Bolsa de Iniciativas PRR

 

Oeste HortiPromInov - Promoção, Inovação e Valorização de Hortícolas do Oeste (ID: 347 )
Coordenador: Associaçao SFCOLAB Laboratório Colaborativo para a Inovação Digital na Agricultura
Iniciativa emblemática: 9. Promoção dos produtos agroalimentares portugueses
Data de Aprovação: 2022-09-08 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Centro NUTS III: Oeste
 
Identificação do problema ou oportunidade

A Região Oeste é a principal região do país produtora de produtos hortícolas para consumo em fresco. Tem condições únicas e experiência produtiva e comercial. As condições edafoclimáticas ideais para a produção são o principal fator para a criação de um histórico de produção hortícola. Esta tradição de produção traduz-se em conhecimento, criando capacidade empresarial desde a produção até à comercialização e promovendo o pioneirismo em todas as transições que a horticultura portuguesa sofreu nas últimas cinco décadas. É a partir da capacidade instalada, do espírito empresarial e do gosto enraizado na região pela produção de hortícolas que o Oeste se propõe continuar a liderar a adaptação da horticultura nacional aos novos desafios e oportunidades.

A região Oeste produz cerca de 70 produtos agrícolas, representando este setor 375 mil toneladas de produtos hortícolas numa área de 7800 hectares. Desses, destacam-se as brássicas, sendo produzidas anualmente 120 mil toneladas em 3800 hectares, e as abóboras, com 60 mil toneladas em 1600 hectares. Com cerca de 1000 hectares de estufas, a região produz cerca de 180 mil toneladas de tomate, cultura que representa cerca de 80% da produção em estufa na região.  Estas culturas têm assumido uma importância socioeconómica crescente nos últimos anos e hoje cerca de 40% da produção é destinada à exportação. A elevada capacidade produtiva do Oeste leva a que, em determinados momentos da campanha, haja excedente de produtos de elevada qualidade no mercado interno. Este facto, sendo um problema, mostra uma oportunidade para o aumento da capacidade de exportação. A otimização do tempo de vida dos produtos a comercializar em fresco e a criação de uma marca que seja associada aos produtos desta região, aos seus produtores e à qualidade que estes possuem, possibilitaria o aumento da quota no mercado externo onde existe maior facilidade de valorização dos produtos.

Os produtos hortícolas do Oeste são diferenciados pelas condições edafoclimáticas da região, que lhes conferem características qualitativas de excelência. Não tendo qualquer selo regional ou marca, para o consumidor, são couves, alfaces e tomate como de qualquer outra região. É, por isso, importante acrescentar valor através da criação e promoção de uma marca que dê visibilidade a essa diferença.

Este projeto visa responder aos desafios de gestão da cadeia de abastecimento, integrando os contributos da ciência e tecnologia pós-colheita com os novos conceitos de design, marketing, logística, gestão da qualidade e garantia da segurança alimentar.

A nível mundial, cerca de um terço dos alimentos produzidos anualmente para consumo humano são perdidos ou desperdiçados. Ao nível da União Europeia, cerca de 20% dos alimentos produzidos são desperdiçados anualmente, representando 179 kg per capita.

Em Portugal, cerca de 17% das partes comestíveis dos géneros alimentícios produzidos para consumo humano são perdidos ou desperdiçados, ao longo de toda a cadeia alimentar até chegar ao consumidor, o que representa 1 milhão de toneladas por ano. Estes números carecem, no entanto, de confirmação, pois os produtores ainda não estão sensíveis para poderem fornecer fidedignamente estes dados. No entanto, eles são essenciais para a valorização dos subprodutos pois, num conceito de economia circular, os subprodutos hortícolas podem ser uma mais-valia como materiais sustentáveis em termos económicos e ambientais para o desenvolvimento de embalagens de produtos hortícolas que sejam ativas e inteligentes e que nesta iniciativa serão parte integrante na comunicação da marca.

 
Breve resumo da iniciativa a desenvolver

Propõe-se com esta iniciativa a criação de uma marca coletiva para os produtos hortícolas da região Oeste. Com a criação e promoção desta marca, pretende-se criar valor acrescentado aos hortícolas do Oeste, diferenciando-os dos restantes, pois as suas características qualitativas são reconhecidas pelos diversos operadores. Porém, esse reconhecimento não é suficiente, pois para o consumidor final não existe diferenciação. Indo ao encontro dos objetivos estratégicos 2030 da Agenda e Investigação e Inovação da Agricultura, Alimentação e Agroindústria, com a promoção das qualidades dos produtos hortícolas da região Oeste ir-se-á contribuir para um sistema alimentar mais sustentável e uma alimentação mais saudável. Promovendo estas características qualitativas é ainda possível aumentar a quota de mercado nacional associada ao consumo dos produtos agroalimentares Portugueses.

