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Med2Sustainability – Modelo de Sustentabilidade para a preservação e valorização de produtos endógenos da Dieta Mediterrânica (ID: 283 )
Coordenador: UTAD - Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Iniciativa emblemática: 1. Alimentação sustentável
Data de Aprovação: 2022-04-04 Duração da iniciativa: 2022-03-31
NUTS II: Norte NUTS III: Tâmega e Sousa
Identificação do problema ou oportunidade
O nº 1 do artigo 25º da Declaração Universal dos Direitos
do Homem lembra-nos, desde 1948, que “toda a pessoa tem direito a um nível de vida suficiente
para lhe assegurar e à sua família a saúde e o bem-estar, principalmente quanto
à alimentação, ao vestuário, ao alojamento, à assistência médica e ainda quanto
aos serviços sociais necessários, e tem direito à segurança no desemprego, na
doença, na invalidez, na viuvez, na velhice ou noutros casos de perda de meios
de subsistência por circunstâncias independentes da sua vontade”.
Na Declaração de Roma para a Segurança Alimentar foi
assumido que “a segurança alimentar existe quando todas as pessoas, em todos os
momentos, tiverem acesso físico e económico a alimentos suficientes, seguros e
nutritivos que preencham as suas necessidades dietéticas e preferências para
uma vida ativa e saudável” (World Food Summit, 1996). Também o Codex Alimentarius preconiza que “todas
as pessoas têm a expectativa de que os alimentos que consomem são seguros e
adequados”.
Destas afirmações surgem dois conceitos, expressos em
língua inglesa por “food security” e “food safety”, que são traduzidos em
português para segurança alimentar e segurança dos alimentos ou dos géneros
alimentícios, respetivamente. De facto, enquanto a segurança alimentar visa
proporcionar o acesso a alimentos adequados ao consumo e em quantidade
suficiente, a segurança dos géneros alimentícios tem como objetivo garantir que
os alimentos são seguros, ou seja, inócuos (não causam doença) e são salubres
(produzidos higienicamente e não deteriorados).
Para que um alimento seja adequado ao consumo têm que ser seguro e,
portanto, os dois conceitos anteriormente referidos – Segurança Alimentar e
Segurança dos Alimentos – estão indissociavelmente interligados, significando
que não pode haver segurança alimentar sem que esteja garantida a segurança dos
géneros alimentícios.
The State of Food Security and Nutrition in the World
(2021) informa-nos que existem milhões de pessoas no Mundo às quais não é
garantida a segurança alimentar e que se encontram desnutridas porque não podem
pagar uma dieta saudável. Segundo este
relatório, no ano 2020, uma em cada três pessoas no Mundo (2,37 mil milhões)
não teve acesso a alimentação adequada, onde se incluem 720 a 811 milhões de
pessoas que passaram fome. Evidentemente que estes casos não estão
uniformemente distribuídos, sendo a Europa o continente menos afetado, a Ásia
onde se concentram mais de metade dos casos e em África encontram-se mais de um
terço destes casos. Em Portugal, no triénio 2018-2020, a prevalência de
insegurança alimentar grave a severa foi 11,5%, sendo 3,5% de insegurança
alimentar grave.
Por outro lado, anualmente morrem cerca de 420 000
pessoas e adoecem cerca de 600 milhões em consequência do consumo de alimentos
contaminados por exposição a contaminação microbiológica ou química (FAO, 2019).
Na Europa (27 Estados-Membros), região onde estes valores são menos
preocupantes, em 2020, registaram-se 3 086 surtos de doenças da via alimentar
com 20 017 casos de doença, 1 675 hospitalizações e 34 mortes. Mais sete
estados europeus, que não se incluem na UE, registaram 57 surtos, 1 496 casos
de doença, 155 hospitalizações e 14 mortes (EFSA, 2021). E estes números estão geralmente subestimados
uma vez que muitos casos não são notificados quer pelas vítimas quer também por
insuficiente evidência científica.
