Bolsa de Iniciativas PRR

 

EcoDRYFru: Do eco-design à internacionalização dos frutos secos portugueses (ID: 318 )
Coordenador: Associação Colab4Food– Laboratório Colaborativo Para a Inovação da Indústria Agroalimentar
Iniciativa emblemática: 9. Promoção dos produtos agroalimentares portugueses
Data de Aprovação: 2022-09-07 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Norte NUTS III: Área Metropolitana do Porto
 
Identificação do problema ou oportunidade

Atualmente em Portugal, o cultivo de frutos secos é praticamente autossuficiente satisfazendo cerca de 96% do mercado nacional, e posiciona-se como o 5º maior produtor de frutos secos a nível Europeu (6% da produção da UE). O cultivo de amendoeiras e castanheiros tem grande relevância no panorama nacional, pois ocupa a maior percentagem de superfície agrícola, e com tendência crescente desde 2009. Segundo dados do INE e Pordata, de 2009 a 2021 a área de produção de amêndoa aumentou cerca de 117%, tendo impacto efetivo na quantidade produzida deste fruto com um acréscimo de 439%. Quanto à castanha, verificou-se um aumento da área de cultivo a rondar os 35% no período homólogo. Aliado a isto, o mercado nacional dos frutos secos tem verificado um aumento expressivo ao nível das vendas. Atualmente, para a  amêndoa verifica-se uma balança comercial positiva de 10M€ e um valor de exportações a rondar os 100M€. Relativamente à castanha, estima-se que a cadeia de valor represente um valor comercial a rondar os 110M€. Através de uma análise preliminar dos mercados europeus, pela plataforma Mintel, pode-se verificar que, durante os últimos três anos, o valor mais baixo para um produto de amêndoa lançado no mercado foi de 0,56€ e o preço mais elevado de 19,77€, enquanto que para a castanha o valor variou entre 1,29€ e 12€ (valores por unidade). Existe, assim, valor de mercado para os frutos secos e este deve ser exponenciado através de estratégias de venda e Marketing baseadas em soluções que mantenham a qualidade, promovam a segurança dos alimentos e, ao mesmo tempo, sejam atrativas e cómodas para o consumidor final. Um dos maiores desafios que a indústria dos frutos secos enfrenta é o aparecimento de micotoxinas em produtos já embalados e prontos a consumir. Isto, leva a perdas de rendimento para as empresas e é um dos fatores limitantes para a exportação destes alimentos para mercados mais distantes e exigentes. Urge, portanto, a implementação de novas soluções transversais que aumentem o tempo de vida útil dos alimentos, mantenham a qualidade dos alimentos e que reduzam o risco de aparecimento de micotoxinas e outros contaminantes ou agentes patogénicos. A principal função das embalagens alimentares é prolongar a vida útil dos alimentos durante o armazenamento e transporte, e são fundamentais para a garantia da segurança e qualidade dos alimentos, protegendo-os contra os riscos físicos, químicos e biológicos. Atualmente, o plástico é o material mais utilizado nas embalagens alimentares, no entanto, devido à sua acumulação no ambiente, tem-se procurado alternativas que sejam biodegradáveis e/ou provenientes de fontes renováveis. Por outro lado, as embalagens convencionais estão a atingir o seu limite pelo que têm sido criadas novas embalagens, designadas embalagens ativas. Estas interagem de forma positiva com o alimento embalado de forma a aumentar o tempo de vida útil do mesmo. Devido ao exposto e ao grande valor económico e social que a amêndoa e a castanha representam em Portugal, e tratando-se de dois produtos com problemas e oportunidades distintas, existe a necessidade e a ocasião de encontrar estratégias comuns e transversais que mantenham a qualidade e segurança destes frutos ao longo da cadeia de valor até ao consumidor final e promovam o investimento neste setor. Esta estratégias serão baseadas na sustentabilidade e com enfoque nas tendências do consumidor. Para além de permitir a internacionalização destes produtos portugueses, e naturalmente i) aumentar a rentabilidade dos produtores/indústria, e ii) captar de investimento estrangeiro neste setor, haverá também espaço para aumentar a quota de mercado destes produtos no mercado interno, mostrando que os frutos secos têm ainda espaço para crescer. O projeto EcoDRYFru usará como modelo de estudo a região de Trás-os-Montes e Alto Douro, principal região produtora de frutos secos em Portugal, em que apostará em soluções corporativas para a internacionalização e irá desenvolver e implementar metodologias/processos produtivos mais inovadores que estejam em linha com as tendências de mercado e consumidor. 

