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Comunidades Rurais do Interior e de Montanha (Interior+) (ID: 307 )
Coordenador: Instituto Politécnico da Guarda
Iniciativa emblemática: 7. Revitalização das zonas rurais
Data de Aprovação: 2022-09-13 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Centro NUTS III: Beiras e Serra da Estrela
Identificação do problema ou oportunidade
O
problema identificado, para o qual o Interior+ apresenta uma resposta inovadora
com vista à sua mitigação, é a desertificação demográfica das Zonas Rurais de Montanha
(ZRM) das BSE + BB + AM e a
fraca capacidade de atração de novos talentos para as atividades agrícola e
agroalimentar, e atividades conexas. As ZRM enquadram-se nos territórios de
baixa densidade (TBD) e vêm sentido redução das populações e abandono de algumas
atividades produtivas fundamentais para a sua dinamização. A desconexão na
estrutura socioeconómica é forte restrição para a revitalização rural: o
impacto negativo nas oportunidades de emprego afeta o processo de quebra ciclo
da desertificação. Contrariar isto requer medidas transversais, concertadas,
para criar condições para revitalizar os territórios e reter o seu valor
acrescentado, atraindo e fixando pessoas. É crucial desenvolver processos
“bottom-up” adequados às especificidades locais preconizando a ruralidade (Pl.
de Ação para as ZR da EU) obtendo regiões rurais fortes, conectadas,
resilientes e prósperas. É necessário mobilizar recursos e potencialidades
territoriais que satisfaçam as populações através da valorização do capital
humano, baseados na transferência de conhecimento (TC) e seu reconhecimento. As
ZRM devem constituir-se como comunidades locais empoderadas e atrativas, com
cidadãos participativos na tomada de decisão Os
TBD de montanha têm características comuns: agroecossistemas debilitados,
assentes em pequena agricultura e familiar de baixo rendimento, força de
trabalho envelhecida e baixa qualificação, sistema de produção tradicional sem
valor acrescentado, e práticas não facilitadoras da sustentabilidade ambiental,
económica e social contribuindo para a sua vulnerabilidade às alterações
climáticas. Acresce-se um setor primário com pouca atratividade para
investidores e/ou trabalhadores altamente qualificados que aportem a inovação
necessária para a competitividade e sustentabilidade das fileiras associadas
aos setores agrícola e agroalimentar Reverter
a situação requer uma abordagem ousada: soluções inovadoras tecnológicas e
sociais que promovam e suportem a aplicação experimental de metodologias
participativas de monitorização e dinamização local. Só uma articulação nova
entre a perspetiva de valorização das fileiras e a promoção do desenvolvimento
integrado do território surtirá resultados Neste
contexto, são objetivos Interior+: i)Criar modelo de intervenção para a
revitalização rural de Montanha na área geográfica das NUTSIII BSE, BB e AM,
que fique disponível para o mercado, e apresente oportunidades e fatores
críticos para a criação de novas empresas e novos negócios, para jovens
qualificados e pequena agricultura familiar na fileira alargada do setor
agrícola (agricultura, agroalimentar, serviços à indústria, turismo); ii)Criar
plataforma que, suportada numa estrutura em rede, sirva o objetivo de promoção
e interação da inovação territorial agroalimentar, promoção do turismo
gastronómico e da atratividade empresarial que se constitua como ferramenta de
atração para novos residentes, empresários e visitantes das ZRM, potenciando a
comercialização de bens endógenos de
valor acrescentado com base na ruralidade e seus valores; iii)Capacitar agentes
económicos das ZRM para a inovação integrada dos negócios de forma a, numa
lógica de fileira e sustentabilidade, aumentar a rendibilidade dos negócios, emprego
qualificado, nº de empresas do setor agroalimentar e serviços conexos e a riqueza criada na
região
A
inovação agro, assim, permitirá valorização territorial com impacto positivo no
desenvolvimento da agricultura (tecnologias e sustentabilidade), no turismo e
na sociedade (atratividade empresarial e da qualidade de vida rural)
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
O
Interior+ propõe uma nova abordagem à fragilidade das ZRM nos TBD das NUTSIII BSE,
BB e AM assente em I&D+I,
testando e adaptando tecnologia e processos existentes em novos contextos,
visando o desenvolvimento e TC para as empresas. Com base nas tendências do
mercado consumidor, testará e criará instrumentos inovadores para os setores
agrícola e agroalimentar a transferir aos agentes económicos locais O
Interior+ irá fortalecer a competitividade das PMEs através da transferência de
tecnologia e inovação para: i)uso eficiente dos recursos no sistema agro;
ii)economia circular e descarbonização; iii)sustentabilidade social; iv)valorização
e recuperação de produtos típicos e tradicionais com base nos recursos
endógenos das regiões alvo. Seleção dos produtos com base na expressão
económica da região e potencial de mercado no conceito de agricultura e
agroindústria sustentáveis Os
impactos esperados do projeto traduzem-se em: A. Desenvolver
território modelo assente na sustentabilidade ambiental, social e económica dos
TDB de montanha; B. Introduzir inovação em práticas agroalimentares
(tecnologia EO-via satélite, IoT – sistemas em desenvolvimento, fase TRL4 e IA
de tomada de decisão) orientadas pelo mercado e sustentadas em conhecimento; C.
