Nos tempos em que vivemos acrescem as preocupações com a segurança e soberania alimentar. Neste período em que a economia mundial está a ser afetada pela pandemia e pela guerra, é unânime a nossa total atenção à segurança e soberania alimentares. A segurança alimentar está a influenciar as tendências de consumo pós-pandemia (e de enorme incerteza da ordem internacional) e isto tem impacto direto em toda a indústria agroalimentar. Na atualidade, uma das tendências principais das soluções alimentares, entre outras características, visa a utilização de produtos originais e autênticos, preferencialmente com prazos de validade muito elevados, e que necessitem do menor consumo de energia possível durante a sua preservação.

Por outro lado, os consumidores procuram cada vez soluções nutricionais que permitam ter controlo sobre os ingredientes, sobre o impacto que têm na sua saúde e bem-estar, e ainda sobre os valores morais que professam (nomeadamente práticas de comércio justo e de sustentabilidade). A inovação e a criação de técnicas de rastreabilidade e de personalização dos produtos serão fundamentais para ir de encontro às novas tendências de consumo e lançar o setor agroalimentar nacional no futuro das novas oportunidades.

Desenvolvimento de soluções tecnológicas e de produtos inovadores em paralelo com a incorporação de sistemas para rastreabilidade das operações e dos produtos. Uma das tendências passa pela otimização das matérias-primas disponíveis e pela criação de soluções alimentares com alto valor nutricional e longa vida útil. Como? Retirando vantagem da evolução tecnológica e otimização dos processos no âmbito da nova geração de técnicas para remoção da água de um produto ou matéria-prima que envolvem processos e técnicas de desidratação a baixa temperatura, com congelamento prévio em ambiente de vácuo. Alguns deles (processos de preservação inovadores) em conjugação com outros pré e pós-tratamentos inovadores (ultrasons, campo elétrico pulsado, entre outros) permitem o desenvolvimento de soluções economicamente viáveis e com enorme relevância nos atuais desafios da sociedade. As vantagens são óbvias, pois consegue-se tirar partido dos benefícios nutricionais dos alimentos por um período incomparavelmente mais longo (de 1 a 5 anos, na maioria dos casos) do que a conservação a frio permitiria (sendo possível em câmaras frigoríficas).

Os objetivos desta iniciativa passam não só pela inovação no serviço (envolvimento da comunidade e dos pequenos produtores locais), mas também pela inovação dos processos tecnológicos aplicados ao sector hortofrutícola e das refeições prontas a comer. Esta iniciativa será desenvolvida em 2 eixos que visam potenciar 2 categorias de produtos agroalimentares com o selo nacional:

- Frutas e legumes desenvolvidos para utilização diretamente pelo consumidor e também para o mercado empresarial (embalagens de maior dimensão para B2B)

- Refeições tradicionais, típicas ou regionais para utilização diretamente pelo consumidor e também para o mercado empresarial (embalagens de maior dimensão para B2B)

Todas as tecnologias abrangidas por esta iniciativa maximizam a qualidade dos produtos e dos respetivos subprodutos, em simultâneo com um menor consumo de energia e um menor impacte ambiental das embalagens. Em paralelo, serão aplicadas novas tecnologias para a rastreabilidade das soluções desenvolvidas. Serão estudados e implementados à escala piloto, esquemas de “Smart Contracts” para estabelecimento de alianças e contratos baseados na tecnologia Blockchain, que permite manter a transparência e rastreabilidade das operações.

Em resumo, o objetivo é desenvolver soluções para que muitos alimentos sejam preservados com diferentes técnicas (da nova geração) que resultam em alimentos “desidratados” (fatiados, em pó, etc.) que têm as seguintes vantagens:

- Prolongar a vida útil de 1 a 5 anos com armazenamento sem necessidade de recurso a frio;

- Reduzir o volume e peso dos alimentos, reduzindo também os custos de transporte e armazenamento;

- Manter a cor, o sabor e outras qualidades organoléticas;

- Manter uma alta percentagem de propriedades nutricionais (cerca de 97%) por exemplo, vitaminas, polifenóis, entre muitos outros;

- Desenvolver várias aplicações e facilitar a incorporação dos produtos no quotidiano dos consumidores.

