Bolsa de Iniciativas PRR

 

Demo.Net – Rede de partilha, demonstração e inovação (ID: 297 )
Coordenador: COTHN - Centro Operativo Tecnológico Hortofrutícola Nacional
Iniciativa emblemática: 10. Excelência da organização da produção
Data de Aprovação: 2022-04-28 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Centro NUTS III: Oeste
 
Identificação do problema ou oportunidade

São muitos os desafios atuais que se apresentam ao setor agroalimentar, que se depara com as incertezas atuais ao nível da economia global, mas também com questões prementes no que respeita a políticas europeias e diretivas nacionais, que carecem de uma estratégia de implementação por parte de muitas das organizações do setor.

Paralelamente, questões críticas como as alterações climáticas, a necessidade de otimização e racionalização de recursos, a exigência de um setor mais resiliente, mais verde (Pacto Ecológico Europeu), mais digital, mais social, comprometido com a segurança alimentar e mais aberto aos mercados internacionais, e ainda com responsabilidade direta no desenvolvimento das zonas rurais, confere ao setor agroalimentar uma responsabilidade enorme, que precisa de ser assumida.  

Neste particular, as Organizações da Produção (OP) têm um papel relevante. De facto, o Objetivo Específico 3 da Política Agrícola Comum para os próximos anos pretende melhorar o papel das organizações de produtores na cadeia agroalimentar e impulsionar uma maior participação dos agricultores na geração de valor das suas produções.

As OP contribuem para minimizar riscos, assegurando, entre outros, relações comerciais estáveis, segurança de pagamentos, investimentos, apoio em situações de crises de mercado e comercialização de toda a produção dos membros. Têm, portanto, um papel relevante na hora de garantir que a produção se planifique e se ajuste à procura, sobretudo no que respeita à qualidade e quantidade, à concentração da oferta, comercialização dos produtos dos seus membros, otimização e estabilização dos custos de produção e cumprimento de normas relativas ao meio ambiente e ao bem-estar dos animais.

Mas é também certo que as OP necessitam de cooperar entre si, numa lógica de partilha e debate de conhecimentos para os muitos desafios que enfrentam e que enfrentarão, colaborando de forma transparente no sentido de, em conjunto, encontrarem pontes e compromissos para assegurar níveis de competitividade e sustentabilidade das suas organizações e dos seus membros, envolvendo corpos dirigentes, técnicos e consultores, a produção e outras partes interessadas, como a academia, prestadores de serviço e especialistas em diferentes temáticas, tanto a nível nacional como ao nível internacional.

No contexto europeu, é já uma prática corrente a valorização de ações de demonstração, intercâmbios agricultores e/ou organizações, bem como aprendizagem entre pares no seio da comunidade agrícola – “peer-to-peer learning”. Projetos H2020 como o AgriDemo-F2F, PLAID e NEFERTITI demonstraram de forma clara a importância e o impacto que estas ações têm na capacitação e na cocriação de serviços/processos/produtos inovadores, que aportam uma clara vantagem competitiva às organizações e ao tecido produtivo agrícola, caracterizado nesta iniciativa, pelos multiprodutos constantes nas diferentes OP do consórcio.

A presente candidatura é uma oportunidade única para apoiar e reforçar a construção de uma rede de demonstração, partilha, debate e compromissos entre as diferentes empresas, técnicos e agricultores aqui representados pelas entidades do consórcio, promovendo uma capacitação alargada e a cocriação de aspetos inovadores com impacto direto nas organizações, mas também na produção, onde se inclui a pequena agricultura familiar aqui representada.

 
Breve resumo da iniciativa a desenvolver

Esta iniciativa pretende investigar modelos inovadores de redes de conhecimento e demonstração, bem como metodologias de debate e partilha entre pares, no sentido de criar pontes e compromissos, e gerar conhecimento transversal sobre temáticas relevantes para o setor aqui representado. Desta forma, pretendemos promover a capacitação das OP e dos seus membros, promovendo uma rede de inovação e de conhecimento com impacto na competitividade e diferenciação das mesmas.

Desta forma, o consórcio pretende responder aos desafios da Agenda de Inovação para a Agricultura 20|30, numa abordagem prática e participativa, que vá ao encontro das expetativas e necessidades dos agentes representados neste consórcio. Promover iniciativas de demonstração, de partilha e debate, direcionadas para diferentes grupos-alvo, mas também promovendo a interação entre estes, irá por certo fomentar a inovação organizacional e a capacitação alargada dos envolvidos.

Num processo de auscultação detalhada, iremos aferir as reais necessidades e carências de cada organização, no que respeita às temáticas da gestão profissional, inovação organizacional, economia circular, de marketing e de comércio externo, aferindo simultaneamente como as mesmas poderão impactar na competitividade, modernização e articulação entre as diferentes OP do consórcio.

De forma sequencial, serão investigados, num processo de investigação, demonstração e inovação (IDI) metodologias que potenciem ao máximo o método de “aprender vendo / aprender testando”, equilibrando o binómio transferência de conhecimento (da academia ou centros de investigação para técnicos e agricultores) e troca de conhecimento (entre técnicos e agricultores), estimulando a aprendizagem e a partilha das melhores práticas.  O processo de IDI terá as seguintes fases: 1) Fase Analítica com recolha de dados 2) Análise crítica e participativa, 3) Modelos de aplicabilidade, 4) Demonstração e 5) Aplicação e incorporação nas redes de conhecimento e partilha a criar.