 
Breve resumo da iniciativa a desenvolver

O projeto EcoDRYFru pretende promover os frutos secos produzidos em Portugal, nomeadamente da região de Trás-os-Montes e Alto Douro, nos distintos mercados, sobretudo no mercado internacional, de uma forma concertada onde se potenciará uma embalagem diferenciadora, biodegradável e que apele ao consumo em movimento de um tipo de fruto seco ou uma mistura de vários frutos secos, saudáveis e nutritivos, garantindo a segurança e qualidade alimentar superior. O reduzido impacto ambiental em linha com o Pacto Ecológico Europeu (PEE) será também levado em consideração e como inspiração para os produtos desenvolvidos, que os promovam internacionalmente, tornando-os mais atrativos a nível económico e aumentem a sua balança comercial. Para isso o projeto EcoDRYFru será alicerçado em 3 pilares, (1) Cooperação entre atores da fileira dos frutos secos que permita alicerçar e implementar as novas soluções EcoDRYFru; (2) Embalagem sustentável, em linha com o PEE da UE, que mantenha as propriedades nutritivas e organoléticas dos frutos durante a cadeia de exportação, com design apelativo e feita de materiais sustentáveis que possibilite o consumo fácil em qualquer local (incl. em movimento); (3) Promoção internacional dos frutos secos portugueses, nomeadamente da região dos Trás-os-Montes e Alto Douro nos mercados-alvo a identificar. De modo a dar resposta aos objetivos operacionais do aviso, e com base na linha de ação 9.5. Inovação, pretende-se desenvolver as seguintes tarefas:

 Atividade 9.5.1. Análise de mercado dos frutos secos – Estado atual (M1- M6)

Nesta atividade será analisado o nível de inovação dos produtos à base de castanha e/ou amêndoa, identificar os principais mercados a atuar com enfoque dos novos produtos propostos e entender quais as tendências de mercado para este tipo de produtos. Será também dado destaque à valorização da produção biológica destes produtos.

 Atividade 9.5.2. Novo conceito de embalagem (Eco-design) para exportação (M6-M30)

Relativamente a esta atividade proposta, em primeiro lugar será feita uma seleção dos principais materiais biodegradáveis existentes no mercado para a produção de embalagens. Posteriormente será definido o eco-design das embalagens a propor, com finalidade de exportação, e respetiva validação e produção em ambiente industrial.

 Atividade 9.5.3. Segurança e qualidade alimentar (M12-M30)

Será avaliada a segurança alimentar e o tempo de vida útil dos produtos a exportar nas embalagens propostas na atividade anterior (9.5.2), nomeadamente ao nível do aparecimento das micotoxinas e resíduos de produtos fitofarmacêuticos. O aspeto nutricional será também avaliado, assim como o estudo da aceitação do consumidor através de grupos de foco.

 Atividade 9.5.4. Internacionalização do conceito (M12-M33)

O EcoDRYFru pretende implementar uma estratégia de internacionalização que seja eficiente e justa para todos os atores envolvidos. Neste sentido, pretende-se avaliar quais os melhores canais de internacionalização disponíveis, criar uma estratégia de Marketing e Branding uniforme para os novos produtos desenvolvidos e ajustar consoante a resposta dos mercados-alvo, com o principal objetivo de impulsionar as vendas e o investimento externo no setor e na região.

 Atividade 9.5.5. Ações de disseminação e comunicação (M1-33)

Esta atividade está focada na comunicação e disseminação do projeto, e que estará em execução ao longo de todo o projeto. Entre as várias tarefas previstas, podem-se enumerar as seguintes: i) criação da imagem do projeto (ex., logo, website, redes sociais); ii) organização de eventos de disseminação e transferência de conhecimento (ex., sessões de abertura e encerramento, eventos com stakeholders e atores da cadeia de valor); iii) organização de reuniões do projeto; iv) outras atividades de comunicação e disseminação (e.g., presença em feiras do setor nacionais ou internacionais) que promovam os produtos propostos e tenham impacto nos mercados-alvo identificados.