BIBLIOGRAFIA
Assembleia da República. (2017). Resolução da
Assembleia da República nº 65/2015. Combater o desperdício alimentar para
promover uma gestão eficiente dos alimentos. In Diário da República.
CNCDA. (2017). Estratégia Nacional e Plano de
Ação de Combate ao Desperdício Alimentar. Disponível em http://www.gpp.pt/images/MaisGPP/Iniciativas/CNCDA/ENCDA.pdf
EFSA and ECDC (European Food Safety Authority and European Centre
for Disease Prevention and Control). 2021. The European Union one health 2020
zoonoses report. EFSA Journal 2021,19(12), 6971, 324 pp. https://doi.org/10.2903/j.efsa.2021.6971
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
A Dieta
Mediterrânica teve a sua origem nos países banhados pelo Mar Mediterrâneo ou
que por ele são influenciados. Este padrão alimentar começou a ser descrito nos
anos 50 e 60 do Século XX, sobretudo à luz do que se praticava em Creta, em
outras regiões da Grécia e no sul de Itália. A palavra “dieta” deriva do termo
grego “diaita” que significa estilo de vida equilibrado. A Dieta Mediterrânica
é precisamente isso: um estilo de vida marcado pela diversidade e conjugado com
as características seguintes:
• consumo elevado
de alimentos de origem vegetal (cereais pouco refinados, produtos hortícolas,
fruta, leguminosas secas e frescas e frutos secos e oleoginosos);
• consumo de
produtos frescos, pouco processados e locais, respeitando a sua sazonalidade;
• utilização do
azeite como principal gordura para cozinhar ou temperar alimentos;
• consumo baixo a
moderado de lacticínios;
• consumo
frequente de pescado e baixo e pouco frequente de carnes vermelhas;
• consumo de água
como a bebida de eleição e baixo e moderado consumo de vinho a acompanhar as
refeições principais;
• realização de
confeções culinárias simples e com os ingredientes nas proporções certas;
• prática de
atividade física diária;
• fazer as
refeições em família ou entre amigos, promovendo a convivência entre as pessoas
à mesa.
Diversos estudos
científicos sugerem que este tipo de dieta se associa a uma maior longevidade e
diminuição de risco de desenvolvimento de diversas doenças, sendo considerada
uma das dietas mais saudáveis do mundo.
A Dieta
Mediterrânica constitui uma ferramenta de educação alimentar para o público em
geral e para a comunidade científica. Será importante conhecer os seus
princípios para melhor interiorizar os seus conceitos.
Por estes motivos, é essencial a preservação da genuinidade
dos produtos tradicionais e o apoio à dinamização dos mercados locais, em prol
da manutenção dos sistemas de produção assentes na valorização dos recursos
endógenos. Neste projeto pretende-se apostar na valorização da qualidade e na diversificação
da produção agrícola local, com vista a uma melhor qualidade de vida.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
Parceiros:
Instituição do Ensino Superior:
UTAD – Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (entidade
coordenadora)
501345361
Responsável pela investigação e divulgação científica e
académica.
Grupo de Ação Local (GAL):
DOLMEN – Desenvolvimento Local e Regional, CRL
502973544
Responsável pela literacia alimentar, nutrição e
avaliação nutricional dos alimentos.
Disseminar informação e os resultados.
PME do Setor:
H2Douro – Produtos e Serviços Agrícolas, SA
514605421
Responsável pela implementação e incremento da qualidade
dos produtos nas suas explorações.
Contribuir com os seus produtos para a investigação
científica e tecnológica.
Associação do Setor:
PortugalFoods - Associação do Setor Agroalimentar Português
508761247
Disseminar informação e os resultados no âmbito dos seus
associados.
Outras Entidades Relevantes:
NUT III:
Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa
508889910
Responsabilidade de apoiar o projeto na medida em que
contribuirá para o desenvolvimento económico e social do território. Esta CIM
prioriza os projetos ligados à inovação e conhecimento na área do
agroalimentar.
Associação Colab4Food – Laboratório Colaborativo Para a
Inovação da Indústria Agroalimentar
515410462
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