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SPIN – Sustainable ProteIN (ID: 331 )
Coordenador: IPS/ESAS - Instituto Politécnico de Santarém - Escola Superior Agrária de Santarém
Iniciativa emblemática: 9. Promoção dos produtos agroalimentares portugueses
Data de Aprovação: 2022-09-09 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Alentejo NUTS III: Lezíria do Tejo
Identificação do problema ou oportunidade
A iniciativa SPIN aborda um conjunto de problemas globais: De acordo com a FAO (2022), os desafios societários emergentes revelam que a produção de géneros alimentícios terá que aumentar em 60% até 2050, de modo a satisfazer as necessidades nutricionais de uma população superior a 9 mil milhões de habitantes. Nesse sentido, é necessário minimizar o desperdício alimentar, incrementar a produção de géneros alimentícios saudáveis e sustentáveis, com enfoque na preservação dos ecossistemas aquático e terrestre, bem como no desenvolvimento de Novos Alimentos. As dietas sustentáveis caracterizam-se por terem menor impacte no meio ambiente e por promoverem a saúde, reduzindo a morbilidade e a mortalidade associadas ao consumo alimentar. A Dieta Mediterrânica, reconhecida pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade, é um dos padrões alimentares mais estudados e conhecidos em todo o mundo. Porém, os consumidores, devido ao incremento da literacia alimentar, estão cada vez mais interessados em experimentar novas fontes proteicas sustentáveis, que possam contribuir para as suas necessidades nutricionais e satisfaçam as suas expetativas ao nível sensorial.
Posto isto, a iniciativa SPIN aborda quatro oportunidades focadas na obtenção de proteína saudável e sustentável, que permita contribuir para o desenvolvimento de novos produtos e acompanhe as novas tendências de consumo: Oportunidade 1) valorizar os grilos da espécie Acheta domesticus como fonte alternativa de proteína, incorporando-a gradualmente na Dieta Mediterrânica, contribuindo para dietas saudáveis e sustentáveis; indo ao encontro do Horizonte Europa, onde é referido que as proteínas baseadas em insetos são consideradas uma das áreas-chave de investigação e das estratégias Green Deal e Farm to Fork que indicam que géneros alimentícios como insetos, algas, novas proteínas vegetais ou alimentos tradicionais de países terceiros, irão contribuir para os objetivos das referidas estratégias. Oportunidade 2) valorizar a espécie não nativa Silurus glanis (peixe gato europeu), dada a sua rápida disseminação e abundância pelo rio Tejo, como proteína animal de qualidade, contribuindo para dietas saudáveis e para equilibrar o ecossistema aquático do médio e baixo Tejo; Oportunidade 3) valorizar variedades de chícharo e de grão-de-bico, reforçando a resiliência e a adaptação das variedades nacionais às alterações climáticas, como fontes de proteínas saudáveis e sustentáveis; Oportunidade 4) valorizar a área agrícola sustentável através da agricultura regenerativa, melhorando o desempenho ambiental e climático das explorações, incluindo a gestão e armazenamento de carbono no solo, bem como a gestão dos nutrientes, concomitantemente, utilizar estas explorações para a obtenção de proteína de origem bovina que cumpra as normas mais rigorosas em matéria de bem-estar animal.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
Com o objetivo de promover o consumo de géneros alimentícios sustentáveis e saudáveis, a iniciativa visa estimular o desenvolvimento económico, ambiental e social dos territórios rurais, aliando a introdução de proteína sustentável à Dieta Mediterrânica, mas utilizando fontes inovadoras de proteína como os insetos e a proteína de pescado proveniente da espécie não nativa do Rio Tejo Silurus glanis (peixe gato europeu). Paralelamente, será usada proteína proveniente de chícharo e de grão-de-bico e ainda proteína bovina produzida em modo regenerativo. As fontes de proteína saudável e sustentável citadas servirão de base para o desenvolvimento de novos produtos, que irão ao encontro das novas tendências de mercado e, concomitantemente, contribuirão para menos emissões de gases com efeito de estufa, maior eficiência de utilização dos recursos naturais, aumento da preservação da biodiversidade, contribuindo para o aumento da sustentabilidade das cadeias de valor. Como objetivos específicos, avaliar o ciclo de vida dos géneros alimentícios desenvolvidos, por forma a identificar hotspots e minimizar o impacte ambiental das cadeias de valor, capacitar os produtores relativamente aos princípios da agricultura regenerativa e da bio economia, bem como incrementar a literacia alimentar dos consumidores no que respeita à importância da transição para sistemas alimentares sustentáveis, reduzindo o desperdício alimentar e promovendo os alimentos desenvolvidos no âmbito da iniciativa.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