Valorizar, via diversificação económica as ZRM, assente nos seus recursos
endógenos ligados ao agroalimentar, potenciando o turismo e atratividade
territorial O
Interior+ engloba as seguintes atividades (A): A.1–Região Modelo A.1.1. Definição e caraterização de região modelo de
promoção e valorização da sustentabilidade e produtos tradicionais e endógenos A.1.2.
Criação de mecanismos para a competitividade e atratividade territorial através
de: Marketplace (plataforma de promoção e interação da inovação territorial agroalimentar,
promoção do turismo gastronómico e da atratividade empresarial); Website (elemento
integrador da parceria e dos agentes territoriais de modo a promover um
processo participativo e adaptado às realidades locais) A.2–Território Inteligente A.2.1. Potenciar a TC gerado no sistema de I&D (tecnologias
de monotorização - EO, produção - IoT e gestão – IA) e de boas práticas de inovação sustentável; A.2.2. Capacitação de PMEs para a inovação e sustentabilidade, com
realização de sessões de trabalho da parceria e no âmbito da sua rede (I&D,
produtores, associações e entidades VET) para TC e resultados da parceria A.2.3. Projeto piloto de agricultura
sustentável para inovação adaptado às necessidades de cada território,
envolvendo vários atores (ex.: jovens e mulheres agricultores); e promoção de
reflexão participada sobre os resultados da monitorização dos territórios e
oportunidades de inovação e transição para sistemas locais sustentáveis para a
promoção da atratividade da vida rural, qualidade e sustentabilidade, recursos,
turismo e empresas A.3–Valorização da Produção Agroalimentar A.3.1. Análise e
caracterização do mercado agroalimentar, com ênfase nos produtos endógenos de
montanha, para adaptação aos novos mercados (jovens consumidores) A.3.2.
Implementação de estratégias de inovação para aproximar as PMEs aos serviços
(restauração e turismo), numa perspetiva Farm to fork e circuitos curtos
de comercialização A.4–Valorização dos Produtos Tradicionais e das
ZRM
A.4.1. Demonstrações do conceito território
modelo de produtos tradicionais, territoriais e sustentáveis através de
exemplos concretos de inovação e sustentabilidade desenvolvidos com as
entidades empresariais A.4.2. Estratégias de comunicação de valorização
territorial ZRM
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
A
conceção e realização do projeto Interior+ envolve 14 entidades, coordenadas
pelo Instituto Politécnico da Guarda (IPG), que desenvolvem atividades de
investigação, consultadoria e apoio técnico na área agroalimentar e centrada na
valorização de recursos naturais e/ou que são empresas deste setor, cujo contributo
de cada parceiro proporcionará uma colaboração efetiva e produtiva. A
intervenção da parceria no desenvolvimento das atividades está distribuída de
acordo com as suas competências e experiência de atuação, ainda que todos tenham
intervenção positiva no desenvolvimento das diferentes ações. Assim,
a atividade 1 será liderada pelo INIAV, em estreita colaboração com os
responsáveis pelas ações, nomeadamente: ação 1.1., coordenada pelo IPG em
colaboração com o IPCB; ação 1.2. liderada pela AAPIM, em estreita colaboração
com a InCubo, a PortugueseLands. Desta forma será possível concretizar os
objetivos específicos da ação através da experiência acumulada na caraterização
e dinamização de agroecossistemas locais, introduzindo valor e inovação nos
recursos locais suportando a concretização dos objetivos propostos. A
atividade 2 terá como responsável o IPG que também irá liderar a ação 2.1., e
colaborando ativamente nas ações 2.2. e 2.3. que serão da responsabilidade do
INIAV em conjunto com o CCAB/CATAA e AAPIM, respetivamente. De salientar a
experiência de transferência de conhecimento dos parceiros IES que serão ativos
intervenientes na identificação e disseminação das inovações (IPVC e IPCB). Com
as ações 2.2. e 2.3., também em estreita colaboração com os parceiros da
academia, serão desenvolvimentos projetos piloto ou experimentais em que
participarão os diferentes parceiros empresariais. A
atividade 3 será coordenada pelo IPVC considerando ainda a colaboração e
responsabilidade do IPG na ação 3.1. bem como do IPCB e IPVC, e na ação 3.2. da
responsabilidade do IPCB, com a colaboração do IPG e IPVC. Pretende-se utilizar
a experiência de investigação e reflexão sobre as cadeias de valor no setor,
elementos-chave para a competitividade e desenvolvimento territorial. A
contribuição e experiência dos restantes parceiros irá também permitir a
ligação Farm to fork que se pretende alcançar.
A atividade 4 será coordenada pelo IPCB, com a colaboração próxima das
empresas e outras entidades que integram a parceria. A ação 4.1 será da
responsabilidade do INIAV e da AAPIM de modo a realizar as demonstrações
necessárias e assim contribuir para a disseminação das boas práticas para que
possam ser efetivamente e naturalmente integradas na performance produtiva e
económica das empresas e fazer a ligação com a atividade de capacitação. Para
acolhimento e desenvolvimento das demonstrações previstas será, pois,
necessária a participação das PMEs na ação. A ação 4.2. terá como responsável o
IPCB, que com a contribuição de todos os parceiros desenvolverá a estratégia de
comunicação de valorização do território
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