Pretende, assim, criar uma marca que tenha a capacidade de alimentar perceções valorativas, criando posicionamento e evidenciando a qualidade e diferenciação dos hortícolas do Oeste. Uma marca multiproduto, que não substitui as marcas comerciais e individuais das empresas suas representadas. Uma marca com capacidade de, nos mercados nacional e internacional, representar as vantagens competitivas de produção do seu território: frescura, modo de produção, respeito pelo meio ambiente, capacidade de oferta todo o ano, condições edafoclimáticas, entre tantas outras vantagens. Pretende-se também que esta marca possibilite a divulgação destas características, abrindo o acesso a novos mercados, chegando a mais consumidores, traduzindo-se em escoamento e valorização da produção. A abertura de novos mercados possibilita o aumento do valor das exportações agroalimentares portuguesas e, em consequência, aumentar o valor de Investimento Direto Estrangeiro (IDE) destinado à cadeia de valor agroalimentar. Será possível a criação de melhores condições para o aumento do rendimento dos produtores, tornando a atividade agrícola mais rentável, atrativa e competitiva. Com a valorização da produção é ainda possível criar uma agricultura mais inclusiva, igualitária e integrada, que potencia a atração de mais jovens para os territórios rurais e para a atividade agrícola, incluindo a participação de mais mulheres em lugares de destaque na agricultura.

Procurando a diferenciação / valorização dos produtos hortícolas da região Oeste, será desenvolvido um novo conceito de produto que inclui uma plataforma de rastreabilidade que permite ao consumidor consultar informações referentes à origem do produto e também as certificações que este possui. Este sistema de rastreabilidade pretende transmitir confiança ao consumidor sobre o produto e todo o seu processo a montante. A associação à marca para os hortícolas do Oeste num sistema direto e transparente, permite a transmissão de confiança e qualidade ao consumidor sobre a sua origem e os processos logísticos envolvidos.

Pretende-se ainda criar uma plataforma de gestão de resíduos que permita a monitorização de resíduos orgânicos, com o intuito de avaliar a sua disponibilidade ao longo do ano. Posteriormente, esses dados serão analisados com o intuito de perceber se é possível reaproveitar esses desperdícios tornando-os em co-produtos. Desenvolvendo ações de sensibilização / capacitação pode demonstrar-se aos produtores como aproveitar um resíduo e como tratá-lo e encaminhá-lo para a transformação e geração de valor económico e de sustentabilidade.

O Oeste reúne condições para produzir em contraciclo das grandes produções na Europa. Essa particularidade é a janela de oportunidade para a valorização dos produtos hortícolas Portugueses. A criação da marca para os hortícolas do Oeste trará visibilidade para a região e  para os seus produtos e criará oportunidades para novos investimentos, novas parcerias e o aumento do valor do Investimento Direto Estrangeiro (IDE).

 
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro

Para o desenvolvimento desta iniciativa identificam-se as principais atividades associadas a cada parceiro tendo base as tipologias obrigatórias na constituição do consorcio:

SFColab

       Coordenação da parceria.

       Criação de plataforma de Gestão de Desperdício Alimentar.

       Criação de Plataforma de Rastreabilidade.

       Apoios na organização e implementação das ações de promoção da marca.

 

AIHO – Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste

       Apoio na criação da marca.

       Criação do caderno de encargos.

       Implementação da marca.

       Divulgação da marca em feiras internacionais com intuito de aumentar o investimento direto estrangeiro.

       Ações de ativação de marca (mercados locais, supermercados, feiras regionais, feiras nacionais, escolas).

       Elo de ligação entre as PME´S e o SFColab para desenvolvimento e implementação da Plataforma de Gestão de Desperdício Alimentar.

       Elo de ligação entre as PME´S e o SFColab para desenvolvimento e implementação da Plataforma de Rastreabilidade.

       Ações de Sensibilização às PME´S sobre o desperdício alimentar.

       Monitorização e tratamento dos dados de resíduos apresentados na plataforma gestão.

UA - Universidade de Aveiro

       Qualificação em termos fisico-químicos dos produtos hortícolas do Oeste.

       Design da embalagem e da marca a criar.

       Criação e desenvolvimento da marca.

       Criação e desenvolvimento da estratégia de marketing associada aos produtos hortícolas do Oeste.

 

COTHN – Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional

       Levantamento de informação para integrar a plataforma de Gestão de Desperdício Alimentar.

       Apoio na criação da marca, através da realização de focus group com produtores e outros stakeholders, tendo como objetivo a recolha da sua perceção sobre os atributos da marca a criar.

       Apoio na criação do caderno de encargos de suporte à marca.

       Divulgação e disseminação dos resultados do projeto, através da criação da página web do projeto, dias abertos para produtores e público em geral, criação de vídeos e outros materiais de divulgação.

       Apoio na realização de ações de sensibilização às PME´S sobre o desperdício alimentar.

       Apoios na organização e implementação das ações de promoção da Marca.

S&F – Simples e Frescas Lda.

       Apoio na criação do caderno de encargos.

       Implementação da marca.

       Teste e Implementação da plataforma de gestão de resíduos.

 
Interlocutor: Cátia Santos   Email interlocutor: catia.pinto@sfcolab.org   Email entidade: catia.pinto@sfcolab.org