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NATWINES: Criação e desenvolvimento de Vinhos + Naturais + Sustentáveis (ID: 355 )
Coordenador: IPV - Instituto Politécnico de Viseu
Iniciativa emblemática: 9. Promoção dos produtos agroalimentares portugueses
Data de Aprovação: 2022-09-13 Duração da iniciativa: 2025-09-30
NUTS II: Centro NUTS III: Viseu Dão Lafões
Identificação do problema ou oportunidade
O setor vitivinícola é um dos principais setores económicos do agroalimentar com maior peso na economia nacional, para o qual tem contribuído nos últimos anos a grande componente exportadora, dada a crescente notoriedade internacional dos produtos vínicos portugueses. No entanto, são muitos os desafios que se colocam ao setor, podendo-se enumerar a problemática das alterações climáticas, a pressão do ambiente, maiores preocupações do mercado de consumo para questões de saúde humana, a falta de mão de obra que o setor primário atravessa, e cada vez mais uma maior concentração da distribuição. Impera assim a necessidade de o setor incorporar métodos de produção mais sustentáveis com a criação de novos produtos que correspondam às novas tendências de consumo nacionais e internacionais. De acordo com as últimas tendências verificadas em eventos vínicos realizados na Europa e no mundo, é notória a crescente procura dos consumidores por produtos produzidos sob práticas ambientalmente sustentáveis, quer na produção de uva, quer na transformação, acondicionamento e distribuição. Por seu lado, a pandemia da covid-19, para além dos efeitos económicos e sociais provocados por todo o mundo, despertou na sociedade maiores preocupações ao nível da segurança e confiança dos produtos, e os seus potenciais impactos na saúde humana, com apetência para produtos produzidos de forma mais natural, e no que diz respeito aos produtos vínicos, produtos com menor teor alcoólico. É neste contexto, que a presente iniciativa visa promover a inovação no âmbito do setor agroindustrial dos vinhos, através da criação e desenvolvimento de 3 novos produtos com forte crescimento no mercado internacional. • Vinhos sob o método de vinificação Pét-Nat, de seu nome original francês, os quais, que se diferenciam dos vinhos comuns, pelo seu engarrafamento antes de complementarem totalmente a sua primeira fermentação, finalizando a fermentação dos açucares naturais na garrafa, e que por tal, vão libertando o “gás” natural que lhe é tão característico. A produção de vinhos sob este método de vinificação remonta já a tempos antigos, os quais por força da alteração/inovação dos métodos produtivos, desapareceram, mas que agora voltam a “renascer”. Em Portugal, este tipo de vinhos era reconhecido pelo Vinho Clássico/Tradicional de Amarante, ou Vinho do Agricultor; • Vinhos Laranja ou Macerados, consistindo em vinhos produzidos de forma natural, com base em critérios de sustentabilidade. Diferenciam-se dos vinhos comuns pelo facto de as uvas serem deixas em contacto com as suas cascas por um longo período de tempo (maceração), podendo de enólogo para enólogo variar esse tempo de maceração. Através da maceração, pigmentos de cor e taninos adicionais são eluídos das cascas das uvas, que conferem ao vinho uma cor profunda de ouro velho, tipo alaranjado. Este tipo de vinho é resultado de |
procedimentos naturais, pela sua fermentação espontânea e longos períodos de envelhecimento, onde não ocorre a adição de leveduras, e sem refrigeração na fase de fermentação. Por norma, também não são filtrados antes do engarrafamento, o que é feito somente depois da sua clarificação. Tratam-se de vinhos que potenciam a recuperação de antigos processos de vinificação, ajudando a preservar algumas das castas autóctones em declínio. Um dos mercados-nicho deste produto é os Estados Unidos da América. • Sumos de uva varietais através de uvas colhidas em fresco, no seu ponto ótimo de maturação, sendo extraído o seu sumo na adega através de prensagem a baixa temperatura. Posteriormente é pasteurizado para conservação em garrafa, sem qualquer adição de conservantes. Trata-se de um produto em elevado crescimento de produção e consumo no Brasil, de acordo com as novas tendências de produtos de baixo teor alcoólico. O projeto tem como objetivo principal promover a investigação aplicada à criação de novos produtos ligados à fileira vitivinícola, correspondendo às novas tendências de mercado, apoiando a inovação orientada para a exportação e desenvolvendo produtos sob práticas ambientalmente sustentáveis em ascensão |
Breve resumo da iniciativa a desenvolver
