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SNM_XylellaVt - Sistema Nacional de Monitorização de Insetos Vetores da Xylella fastidiosa (ID: 325 )
Coordenador: DRAPC - Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro
Iniciativa emblemática: 2. Uma Só Saúde
Data de Aprovação: 2022-09-08 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Centro NUTS III: Viseu Dão Lafões
Identificação do problema ou oportunidade
Xylella
fastidiosa é uma bactéria de quarentena que
afeta centenas de espécies vegetais, incluindo as de maior valor económico e
ambiental, tal como a oliveira, as prunoideas, os citrinos, a videira, o
sobreiro, o carvalho, e muitas outras espécies florestais, ornamentais e
espontâneas.
Esta
bactéria, é uma das 20 pragas de quarentena prioritárias da União Europeia
(Regulamento Delegado (UE) 2019/1702 DA
COMISSÃO de 1 de agosto de 2019), e
dispersa-se a distâncias curtas através de insetos vetores e, a longas
distâncias, pelo movimento de plantas contaminadas. Considera-se que o risco de
introdução e dispersão no nosso território é elevado, tendo em conta a
circulação de material de propagação proveniente de diversas regiões, as
frequentes infeções latentes (assintomáticas), as quais dificultam a sua
deteção precoce e a presença no nosso território de espécies de insetos capazes
de a dispersarem. A presença da bactéria foi confirmada pela primeira vez em
Portugal, em janeiro de 2019 na área metropolitana do Porto, e em agosto de
2021 na área metropolitana de Lisboa e no concelho de Tavira (https://www.dgav.pt/plantas/conteudo/sanidade-vegetal/inspecao-fitossanitaria/informacao-fitossanitaria/xylella-fastidiosa/).
Encontram-se
a ser implementados planos de ação, elaborados e coordenados pela DGAV, com
vista à erradicação destes focos. As ações de erradicação são muito
dificultadas face ao registo da presença de insetos vetores, nomeadamente Philaenus
spumarius, de uma forma mais ou menos generalizada em todo o nosso
território. Em particular na zona demarcada da área metropolitana do Porto,
foram colhidos exemplares daquela espécie contaminados com a bactéria, o que
potencia a dispersão da bactéria. Importa
assim, para além do programa de prospeção oficial referente à X. fastidiosa
e seus vetores, deter um sistema de monitorização deste inseto, para obter
informação sobre a sua presença em locais de maior risco e estados de
desenvolvimento, que permita acionar de forma mais eficaz as ações
fitossanitárias para o seu controlo, reduzindo o risco da dispersão da
bactéria. Sendo o Serviço Nacional de Avisos Agrícolas (SNAA) um serviço nacional
e por excelência, de proximidade ao agricultor no domínio do aconselhamento
fitossanitário, pretende-se, com recurso aos meios instalados do SNAA e a
outros que se pretende obter com o projeto, na prossecução da modernização e
melhoria desta rede de apoio, criar uma rede de postos de observação biológica
e desenvolver um modelo de previsão de risco especificamente direcionada aos
insetos vetores da X. fastidiosa. Este serviço irá beneficiar tanto os
serviços fitossanitários oficiais envolvidos nos trabalhos de erradicação da
bactéria, como em geral os municípios, agricultores e produtores florestais,
para uma melhor gestão do controlo da população dos insetos vetores nas áreas
em risco.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
No âmbito desta iniciativa
pretende-se desenvolver uma rede de
monitorização dos insetos vetores da X. fastidiosa, em particular do
Philaenus spumarius, e um modelo de previsão de risco que
permita ao SNAA vir a emitir Avisos específicos para estes insetos. Estes Avisos poderão assim apoiar os municípios, os
agricultores e produtores florestais num controlo mais direcionado e eficaz destes
insetos, reduzindo assim o risco fitossanitário de infeção pela X.
fastidiosa e prevenindo a sua dispersão.
Pretende-se
instalar postos de observação biológica, pelo menos em quatro locais, em cada
uma das regiões (Norte, Centro. Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve),
abrangendo, pelo menos, a vinha, pomares de fruteiras, olival, montado de sobro,
e ambiente natural ou ajardinado, para acompanhamento da presença de insetos
vetores de X. fastidiosa, em particular do Philaenus spumarius, e
respetivo ciclo biológico que permitam obter informação para desenvolvimento
modelos de previsão de risco direcionados a este problema fitossanitário.