 Atividade 9.5.6. Gestão do projeto (M1-33)

Esta atividade está focada na monitorização e cumprimento das atividades a executar durante o projeto e de toda a gestão financeira do mesmo.

 
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro

O consórcio integra diferentes instituições não empresariais e empresas, com o conhecimento necessário para o desenvolvimento das atividades previstas. Estas estão localizadas no Norte de Portugal, e com grande incidência na região de Trás-os-Montes e Alto Douro:

Colab4Food, tem como principal objetivo promover a competitividade e sustentabilidade da área alimentar com enfoque na inovação e transferência de tecnologia e conhecimento. Beneficiário líder e responsável pela elaboração de estudos de mercado, apoiar na inovação e desenvolvimento dos produtos alimentares e auxiliar na divulgação dos resultados obtidos no projeto.

INIAV, é o Laboratório de Estado para a Segurança Alimentar, Saúde Animal e Vegetal. Apoia os operadores de vários setores: indústria agroalimentar, produção animal, produção agro-florestal, entre outros. A equipa do INIAV do projeto EcoDRYFru tem ampla experiência na avaliação da qualidade e segurança de frutos secos, bem como no desenvolvimento de novas metodologias para avaliar a segurança alimentar e na área das embalagens alimentares ativas.

CNCFS (Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos), é uma associação sem fins lucrativos que promove o desenvolvimento do setor dos frutos secos em Portugal, pela via da I&D, inovação e transferência de conhecimento. O CNCFS possui associados nas várias etapas da cadeia de valor dos frutos secos e alta capacidade de divulgação/dispersão da informação/conhecimento pelos utilizadores do conhecimento.

APPITAD, fundada sob a forma jurídica de “Associação de Agricultores”, tem como objetivo a pesquisa, demonstração e divulgação de todas as ações técnicas e económicas, com vista a melhorar as culturas agrícolas em produção integrada, agricultura biológica e outros métodos de produção. Visa a promoção e divulgação de produtos agroalimentares.

EsACT- IPB, é uma a instituição de ensino superior, cujo projeto educativo está sustentado num sistema baseado na aquisição de competências através de processos mais ágeis e mais flexíveis, tendo presente a diferenciadora componente científica, e as competências base inerentes à área científica do Marketing, entre outras. Este posicionamento possibilita a concretização da definição da política estratégica de Marketing perspetivada na ideia proposta submetida.

Amendouro, é uma empresa nacional que se situa em Trás-os-Montes e que se dedica à transformação e comercialização de amêndoa. A Amendouro exporta cerca de 50% da amêndoa que transforma e a conservação e manutenção das características organoléticas do fruto por um maior período é um dos maiores objetivos para atingir novos clientes e mercados. Pretende explorar uma embalagem que tenha a menor pegada ecológica possível e cumpra os requisitos de segurança alimentar.

SORESA, produz e comercializa amêndoa, castanha e azeite e está situada na região de Trás-os-Montes, concelho de Valpaços, nas aldeias de Sobrado, Rendufe e Santa Maria de Émeres, com uma área de cerca de 80 hectares.Focado na área dos snacks de amêndoa, sobretudo para exportação, a SORESA pretende implementar embalagens sustentáveis que visem a manutenção da qualidade dos produtos até ao consumidor final (mais longínquo).

FruSantos, no âmbito da sua atividade de embalamento e comercialização de castanhas em fresco sem transformação, participará no projeto disponibilizando o serviço de embalamento das castanhas frescas sem transformação, nas embalagens propostas para os posteriores testes de qualidade de embalagens e de qualidade do produto.

RingPack, detentor dos direitos de patente internacional n.º 3623307 que respeitam a um inovador formato de embalagem alimentar, propõe-se a colaborar no projeto cedendo os direitos de patente para que o consórcio tire partido da inovação apresentada, adequando e aplicando novos formatos e materiais que permitam a conservação dos alimentos de acordo com os objetivos delineados. A embalagem apresenta uma relevante inovação ao compreender a combinação da função de armazenamento e transporte, com a de permitir o seu consumo em movimento, e reduzir os desperdícios.

 
Interlocutor: Miguel Teixeira   Email interlocutor: miguel.teixeira@colab4food.com   Email entidade: geral@colab4food.com