|
Um laboratório ao serviço dos recursos endógenos do interior (ID: 326 )
Coordenador: UALG - Universidade do Algarve
Iniciativa emblemática: 9. Promoção dos produtos agroalimentares portugueses
Data de Aprovação: 2022-09-07 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Algarve NUTS III: Algarve
Identificação do problema ou oportunidade
A produção de Aguardente de Medronho é um
ex-libris do Algarve e uma das principais fontes de rendimento “das gentes da
serra”, alavancado pela “Garantia da Qualidade” aferida pelo processo de
“Certificação e Controlo” da produção de Aguardente de Medronho do Algarve, sob
a denominação “Medronho do Algarve IGP”. Acontece que, para o processo de “Certificação
e Controlo” é condição sine qua non a realização de
análises físico-químicas. Porém, só na cidade do Porto existe um Laboratório
Acreditado para algumas determinações e não executam determinações analíticas
diferenciadoras, como sejam o 1- hexanol e o Cis-3-hexen-1-ol, acrescido pelo
facto de o pacote de análises obrigatórias ser extremamente dispendioso. Não
tem sido possível encontrar nem em Portugal nem na Europa um laboratório
acreditado, que tenha implementados alguns dos parâmetros diferenciadores de
aguardentes de medronho, de forma a poder usar a Indicação Geográfica Protegida
“Medronho do Algarve” com elemento diferenciador de outras aguardentes de
medronho. E por último, mas não menos importante, não
existe um Organismo de Controlo e Certificação, exigido para a reconhecimento
da Aguardente de Medronho do Algarve como IGP, condição essencial para a
manutenção desse registo. A saída da Comissão
Vitivinícola do Algarve (CVA), como
Organismo de Controlo e Certificação, deve-se principalmente aos motivos
supramencionados. Por outro lado, é
urgente, face às novas áreas de plantações de medronheiro e ao potencial de
produção de fruto, apoiar a inovação para a criação de novos
produtos que correspondam às novas tendências de consumo e, em particular, apoiar
a inovação orientada para a exportação. Para a promoção de novos Produtos
Agroalimentares à base de medronho é urgente desenvolver sistemas mais eficazes
no aproveitamento da polpa do medronho. O desenvolvimento de um sistema
mecânico que permita retirar de uma só vez sementes e superfícies piramidais do
fruto e/ou recurso a enzimas para extração da polpa de medronho por forma a
obter uma massa pronta a aplicar na área agroalimentar é premente para a transformação
do fruto e valorização deste produto endógeno. Outras fontes de rendimento
associadas ao medronheiro deverão ser analisadas. São exemplo disso, entre
outros: 1) a valorização da biomassa resultante da destilação, ainda rica em
compostos bioativos, passível de várias aplicações que é urgente desenvolver e
2) a extração de compostos bioativos das folhas para a cosmética (com aplicações
já em curso). O Laboratório deverá ainda
reunir condições para certificar a qualidade dos produtos, em particular agroalimentares,
para garantir a sua qualidade para os mercados a nível nacional e internacional.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
Sendo
a Aguardente de Medronho do Algarve IGP uma bebida de excelente qualidade e tipicamente
portuguesa, a sua genuinidade tem de ser protegida, pelo que importa
potencializar e capacitar a região nas seguintes vertentes:
· Dotar
a região de um Laboratório, com equipamentos específicos para executar todas as
determinações analíticas necessárias. Os principais equipamentos são:
cromatografo de fase gasoso, com detetor de ionização de chama e detetor de
massa para a quantificação e identificação dos compostos voláteis,
cromatografia olfatométrica com ligação à espectrometria de massa para reduzir
o grau de subjetividade da análise sensorial; espetrómetro de absorção atómica
ou equipamentos equivalentes (plasma de acoplamento indutivo), para a
quantificação dos iões cobre, ferro, ou outros; cromatografo de fase líquida,
para a quantificações dos compostos provenientes da maturação das bebidas em
madeira; FTIR para determinação de teores
alcoólicos, dióxido de carbono, glucose, frutose, ou ácidos;
equipamentos para preparação de amostras; e outro conjunto de pequenos
equipamentos necessários a qualquer laboratório. A maioria destes equipamentos
pode ser usada na análise de muitos outros produtos alimentares;
· Usar o
potencial científico da região na valorização dos seus produtos endógenos
· Valorizar
e potenciar a investigação e desenvolvimento que têm ocorrido na região, na
área do medronho desde o início dos anos 90 do século XX.
· Possibilitar
um crescimento sustentável e inclusivo num território de baixa densidade.
· Potenciar
os fatores indutores de uma transição verde.
· Reforçar
a coesão social e territorial.
· Aumentar
a resiliência económica e social e institucional da região
· Desenvolver
uma política com visão de futuro ao serviço da próxima geração
· Criar
postos de trabalho qualificados e aumentar o investimento em I & D
· Assegurar
um Organismo de Controlo e Certificação capaz de certificar a aguardente de
Medronho;
· Realizar
estudos e atualizar parâmetros necessários à caracterização físico-química da
aguardente de medronho, indicados no “Caderno de Especificações” de acordo com
os resultados obtidos.
Por outro lado, face às alterações climáticas, com o
aumento do período de seca, à ocorrência de incêndios, o medronheiro, espécie
autóctone, com grande capacidade de adaptação a solos pobres e resistência
ativa aos incêndios florestais, tem um enorme potencial na recuperação das áreas
de serra. Devido a este fator, tem vindo a verificar-se um aumento da área instalada
de medronheiro, em particular, nas regiões de serranias no Centro e Algarve.
Face à nova área de medronheiro instalada e ao potencial de produção de fruto é
urgente apoiar
a inovação para o desenvolvimento de novos produtos que correspondam às novas
tendências de consumo e, em particular, apoiar a investigação orientada para a exportação.
Para esse efeito, esta Operação reúne entidades parceiras com experiência e estudo
na área de aproveitamento da polpa de medronho para outros produtos
agroalimentares. Haverá que investigar e encontrar melhores soluções para a
extração da semente e esclerídeos da polpa de medronho de forma a rentabilizar a
sua posterior aplicação em novos produtos. Considerando ainda a produção de
produtos fermentados (aguardente, licor, gin) há que valorizar os resíduos,
ricos em compostos bioativos. Considerando ainda as áreas de medronhal instaladas
em zonas muito secas, com menor potencial de produção de fruto, mas, com maior
potencial de produção de compostos bioativos nas folhas, haverá que explorar
essa vertente e criar uma nova fonte de rendimento para os produtores.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
Os parceiros da iniciativa contribuirão com a
realização das seguintes atividades:
1 – Coordenação do projeto: UAlg;
2- Atividade 1: Valorização dos produtos do medronho.
Responsável: UAlg
Parceiros: IP Coimbra + PME’S
3-
Atividade 2: Adequação do caderno de especificações “Medronho do Algarve IGP”.
Responsável:
DRAPAlg
Parceiros: UAlg + APAGARBE + CVA + PME’S
4-
Atividade 3: Certificação / Organismo de Controlo
Responsável: APAGARBE
Parceiros: UAlg+ CVA + PME’S
5-
Atividade 4: Promoção / Comunicação
Responsável:
APAGARBE
Parceiros: ARBUTUS + Confrarias + Coop
.P. medronho + PME’S
Centro de Competências na Luta Contra a Desertificação -
Alcoutim
Centro de Competências Recursos Silvestres - Mértola
|
|
|