, entidades reguladoras, entre outras
4. Criação
de uma ferramenta de correlação entre o BI químico e molecular versus
caraterísticas sensoriais já utilizadas para caracterização do azeite e
azeitona, validadas por um painel treinado de provadores
Identificada esta oportunidade de alavancagem,
este projeto pretende desenvolver:
1.
Métodos de análise
químicos e molecular que permitam o estabelecimento de uma metodologia de
classificação, para a qualidade nutricional destes produtos alimentares
2.
Ferramentas de análise
de qualidade de azeites, azeitonas e oleaginosas - Aplicável na rastreabilidade
3.
Integração de
ferramentas de analise química, molecular e sensorial de azeites, azeitonas e
oleaginosas - Aplicável para a autenticidade e denominação de origem
4.
Criação de manual de
capacitação para técnicos e empresas (EndUsers) da ferramenta desenvolvida,
como régua de medida útil para as unidades transformadoras, laboratórios de
controle de qualidade alimentar e para as entidades reguladoras
5.
Valorização do perfil
químico dos subprodutos resultantes para a alimentação animal.
6. Desenvolvimento
de informação para a promoção da literacia alimentar, e
sustentabilidade na utilização destes produtos pelo consumidor no âmbito da Dieta Mediterrânica.
O perfil nutricional, e a qualidade dos
produtos alimentares depende também das condições edafoclimáticas de cada
região, bem como do património genético vegetal. As ferramentas a desenvolver
serão também utilizadas para a identificação de biomarcadores característicos das
zonas de produção. No projeto MedFood serão integradas as regiões do
Alentejo e Trás-os-Montes, dado o impacto produtivo/económico do sector
dos azeites e dos frutos secos.
MedFood
será desenvolvido em estreita colaboração entre stakeholders, de toda cadeia de
valor, e as entidades de I&DT, desde a fase de elaboração do projeto
à sua execução. Eles serão atores fundamentais para a contextualização do
problema, otimização e validação das metodologias de qualidade e autenticidade,
contribuindo para a valorização económica das respetivas fileiras.
Os resultados serão comunicados ao público em geral e consumidores, de
todas as gerações, em especial aos mais novos (e.g ações em escolas), promoção
da literacia alimentar, incentivo ao consumo de produtos oleaginosos
nacionais, fomentando os princípios da Dieta Mediterrânica.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
Universidade de Aveiro - Líder do consórcio,
responsabilidade de representação e coordenação do consórcio, às quais se
acresce as tarefas específicas das atividades de Investigação & Desenvolvimento
de ferramentas de análise química para os diferentes alimentos para a
rastreabilidade e autenticidade, em estreita articulação com o CEBAL e
restantes membros do consórcio. Transferências de tecnologia e criação de
material de comunicação. A colaboração estreita com os produtores/associações
do norte e sul do país vai permitir analisar diferentes especeis/variedades e
também comparar diferentes origens geográficas, posterior transferência para os
end-users das ferramentas desenvolvidas. CEBAL - Centro de Biotecnologia Agrícola e
Agro-Alimentar do Alentejo - Coresponsabilidade nos trabalhos de
investigação, concretamente no desenvolvimento de ferramentas de análise
química e molecular para os diferentes alimentos para a rastreabilidade e autenticidade. em
estreita articulação com a UA restantes membros do consórcio. A
colaboração estreita com os produtores/associações do norte e sul do país vai
permitir analisar diferentes especeis/variedades e também comparar diferentes
origens geográficas. Posterior transferência para os end-users das ferramentas
desenvolvidas. Desenvolvimento de materiais de comunicação e facilitadores para
literacia alimentar (alimentação saudável e sustentável, e visando o combate
ao desperdício alimentar), concretamente públicos mais jovens. ACOS - Associação de Agricultores do Sul - Validação das ferramentas
desenvolvidas em colaboração com a UA e CEBAL. Desenvolvimento de novos
serviços de base tecnológica em respostas as necessidades dos produtores e
consumidores para alimentos mais saudáveis e seguros. Participação em
ações técnicas e científicas, e capacitação dos associados. ALENTEJO XXI - Associação de
Desenvolvimento Integrado do Meio Rural - Implementação das atividades de valorização,
articulação entre os atores locais e regionais, identificação de pontos de
escoamento, num contexto de promoção de circuitos curtos de comercialização. APPITAD - Validação das
ferramentas desenvolvidas em colaboração com a UA e CEBAL. Implementação das
atividades de valorização, articulação entre os atores locais e regionais,
identificação de pontos de escoamento, num contexto de promoção de circuitos
curtos de comercialização. Participação em ações técnicas e científicas, e
capacitação dos associados. Fornecedores de matérias primas objeto de estudo. Pólo de Inovação de Mirandela - Fornecedores de matérias primas
tipificadas como objeto de estudo. Cooperativa Agrícola de Beja e
Brinches -
Participação em ações técnicas e científicas, e capacitação dos associados.
Fornecedores de matérias primas objeto de estudo Trás-os-Montes Prime e outras PME´s - Fornecedores de matérias primas
objeto de estudo. Utilizadores das ferramentas desenvolvidas e formador de
opinião para adequação das mesmas ao mercado. Os parceiros: Cooperativa e outras
PME´s, apesar de já estarem inscritos como membros da Rede Rural Nacional, não
estão presentes na Bolsa de Iniciativas. Agradecemos que possam considerar.
Interlocutor: Maria do Rosario Gonçalves dos Reis Marques Domingues Email interlocutor: mrd@ua.pt Email entidade: uacoopera@ua.pt
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