O consórcio é constituído por parceiros do tecido empresarial e do sistema científico e tecnológico, capazes de acompanhar o desenvolvimento das atividades, nas diferentes cadeias de valor, apresentando resultados, interpretando e discutindo os mesmos, bem como a transferência de tecnologia e conhecimento entre pares e consumidores. A presença de parceiros internacionais, menos conhecedores da realidade portuguesas, contribuirá com capital intelectual para a resolução dos problemas. Os parceiros envolvidos nesta iniciativa constituem uma equipa multidisciplinar e as suas áreas de trabalho principais são as seguintes: Instituto Politécnico de Santarém/Escola Superior Agrária de Santarém (IPS/ESAS) – Coordenação e gestão da iniciativa. Caracterização físico-química, reológica, nutricional e microbiológica (shelf life/food safety) de matérias-primas e novos produtos. Contributo para o desenvolvimento de novos produtos nas diferentes cadeias de valor. Avaliação do ciclo de vida dos géneros alimentícios. Comunicação e divulgação dos resultados. Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) (Pólos de Inovação de Elvas e de Oeiras) – Caracterização físico-química e nutricional de proteaginosas e desenvolvimento de novos produtos nesta cadeia de valor. Vivid Foods (PME) - Desenvolvimento de novos produtos na fileira do pescado. Produção de carne bovina em modo regenerativo. Fornecimento da carne para o desenvolvimento de novos produtos. Campotec S.A. (PME e Organização de produtores hortofrutícolas) – Disponibilização de subprodutos alimentares da fileira hortofrutícola, como substrato para a produção de insetos. Desenvolvimento de novos produtos enriquecidos em proteína. Centro de Competências do Pastoreio Extensivo (CCPE) (Centro de competências) – Capacitação e disseminação dos resultados. Recolha de dados primários para análise de ciclo de vida. (Representado pela ADPM - Associação de Defesa do Património de Mértola) Associação Nacional de Produtores de Proteaginosas, Oleaginosas e Cereais (ANPOC) -Disseminação dos resultados e ações de dinamização e promoção dos produtos desenvolvidos. Narciso Dias e Filhos, Lda (PME) - Recolha e valorização dos subprodutos do pescado. Egocultum, Unipessoal Lda (PME) – Produção e fornecimento de proteaginosas a serem utilizadas nesta iniciativa. Chef Rodrigo Castelo – Restauração Olhásaudade, Unipessoal, Lda (PME) - Disseminação dos resultados e ações de dinamização e promoção dos produtos desenvolvidos. Pescador Carlos Serras (PME) – Captura e fornecimento de pescado do rio Tejo Confeitaria Monteverde Lda (PME) – Desenvolvimento de barritas com a incorporação da farinha de inseto e de proteaginosas. Panificadora Marques Filipe - Indústria de Panificação Lda (PME) – Desenvolvimento de produtos de panificação com a incorporação da farinha de inseto e de proteaginosas. Considerando o exposto, apresenta-se, de forma simplificada, as atividades do plano de ação e o envolvimento dos parceiros com afetação de tarefas e responsabilidade na sua execução. A1- Fileira dos insetos (IPSantarém; Campotec, S.A; Narciso Dias e Filhos, Lda; INIAV; Confeitaria Monteverde Lda e Panificadora Marques Filipe - Indústria de Panificação Lda). T1.1- Caracterização e otimização do processo produtivo T1.2- Formulação dos novos produtos T1.3- Caracterização físico-química, microbiológica, reológica, nutricional e sensorial dos novos produtos desenvolvidos T1.4- Desenvolvimento de embalagens que minimizem o impacte ambiental T1.5- Determinação do shelf life dos novos produtos desenvolvidos T1.6- Valorização dos resíduos da produção de insetos
A2- Fileira do pescado (Vivid Foods; IPSantarém; Pescador Carlos Serras; Narciso Dias e Filhos, Lda) T2.1- Formulação dos novos produtos T2.2- Caracterização físico-química, microbiológica, reológica, nutricional e sensorial dos novos produtos desenvolvidos T2.3- Desenvolvimento de embalagens que minimizem o impacte ambiental T2.4- Determinação do shelf life dos novos produtos desenvolvidos T2.5- Valorização dos subprodutos do pescado
A3- Fileira das proteaginosas (INIAV; Egocultum, Unipessoal Lda; IPSantarém; Confeitaria Monteverde, Lda e Panificadora Marques Filipe - Indústria de Panificação Lda) T3.1- Produção de variedades de chícharo e de grão-de-bico, reforçando a resiliência e a adaptação às alterações climáticas T3.2- Formulação dos novos produtos T3.3- Caracterização físico-química, microbiológica, reológica, nutricional e sensorial dos novos produtos desenvolvidos T3.4- Desenvolvimento de embalagens que minimizem o impacte ambiental T3.5- Determinação do shelf life dos novos produtos desenvolvidos
A4- Fileira da carne (IPSantarém; Vivid Foods; Centro de Competências do Pastoreio Extensivo (CCPE)) T4.1- Caracterização do modo de produção regenerativo T4.2- Formulação dos novos produtos T4.3- Caracterização físico-química, microbiológica, reológica, nutricional e sensorial dos novos produtos desenvolvidos T4.4- Desenvolvimento de embalagens que minimizem o impacte ambiental T4.5- Determinação do shelf life dos novos produtos desenvolvidos
A5- Avaliação de ciclo de vida (IPSantarém; Vivid Foods; Centro de Competências do Pastoreio Extensivo (CCPE); INIAV; Egocultum, Unipessoal Lda; Pescador Carlos Serras; Narciso Dias e Filhos, Lda; Campotec, S.A; Confeitaria Monteverde Lda e Panificadora Marques Filipe - Indústria de Panificação Lda) T5.1- Definição do objetivo e do âmbito T5.2- Inventário do ciclo de vida nas 4 fileiras em estudo T5.3- Avaliação de impactes T5.4- Interpretação e discussão dos resultados
A6- Disseminação e capacitação (ANPOC; Rodrigo Castelo; IPSantarém; Vivid Foods; Centro de Competências do Pastoreio Extensivo (CCPE); INIAV; Egocultum, Unipessoal Lda; Pescador Carlos Serras; Narciso Dias e Filhos, Lda; Campotec, S.A; Confeitaria Monteverde Lda e Panificadora Marques Filipe - Indústria de Panificação Lda) T6.1- Criação de um website e de páginas nas redes sociais T6.2- Organização de dias de campo e workshops de divulgação T6.3- Produção de relatórios e publicações técnico-científicos de apoio aos produtores T6.4- Participação em congressos T6.5- Ações de divulgação para a comunidade em geral
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