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AlémTejoInov - Inovação Organizacional Multiprodutos do Alentejo (ID: 295 )
Coordenador: CERSUL, Agrupamento Produtores de Cereais do Sul,S.A
Iniciativa emblemática: 10. Excelência da organização da produção
Data de Aprovação: 2022-04-28 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Alentejo NUTS III: Alto Alentejo
Identificação do problema ou oportunidade
O Objetivo Específico 3 da Política Agrícola Comum para os próximos anos pretende melhorar a posição negociadora dos agricultores na geração de valor e o papel das organizações de produtores na cadeia agroalimentar. Favorecer o agrupamento do setor produtivo para ganhar dimensão económica facilitando o poder de negociação com o resto da cadeia e impulsionar uma maior participação dos agricultores na geração de valor das suas produções é um dos objetivos específicos da PAC para os próximos anos. Este desígnio passa por fomentar uma maior integração dos produtores primários mediante o aumento da escala económica, a concentração e a oferta de serviços das organizações de produtores (OP), em particular das mais pequenas, e promover o reconhecimento destas organizações de produtores em setores que ainda não estão reconhecidas ou onde a sua expressão é baixa. De facto, a concentração da oferta permite desenvolver economias de escala para reduzir os custos de produção e favorecer o acesso a novos mercados, processos e produtos de carácter inovador. As organizações de produtores contribuem para minimizar os riscos, assegurando, entre outras coisas, relações comerciais estáveis, segurança de pagamentos, investimentos, apoio em situações de crises de mercado e comercialização de toda a produção dos membros. Têm, portanto, um papel relevante na hora de garantir que a produção se planifique e se ajuste à procura, sobretudo no que respeita à qualidade e quantidade, à concentração da oferta, comercialização dos produtos dos seus membros, otimizar e estabilizar os custos de produção e os benefícios dos investimentos realizados em resposta a normas relativas ao meio ambiente e ao bem-estar dos animais. Existe, no entanto, uma necessidade de criar uma maior agregação da produção em estruturas que trabalham para o mesmo fim, com meios em comum, que desta forma conseguem vantagens competitivas importantes a diversos níveis: no apoio técnico nas explorações agrícolas, no controlo da qualidade e na comercialização; na utilização conjunta de infraestruturas e de equipamentos de conservação e de preparação do(s) produto(s) para o mercado; no aumento do poder negocial na cadeia de valor; entre outras, potenciando sinergias, oportunidades, escala e competitividade. O agrupamento das organizações de produtores, mesmo que multiprodutos, permite aumentar a sua competitividade, mediante o desenvolvimento de economias de escala capazes de reduzir os custos de produção e favorecer o acesso a novos mercados, em muitos casos inalcançáveis por parte de OP individuais. E este é um dos objetivos desta candidatura, baseada na identificação e implementação de aspetos inovadores organizacionais, alicerçada num plano de capacitação alargado e diverso, com a complementaridade de um plano de comunicação que se espera assertivo e eficaz, no sentido de criar uma rede de conhecimento com projeção nacional. Ao criar as bases de cooperação e coopetição entre as organizações de produção da iniciativa em apreço, estarão satisfeitas as premissas para abordar os desafios presentes na Agenda de Inovação.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
Esta iniciativa pretende explorar modelos inovadores de Organização da Produção do Alentejo, com aplicação a diversos modelos de produção e a multiprodutos, procurando responder aos desafios da Agenda de Inovação para a Agricultura 20|30, numa abordagem prática e assertiva, que vá ao encontro das expetativas e necessidades dos agentes representados neste consórcio. Agrupar a produção para melhorar a capacidade negocial dos produtores e fomentar a inovação organizacional são desafios a abordar nesta iniciativa. A presente iniciativa permitirá investigar, desenvolver e transferir conhecimento baseado em boas práticas identificadas em múltiplos casos de sucesso, para que os agentes da produção da região abrangida, desde as organizações de produtores aos pequenos e grandes produtores, se possam modernizar, articular e colaborar entre si, desenvolvendo mecanismos que potenciam a competitividade de diferentes fileiras aqui representadas. Esta iniciativa terá como objetivo contribuir para uma melhor coordenação e organização da produção, num cenário de multiprodutos, apoiando o ganho de escala, a valorização dos produtos agroalimentares nacionais e o aumento do rendimento dos produtores. Num processo de auscultação detalhada, iremos aferir as reais necessidades de cada organização, no que respeita às temáticas da gestão profissional, inovação organizacional, economia circular, de marketing e de comércio externo, promovendo a sustentabilidade das unidades produtivas, aferindo simultaneamente como as mesmas poderão impactar na competitividade, modernização e articulação entre as diferentes OP do consórcio. Será realizado um estudo de investigação com identificação de modelos inovadores de organizações de produtores, adaptados à realidade da região, à diversidade de dimensões de agricultores e ao conjunto de multiprodutos das OP regionais. O método de investigação, desenvolvimento e inovação (IDI) terá as seguintes fases: 1) Definição preliminar/exploratória do Procedimento Metodológico de Investigação, 2) Fase Analítica com recolha de dados segundo as opções metodológicas, 3) Análise crítica, 4) Modelos de replicabilidade, 5) Demonstração e 6) Fase Conclusiva com