O projeto contempla uma abordagem integrada estruturada em 3 eixos estratégicos, com um conjunto de ações que a seguir se identificam. Eixo 1 – Investigação e desenvolvimento de novos produtos na agroindústria dos vinhos: • Investigação aplicada à criação de sumos de uva varietais; • Investigação aplicada à criação de vinhos Laranja (inexistência ou reduzidos processos de controlo de temperatura, filtragem, estabilização ou clarificação), • Investigação aplicada à criação de vinhos produzidos através do método Pét-Nat (vinho engarrafado antes de completar totalmente a sua primeira fermentação, finalizando a fermentação dos açúcares naturais na garrafa); Ações de investigação e desenvolvimento relacionados com a investigação industrial e experimental de novos produtos vínicos, a realizar pela comunidade técnico-científica do projeto em conjunto com o tecido empresarial agroindustrial dos vinhos. Eixo 2 – Experimentação e avaliação dos novos produtos no mercado nacional e internacional • Sessões/eventos de experimentação, degustação e promoção dos novos produtos nos locais de venda, por cada mercado alvo; • Estudos de Mercado; • Plano de marketing para a internacionalização dos novos produtos; • Missões Inversas – Jornalistas, bloggers e opinion makers; Ações de cariz promocional, de divulgação e experimentação dos produtos criados pelo projeto, que visem a identificação de um conjunto de boas práticas de penetração e consolidação dos produtos em mercados internacionais específicos, barreiras/dificuldades de entrada nos mercados, análise da concorrência, principais canais de distribuição, e regulamentação específica de cada mercado-alvo, etc. Eixo 3 – Capacitação e disseminação dos resultados: • Em contexto empresarial, sessões de demonstração em sala e nas adegas, sessões de apresentação dos resultados intercalares, focus group, etc.; |
Em contexto académico, através de colóquios e congressos, seminários, publicações técnicas em artigos e revistas científicas. Ações de partilha de todo o conhecimento técnico-científico adquirido ao longo do projeto, dirigidas a todos os agentes económicos interessados do setor, e à comunidade académico-científica. |
Áreas de Trabalho e responsabilidades de cada parceiro
A coordenação e monitorização geral do projeto será assumida pelo IPV - Instituto Politécnico de Viseu, enquanto entidade que desenvolve atividades de I&D, ficando responsável por definir o modelo de governação do projeto, fazer a gestão da execução física e financeira da operação de acordo com o estipulado com os restantes parceiros, fazer o reporte dos indicadores alcançados, bem como transmitir à Autoridade de Gestão toda a informação que venha a ser solicitada. Em termos de atividades operacionais, será responsável por realizar os trabalhos de acompanhamento e monitorização, estudo e avaliação dos dados, resultados, e indicadores obtidos pela operação, bem como, em conjunto e articulação com o Instituto Politécnico de Viana do Castelo, procederão à elaboração dos estudos de mercado dos 3 produtos vínicos a criar pelo projeto. Ainda no contexto académico-científico, a parceria contará com a colaboração da UTAD Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, que estará envolvida nas atividades de criação dos novos produtos vínicos, sendo responsável por todos os trabalhados de caraterização organolética e físico-química que atestem os parâmetros necessários/ajustados dos novos produtos vínicos à regulamentação nacional e europeia já existente, e em específico aos mercados-alvo de exportação dos produtos. O Centro de Competência, nomeadamente o COTHN – Centro Operativo e Tecnológico Hortofrutícola Nacional, em conjunto com a Associação Empresarial de Amarante, Associação de Agricultores de Riba Douro e a VERCOOPE – União das Adegas Cooperativas da Região dos Vinhos Verdes, U.C.R.L, farão a articulação entre a comunidade académico-científica, as PME e produtores singulares, ficando responsáveis pela organização das ações de disseminação dos resultados alcançados, no contexto nacional e territorial, respetivamente. A PME Rurisocietate, em estreita articulação com a comunidade académico-científica, PME e entidades associativas, será responsável pela elaboração do Plano de Marketing para a internacionalização dos novos produtos, e pela organização das missões Inversas – Jornalistas, bloggers e opinion makers. As restantes PME serão as entidades responsáveis pela coordenação dos trabalhos nas suas adegas, a nível da conceção dos novos produtos, com o devido acompanhamento técnico-científico das comunidades de investigação e ensino. Fornecerão, os produtos/amostras para posterior análise |
laboratorial. Serão também responsáveis por darem os seus contributos, na perspetiva de criadores dos novos produtos vínicos, nas sessões de disseminação dos resultados destinadas a outras PME do setor, bem como disponibilizarem as suas instalações para as Sessões/eventos de experimentação, degustação e promoção dos novos produtos, a potenciais consumidores dos produtos. |
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