De referir partiremos de um capital de conhecimento referente a metodologias internacionais testadas e consolidadas em projetos de investigação do H2020, de forma a potenciar ao máximo o método de IDI a aplicar.

A demonstração e aplicação/incorporação de conhecimento no universo das OP envolvidas direta ou indiretamente nesta candidatura, tendo por base o processo de IDI, será potenciado num fórum para interações entre “pares” das diferentes OP e outras organizações relevantes, (gestores, agricultores, técnicos agrícolas, técnicos da qualidade), com diferentes temáticas por sessão técnica, promovendo a troca, partilha e debate de experiências e conhecimento, numa lógica de “peer-to-peer learning”, contribuindo de forma decisiva para um alinhamento e um compromisso respeitante a caminhos, pontes e soluções relativos às temáticas em apreço. Este fórum será enriquecido, em cada sessão, com a presença de um especialista (nacional ou internacional) que lançará o tema para posterior debate e partilha.

Em perfeita interligação com as metodologias acima descritas, será desenvolvida uma fase de ações de capacitação para todas as organizações da região, focando os temas da concentração da produção para melhorar a capacidade negocial dos produtores, digitalização, economia circular e da sustentabilidade, por serem centrais na Política Agrícola Comum.

O modelo de capacitação inovador a desenvolver por este consórcio, terá a possibilidade de ser replicado para outras tipologias de organizações associadas a diferentes produtos e a diferentes realidades de escala de produção, incluindo a pequena agricultura familiar.

 

 
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro

PT 1 – Gestão e Coordenação (M1 – M36);

Compete ao COTHN a gestão do Plano de Ação e a Coordenação do consórcio.

PT 2 – Organização da Produção (M1 – M6)

A FNOP e a CONSULAI promoverão dois trabalhos de investigação 1) “Organização da produção: o que falta a Portugal? Que exemplos de excelência no panorama nacional e internacional?” | 2) “Avaliação intercalar da aplicação da estratégia nacional 2019-2023”, que servirão de base à realização de dois workshops: 1) com OP´s e participação das PME agrícolas (OP) e 2) com entidades relevantes para a temática em apreço (GPP, DRAP, IFAP, …).

PT 3 – Modelos organizacionais inovadores (M1 – M36)

O processo de IDI terá a seguinte fase: 1) Fase Analítica com recolha de dados

Coordenado pelo INIAV em parceria com o COTHN, FNOP, CONSULAI e APMA, serão identificados modelos de transferência e partilha de conhecimento no contexto europeu. Serão descritos locais/regiões de referência, que funcionem como verdadeiros polos de inovação e demonstração, nacionais e internacionais, com metodologias consolidadas de capitalização de conhecimento técnico e científico, e que permitam capacitar as OP. Serão promovidos programas de visitas técnicas, com participação das PME agrícolas (OP).

PT 4 – Fóruns de partilha, debate e discussão (M6 – M36)

O processo de IDI terá as seguintes fases: 2) Análise crítica e participativa, 3) Modelos de aplicabilidade, 4) Demonstração. O objetivo será de transferir conhecimento e demonstrar, com vista à sua introdução e incorporação nas OP.

Será executada uma análise crítica e participativa dos modelos identificados no PT 3. A APMA promoverá a realização de fóruns de discussão. Modelos de aplicabilidade serão investigados através de encontros técnico que juntará gestores, técnicos agrícolas e técnicos da qualidade. As PME agrícolas (OP) estarão diretamente envolvidas, mas serão sessões abertas a outros agentes do setor.

PT 5 – Capacitação das organizações (M13 – M36);

O processo de IDI terá a seguinte fase: 5) Aplicação e incorporação nas redes de conhecimento e partilha a criar.

Numa lógica de aplicação e incorporação de conhecimento dos resultados do PT3 e PT4, pretende-se demonstrar e incorporar conhecimento decorrente do processo de IDI, com ações de capacitação que tenham impacto relevante nas organizações, com identificação dos processos, em cada OP, que carecem de adaptação para os novos modelos organizacionais inovadores, garantindo o apoio necessário para o sucesso da mesma. A FNOP, em estreita colaboração com o COTHN e CONSULAI, coordenará estas ações de capacitação direcionadas às OP, e aos seus associados, com especial enfoque em futuros gestores / técnicos.

PT 7 – Avaliação Contínua (M6 – M36);

A cargo do COTHN em parceria com a FNOP, será feita uma avaliação do impacto das ações de capacitação junto das OP, com implementação de medidas de melhoria contínua.

PT 8 – Comunicação e Disseminação (M1 – M36).

A FNOP, CONSULAI e APMA prestarão apoio às atividades de demonstração e disseminação de resultados, baseada num plano de comunicação previamente definido.

 
Interlocutor: Maria do Carmo Martins   Email interlocutor: carmo@cothn.pt   Email entidade: geral@cothn.pt