aplicação e incorporação nas OP. Em perfeita interligação, desenvolveremos uma fase de ações de capacitação para todas as organizações da região, focando os temas da gestão e da comercialização, com desenvolvimento de ações de mentoring dirigidas a cada uma das organizações. Serão também realizadas ações para produtores das organizações, centrado nos temas da economia circular e da sustentabilidade, por serem centrais na Política Agrícola Comum. Para tornar estas ações efetivas e impactantes, serão selecionados especialistas nas temáticas identificadas no processo participativo anteriormente descrito, promovendo verdadeiras ações que capacitem e aportem valor às entidades do consórcio e a outras entidades que pretendam, de forma voluntária, aderir ao programa. Assim, esta iniciativa promoverá a capacitação dos agentes no que respeita a novos e inovadores modelos de organização da produção, potenciando oportunidades de sinergias, ganhos de escala e competitividade nos mercados nacionais e internacionais, mas também no tecido agrícola abrangido pelas Organizações do consórcio. O modelo de organização inovador criado por este grupo de OP, baseado na investigação realizada e numa dinâmica participativa, terá a possibilidade de ser replicado para outras tipologias de organizações associadas a diferentes produtos e a diferentes realidades de escala de produção, nomeadamente de modelos de organização da pequena agricultura familiar.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
PT 1 – Gestão e Coordenação (M1 – M36) Compete à CERSUL a gestão do Plano de Ação e a Coordenação. A CERSUL, dentro das suas competências técnicas e de investigação, assegurará os requisitos de desenvolvimento técnico e de inovação para a identificação de modelos organizacionais inovadores, num trabalho conjunto com o consórcio. PT 2 – Diagnóstico das estruturas operacionais de cada OP (M1 – M6)Neste PT teremos um trabalho de investigação, desenvolvimento e inovação, centrados prioritariamente em abordagens mais próximas da sua aplicação, incluindo atividades de transferência de conhecimento e de demonstração, com vista à sua incorporação nos modelos das OP. Tendo em conta o método de IDI, neste PT teremos as seguintes fases: 1) Definição preliminar/exploratória do Procedimento Metodológico de Investigação, 2) Fase Analítica com recolha de dados segundo as opções metodológicas.O IPP e a CERSUL estarão diretamente envolvidos neste processo. Paralelamente, serão realizados Focus Group com os responsáveis das OP, sob responsabilidade da CERSUL, para aferir os fatores-chave que potenciem oportunidades de sinergias, ganhos de escala e competitividade. As PME agrícolas (OP) estarão diretamente envolvidas nesta fase. PT 3 – Modelos organizacionais inovadores (M4 – M12)Tendo em conta o método de IDI, neste PT teremos a seguinte fase: 3) Análise críticaEsta fase será assegurada pela CERSUL em parceria com o IPP. Serão identificados e descritos modelos inovadores de organizações de produtores, adaptados à realidade da região, à diversidade de agricultores e ao conjunto de multiprodutos das OP regionais. Organizados pela APAP, e contributo das PME agrícolas (OP), serão realizados 2 workshops: 1) com as OP da região e 2) com entidades relevantes para a temática em questão (GPP, DRAP, IFAP, …). PT 4 – Adequação das OP aos modelos organizacionais (M12 – M36)Tendo em conta o método de IDI, neste PT teremos as seguintes fases: 4) Modelos de replicabilidade, 5) Demonstração.A CERSUL promoverá a identificação dos processos, em cada OP, que carecem de adaptação para os novos modelos organizacionais, com o acompanhamento do processo de implementação, tendo por base um plano de ação, numa lógica de partilha contínua de experiências, com realização de sessões de trabalho, nas diferentes OP, com responsáveis e técnicos de outras OP. PT 5 – Capacitação das organizações (M13 – M36)Tendo em conta o método de IDI, neste PT teremos as seguintes fases: 6) Fase Conclusiva com aplicação e incorporação nas OPNuma lógica de continuidade dos resultados do PT3 e PT4, pretende-se que as ações de capacitação tenham impacto relevante nas organizações, com identificação dos processos, em cada OP, que carecem de adaptação para os novos modelos organizacionais (PT2), garantindo o apoio necessário para o sucesso da mesma. A CERSUL, com o IPP e o InovTechAgro, coordenará estas ações de capacitação direcionadas às organizações da região, e aos seus associados, com especial enfoque em futuros gestores / técnicos. PT 6 – Capacitação de produtores, incluindo nova geração de técnicos e dirigentes (M13 – M36)Tendo em conta o método de IDI, neste PT teremos as seguintes fases: 6) Fase Conclusiva com aplicação e incorporação nas OPCapacitação para os produtores das organizações, centrado nos temas da economia circular e da sustentabilidade, por serem centrais na Política Agrícola Comum. Esta capacitação contará com ações de aprendizagem entre pares ( peer-to-peer), e sessões com a presença de especialistas de diversas temáticas a identificar no PT2. Coordenação Cersul, IPP e InovTechAgro, a participação das PME agrícolas (OP). PT 7 – Avaliação Contínua (M13 – M36)A cargo da CERSUL, será feita uma avaliação do impacto das ações de capacitação junto das OP, com implementação de medidas de melhoria contínua. PT 8 – Comunicação e Disseminação (M1 – M36)A APAP prestará apoio às atividades de demonstração e disseminação de resultados, baseada num plano de comunicação previamente definido, integrando a sua partilha com outras tipologias de organizações associadas a diferentes produtos e a diferentes realidades de escala de produção, nomeadamente de modelos de organização da pequena agricultura familiar.
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