Em todos estes processos, em toda a cadeia de fornecimento, haverá a aplicação de princípios de sustentabilidade. Embalagens totalmente biodegradáveis e meios de transporte em circuito curto, sempre que possível, assim como a redução do consumo energético e, sempre que possível com recurso a energias renováveis permitirão contribuir para assegurar a neutralidade carbónica e impacte ambiental nulo ou positivo.

IPVC (no âmbito das unidades de investigação CISAS, proMETHEUS e ADiT-Lab): Investigação aplicada e desenvolvimento experimental de novas formulações alimentares. Caracterização de matérias-primas e das soluções finais. Análise de impacte ambiental dos processos produtivos e de transporte. Análise, design e desenvolvimento de soluções informáticas para rastreabilidade de lotes de produtos frescos ou manufaturados/derivados.

Universidade do Minho – Centro de Engenharia Biológica: Investigação e desenvolvimento de materiais para embalagens biodegradáveis de elevado desempenho

Polo de Inovação do Vairão: Desenvolvimento de atividades de inovação e investigação na área da segurança dos alimentos para humanos e animais.

COTHN-CC - Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional - Centro de Competências: Apoio na área do Controlo de Qualidade, de modo a que os desenvolvimentos cumpram os requisitos para a certificação em HACCP ou BRC ou outros.

Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP): desenvolvimento de atividades e representação dos interesses das Organizações de Produtores (OP) de frutas e hortícolas suas associadas. Colaboração na criação de soluções alimentares com longa vida útil e elevado valor acrescentado.

PortugalFoods (Associação Integralar - Intervenção de Excelência no Setor Agro-Alimentar): Apoio ao lançamento de novos produtos no mercado a nível global. Desenvolvimento de estudos mercado e tendências de consumo.

APN - Associação Portuguesa de Nutrição: Apoio no desenvolvimento de formulações nutricionais para uma alimentação sustentável e personalizada para diversos grupos específicos.

Weproductise Lda, será a empresa de consultoria tecnológica e de soluções de teste de mercado (provas de conceito): Estudo e identificação de tecnologias e processos diferenciadores.

Coopalima - Cooperativa Agrícola dos Agricultores do Vale do Lima: para desenvolvimento de ativiades nas cadeias curtas de fornecimento. Articulação com o projeto Mercado Agrolimiano, de promoção e venda de produtos agroalimentares do concelho de Ponte de Lima, quer online, quer na loja física, numa parceria entre o Município de Ponte de Lima e com 22 produtores locais.

FoodinTech, Lda – Desenvolvimento de uma aplicação Web integrada com a plataforma de rastreabilidade, para registo de dados de rastreabilidade de lotes de produtos.

SOGENAVE, parceiro com atividade na restauração coletiva: empresa especializada em Food Solutions, que pelo seu posicionamento no mercado como um fornecedor único para o abastecimento alimentar e não alimentar, contribuirá para o desenvolvimento das melhores soluções e produtos para os mercados.

Empresas de produção e comercialização de Frutas e Hortícolas: Pam-Produção e Distribuição Hortícola do Litoral, Lda; Frutas Douro ao Minho e FRUTIPAULA: Identificação de problemas e oportunidades relacionados com o desenvolvimento, produção e comercialização de Frutas e Hortícolas

Empresa de transformação de Frutas e Hortícolas: empresa especializada na transformação alimentar que vise acelerar o acesso a soluções alimentares mais saudáveis e sustentáveis através de produtos inovadores (e com preços razoáveis), ao mesmo tempo que minimiza a pegada de carbono

Parceiros internacionais especialistas nas áreas de intervenção do projeto: implementação de técnicas de benchmarking tecnológico e de melhores práticas