O
desenvolvimento desta rede e modelo de previsão, já existentes por exemplo em
Itália e em Espanha, permitirá apoiar as medidas de controlo fitossanitário que
visam prevenir a dispersão da X. fastidiosa e a sua erradicação nas
atuais áreas demarcadas.
Para
esta iniciativa prevê-se a necessidade de renovação, por aquisição, de parte
das Estações Meteorológicas Automáticas (EMA) da Rede do SNAA, em especial
visando dotar os Polos de Inovação dos parceiros de recursos físicos (EMA e
outros equipamentos) para integrarem a rede SNAA, contribuindo assim para a
emissão de Avisos fitossanitários de apoio à decisão dos agricultores, produtores
florestais e também as entidades gestores de áreas naturais ou ajardinadas.
A
iniciativa permitirá, além da criação da rede de monitorização organizada dos
insetos vetores da X. fastidiosa, também melhorar as condições atuais do
SNAA, promovendo também o envolvimento de novos parceiros do SNAA, incluindo laboratórios
colaborativos, associações e
organizações de produtores e PME, com
vista a promover sinergias intersetoriais e a harmonização de abordagens,
metodologias, processamento de dados e modelos para a avaliação, previsão,
prevenção e gestão de riscos e ameaças emergentes à saúde das plantas. A
iniciativa responde aos Objetivos Operacionais da Iniciativa Emblemática «Uma
Só Saúde» - 1. Reduzir a incidência de doenças das plantas e dos animais com
impacto na saúde e bem-estar da população humana e no ambiente e 2.
Impulsionar a adaptação da produção animal e vegetal às ameaças emergentes. à
linha de ação.
A iniciativa irá também
desenvolver um programa de capacitação centrado no desenvolvimento das melhores
práticas agrícolas para controlo dos insetos vetores e nos resultados dos
trabalhos a desenvolver. A iniciativa irá envolver os Polos de Inovação afetos
às DRAP e à DGAV, para além das explorações das PME parceiras.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
As competências científicas incidem
nas áreas das ciências agrárias, em especial agronomia, bioecologia,
biologia, bem como Tecnologias de Informação, de Gestão e
organização de informação e bases de dados tecnológicas e de execução e
operacionalização de plataformas e ferramentas informáticas; Competências
científicas de avaliação de dados biológicos e climáticos no âmbito da
monitorização das pragas e doenças abrangidas pelo SNAA; e em Competências formativas,
educacionais e de comunicação.
Envolvimento por parceiro:
DRAP-CENTRO
(RRN – 109) – coordenação geral da iniciativa, participação
no programa de capacitação e desenvolvimento das ações a realizar nos Polos de Inovação
afetos à DRAPC; análise de dados.
DGAV
(RRN – 615) – apoio à entidade coordenadora, participação
no programa de capacitação, desenvolvimento das ações a realizar no Polos de Inovação
do Escaroupim; análise de dados.
DRAP-NORTE
(RRN – 111) - participação no programa de capacitação; desenvolvimento
das ações a realizar nos Polos de Inovação afetos à DRAPN; análise de dados.
DRAP-LVT
(RRN – 110) - participação no programa de capacitação; análise
de dados.
DRAP-ALGARVE
(RRN – 108) - participação no programa de capacitação; desenvolvimento
das ações a realizar nos Polos de Inovação afetos á DRAPALGARVE; análise de
dados.
DRAP-ALENTEJO
(RRN – 107) - participação no programa de capacitação; desenvolvimento
das ações a realizar nos Polos de Inovação afetos á DRAPAL; análise de dados.
COTHN
(RRN – 357) - participação no programa de capacitação; análise
de dados.
FNOP
(RRN – 420) - participação
no programa de capacitação; análise de dados.
ADVID
(RRN – 366) - participação no programa de capacitação; análise
de dados.
InnovPlantProtect
(RRN – 2163) – análise de dados e desenvolvimento modelo de
previsão.
PME: CADOVA - Cooperativa Agrícola do Vale de Arraiolos, Crl. (RRN – 451); FRUTALGOZ, Sociedade Agrícola do Algoz Lda.
(RRN – 3322); Aveleda S.A (RRN –
1006); VERACRUZ AGRO SA (RRN –
2017); GRANFER - Produtores de Fruta CRL (RRN - 632) - participação
no programa de capacitação; participação nas ações a realizar nos postos de
observação biológicos.
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