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SustainOlive. Azeite Biológico: implementação de estratégias inovadoras para a produção, valorização e consumo sustentáveis (ID: 338 )
Coordenador: IPB - Instituto Politécnico de Bragança
Iniciativa emblemática: 9. Promoção dos produtos agroalimentares portugueses
Data de Aprovação: 2022-09-07 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Norte NUTS III: Terras de Trás-os-Montes
Identificação do problema ou oportunidade
Em
Portugal, a olivicultura é uma atividade com enorme relevância económica,
social, ambiental e paisagística. As atividades inerentes a esta fileira, a
produção de azeitona, a extração e comercialização e azeite, são um importante
fator de coesão territorial, encontrando-se dispersas por todo o território, em
especial em territórios do interior, desempenhando um papel importante na
fixação de populações em territórios de baixa densidade populacional, sendo
inclusivamente das poucas atividades económicas com relevância nesses
territórios rurais. Por outro lado, o azeite é um dos constituintes base da
dieta mediterrânica. Devido às suas caraterísticas sensoriais e à sua
composição química, sendo um óleo virgem, essencialmente monoinsaturado e muito
rico em compostos antioxidantes, como os compostos fenólicos, tocoferóis e
carotenoides, o azeite goza de grande popularidade, mesmo em países não
produtores. No nosso País, dado o incremento que a cultura tem tido nas últimas
décadas, o azeite é um dos produtos alimentares que maior peso tem na nossa
balança de exportação, considerando-se que existe ainda margem para
crescimento.
Em
algumas regiões do interior, cultura é produzida em modo de produção extensivo,
com variedades tradicionais portuguesas, e sem a aplicação de grandes fatores
de produção, condições que favorecem a implementação do modo de produção
biológico. Este modo de produção sustentável tem tido incrementos consideráveis
em termos de área. Com mais de 24 mil hectares, o olival é uma das culturas com
maior percentual de área em modo de produção biológico, com potencialidades
ainda para crescer. Contudo, apesar de o azeite biológico produzido, ser na
generalidade de elevada qualidade, e ser também vendido a preços superiores, com
acréscimos na ordem dos 20%, não se mostra no entanto vantajoso para o
agricultor produzir neste modo de produção. No entanto, outros aspetos, para
além do valor económico, outras componentes fundamentais tais como a paisagem,
a biodiversidade, a multifuncionalidade, a sustentabilidade ambiental, a
economia e o emprego, devem ser considerados.
Assim, e tendo em conta a elevada qualidade do
azeite português, as condições ambientais únicas para a produção de azeite
biológico, a sua relevância e potencial de incremento de exportação, e também a
possibilidade de valorização, nesta proposta pretende-se contribuir implementar
estratégias de sustentabilidade, valorização e consumo de azeite biológico,
numa perspetiva integral e holística desde a produção até ao consumidor final.
Serão desenvolvidas ações para a implementação de rotulagem com informação da
pegada do carbono/pegada ecológica do produto, valorizando assim o azeite
biológico, permitindo escolhas mais
conscientes e informadas por parte dos consumidores, indo de encontro às
linhas de ação do Pacto Ecológico Europeu e da estratégia do prado ao prato.
Esta estratégia aumentará a competitividade do azeite biológico português, o
seu posicionamento em mercados mais exigentes e com maior poder económico
incrementando o valor deste produto diferenciado.
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
Nesta
iniciativa proceder-se-á à valorização da fileira do azeite biológico, numa
perspetival integral, desde o campo à mesa, implementando estratégias
inovadoras para a produção de azeitona, extração de azeite, rotulagem,
valorização e consumo sustentáveis, valorizando desta forma a imagem do azeite
biológico português e aumentando o valor intrínseco do produto e o seu
posicionamento em mercados premium internacionais.
A implementação da estratégia contempla várias
etapas, nomeadamente i) ao nível da produção de azeitona em modo de produção
biológico implementando medidas inovadoras para sequestro do carbono; ii) ao
nível da extração de azeite, adotando um sistema de sensorização que permita
reduções significativas da quantidade de água e energia por kg de azeite
extraído, reduzindo também a quantidade de subprodutos gerados; iii) ao nível
do armazenamento, embalagem e rotulagem, com a implementação de soluções e
materiais mais sustentáveis, mais leves e recicláveis, com informação sobre a
pegada ecológica do produto; iv) ao nível da promoção e valorização do azeite
biológico português pela implementação de ações destinadas a público específico
de consumidores e também a nível internacional pela participação em feiras e
mercados especializados. Proceder-se-á à análise do ciclo de vida da produção
de azeite em a) explorações tradicionais produtoras de azeite biológico; b)
explorações de azeite biológico com implementação de medidas inovadoras para
redução da pegada do carbono; e c) explorações em produção integrada,
permitindo assim uma comparação entre os diferentes sistemas. As ações a
implementar diminuirão as emissões de carbono, melhoram a pegada ecológica da
produção de azeite biológico e contribuem para o aumento da sustentabilidade da
fileira. Por outro lado, serão soluções de grande replicabilidade quer para
outras explorações quer para outras fileiras de produção de alimentos.
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
A
proposta integra um consórcio com mais de doze sócios, contempla uma entidade
do sistema científico e tecnológico nacional (Instituto Politécnico de
Bragança) que é a responsável pela coordenação das atividades e estudo e desenvolvimento
de soluções tecnológicas inovadoras (IPB), um Centro Nacional de Competências,
um Centro de Inovação de Mirandela, da DRAPn, em que participarão na
transferência para os agentes do setor, bem como uma associação de produtores
(APPITAD) para facilitar a interação com os stackholder e o levantamento das
realizadas e necessidades por parte do sistema produtivo. A proposta integra
toda a fileira, desde empresas dedicadas à produção de azeitona em modo de
produção biológico (ex. Sociedade Agrícola Alberto Manso), unidades de extração
de azeite (ex. Trás-os-Montes Prime), empresas que se dedicam à comercialização
de azeite biológico e que têm como principal missão a valorização deste produto
endógeno de elevado valor (ex. Edgar Lopes Morais), implementando ações que
promovam o seu consumo, valorização e reconhecimento em mercados externos tendo
como meta o aumento da visibilidade do azeite biológico de elevada qualidade
português. A implementação desta proposta terá um elevado grau de
replicabilidade não apenas nos produtores de azeite, mas também em outros
produtos de excelência produzidos no setor primário no nosso País.
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